25_ Todos amam um pescoço..

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Segunda de manhã. Ontem o dia foi vago e não fiz nada além de ler a conversar com Lucas.
E quem diria, o final de semana já acabou, e o alarme tá aqui gritando do meu lado.
A única coisa que eu queria era ficar ali, martelar aquele relógio apitando e dormir pelo resto dos tempos..
Mas, a realidade é triste.

Lucas estava dormindo abraçado com a coberta do meu lado, levantei devagar para não acordar ele e fui para o banheiro.
Tomei um banho quente e na hora de sair do banheiro, vi que esqueci a toalha, e tava frio, muito frio.
Abro um pouco a porta e coloco a cabeça para fora, vejo Lucas e respiro fundo.

Se eu for correndo, quais as chances dele acordar justo agora?

Penso por uma fração de segundo e saio dali disparada molhando o chão, entro no closet rápido.
Me agacho e procuro uma roupa o mais rápido possível, mas pelo desespero, tudo acabou dando errado..
Escutei um resmungo atrás de mim.

"É.."

Virei lentamente para trás e vi Lucas com os olhos extremamente fechados, ele segurava uma toalha e a estendia para mim.

Lucas- eu acho que você precisa disso..

Suspirei e fiquei de pé, caminhei até ele.

Nay- Lucas.. não abre os olhos.– mandei.

Escuto uma risadinha e apresso o passo antes que ele faça alguma besteira. Seguro a toalha nas suas mãos e me enrolo na mesma, seguro seus ombros e levo para fora do closet.

Quando ele abre os olhos, começa a rir da minha cara.
Definitivamente, quem vai banhar e esquece o caralho da toalha?

....

Estávamos andando lado a lado no caminho para a escola.
O clima estava gelado e parecia que logo ia chover.
Estava um silêncio, desta vez sem o meu fone. Lucas vez ou outra encostava o seu braço no meu pra mostrar sua presença.

Lucas- tá pensando no que?– sua voz era calminha.

Nay- nada de interessante..

Realmente não estava.
Meus pensamentos iam da escola até em casa. Mesmo sem ter pisado na faxada daquele hospício, eu já queria dar meia volta.

Lucas passa o braço por cima do meu ombro. Eu sentia o seu calor que me aquecia de forma agradável.
Agradeço mentalmente pelos Deuses dos amigos imaginários ultra-realistas ou seja oque Lucas fosse, por conseguir sentir sua presença e calor.
E então, uma pergunta me veio a mente...

Nay- posso te fazer uma pergunta?

Lucas- bom, você acabou de fazer uma.– ironiza com um sorriso no rosto.

Nay- posso fazer outra?

Lucas- acabou de fazer.

Cutuco sua costela com o cotovelo e ele gargalha.

Nay- posso fazer outras duas perguntas?– continuo tentando.

Lucas- claro, vá em frente.

Solto um sorriso por ter conseguido algo simples e respiro fundo.

Nay- você já gostou de alguém?

Lucas- gostar? Acho que sim.

Nay- e porque nunca me disse?– questionei.

Continuamos andando como se fosse apenas mais uma de nossas conversas totalmente aleatórias.

Lucas- é complicado de explicar sentimentos, principalmente pra você.

O encarei indignada.

Principalmente pra mim?

Nay- que? Porque?

Meu melhor amigo imaginarioOnde histórias criam vida. Descubra agora