Beijo

4.8K 233 289
                                    


Nico estava jogado na sua nova e confortável cama, no chalé de Hades, e sorria após uma conversa divertida que teve há pouco tempo com Will Solace. O curandeiro tinha se tornado um amigo fiel e confiável, os dois passavam tanto tempo juntos que muitos já achavam que estavam namorando. O filho de Hades não se sentia desconfortável, depois de ter assumido seus antigos sentimentos por Percy e ter se mostrado como realmente é ao acampamento inteiro, muitos outros semideuses e semideusas tinha resolvido se assumir também. Nico e Will era amigos e apenas amigos, apesar das brincadeiras do loiro.

Di Angelo ainda sentia-se inseguro para se abrir novamente para novos sentimentos, ele tinha receio de ser rejeitado e por isso não permitiu que Solace seguisse em frente quando lhe deu um selinho há três dias atrás. Ainda era confuso beijar alguém livremente, Nico não entendia como a sociedade tinha mudado tanto em 70 anos.

Ele ouviu batidas na sua porta e abriu ficando surpreso ao ver Perseu de pé parecendo nervoso. Nico não podia evitar sentir um certo calafrio ao encarar os olhos verdes-mar do garoto, afinal, ele o amou por longos anos. Nico não sabia ao certo que ainda sentia por Percy, com certeza não era tão intenso quanto anos atrás, mas ainda era um tipo de carinho especial. Um carinho que Nico fazia questão de esconder e matar dentro de si.

– Percy? – Disse tentando não soar tão surpreso.

– An... Oi, Nico. É... Será que eu posso entrar? – Nico o encarava como se ele tivesse tido algo absurdo.

– C-claro, quer dizer.. Sim. – Disse enrolado, mas deu passagem ao filho de Poseidon.

Os se encararam por alguns segundos constrangedores e Nico pôs as mãos no bolso sem saber o que fazer com elas. De repente ele se deu conta de que estava sem camisa e corou. Percy o encarava sem disfarçar, o que só piorava a situação do garoto.

– Quer parar de me encarar, Jackson? – Disse Nico quebrando o silêncio.

– Me desculpe, e-eu não tive a intenção e... Nico... – Percy estava nervoso, era óbvio pelo seu comportamento. Nico não quis associar o nervosismo do garoto ao fato de ele estar sem camisa ou preso num chalé com ele. Seria muita pretensão do filho de Hades, certo?

– Percy, está tudo bem? Eu posso ajudar em alguma coisa? – Perguntou Nico tentando descobrir o motivo da visita inesperada.

Percy umedeceu os lábios fazendo Nico acompanhar o movimento com os olhos.

– Nico.

– Sou eu.

– Eu terminei com a Annabeth. – Disse o filho de Poseidon apressado e Nico quase caiu para trás tamanho o susto.

– Você o quê? – Berrou o menor.

– E-eu 'tô confuso. – Percy falou andando pelo chalé visivelmente nervoso. – Eu sei que amo aquela garota, mas – ele parou encarando Nico –, me desculpe por dizer isso, quer dizer, eu sei que você não se sente mais assim, mas...

– Percy, se acalme. – O filho de Hades pediu vendo o desespero de Percy. – Senta um pouco.

Os dois acomodaram-se na cama de Nico e Percy suspirou passando as mãos nos cabelos.

– Será que você poderia vestir uma camisa? – Perguntou o maior e Nico ergueu uma sobrancelha negra estupefato.

O moreno caminho roboticamente até a cama de Hazel, onde tinha jogado a sua camisa customizada do acampamento e vestiu a peça.

– Percy, o que está acontecendo com você? – Nico perguntou com medo de ouvir a resposta.

– Eu não sei que droga está acontecendo comigo, Nico. – Respondeu o filho de Poseidon exaltado. – Eu tinha uma namorada que eu amava, amo, sei lá, tinha planos de um futuro com ela e expectativas sobre diversas outras coisas com ela, mas você veio e jogou aquelas palavras na minha mente e tudo que eu conseguia pensar desde aquele fatídico dia, era em você! – Ralhou o maior nervoso. – Eu vim aqui porque eu precisava fazer isso...

Percy se aproximou de Nico, que estava chocado na cama, segurou o corpo pequeno do filho de Hades e juntou seus lábios aos dele ao mesmo tempo em que jogou seu corpo contra o de Nico deitando-se por cima dele. Percy beijou Nico de forma apaixonada e curiosa, a língua do maior explorava todos os cantos da boca virgem de Nico e sentia a pureza do garoto dar espaço a sensualidade e a lascívia. O filho de Poseidon se afastou com a sensação de nunca ter provado algo parecido e sorriu depositando leves beijinhos nos lábios ainda dormentes de Nico.

Minutos depois Nico acordou suado e com os batimentos acelerados, o coração quase fazia seu peito doer tão forte eram as batidas. Nico sentou-se atordoado e tentou respirar de forma calma. O garoto levou uma das mãos aos lábios e os tocou tentando descobrir se aquilo poderia ter sido real, mas ele sabia que era apenas mais um dos incontáveis sonhos que já teve com Percy Jackson.

Coletânea Nico di AngeloOnde histórias criam vida. Descubra agora