42_ Churros..

369 18 92
                                    


E ali estava eu, olhando a água escorrendo pelas minhas pernas, pensando nas mil coisas que poderiam dar errado fora de casa.

Depois de ter tentado negar umas trezentas vezes, não tive opção a não ser aceitar ir pra festa da cidade com o Lucas. As vezes ele sabe ser irritante.

Sai do meu banho e fui pentear o cabelo, cantarolando uma música que não saia da minha cabeça, mas estava com preguiça de pegar o celular e colocar ela.
Vesti a roupa que tinha em mente; uma calça bege de estilo cargo e uma blusa colada preta, nada demais.
Felizmente, roupas simples estão na moda.

Continuei passando a mão várias e várias vezes no meu cabelo, mesmo depois de já ter penteado, e o motivo é simples.. eu odeio o meu cabelo e ele nunca fica bom.

Cantar e repetir o mesmo verso da música que não parava de tocar na minha cabeça começou a me irritar, então peguei o celular e coloquei pra tocar.

Ecstasy

Senti aquela sensação de prazer ao fazer uma coisa que eu queria muito, é como voar pra outra dimensão
Me senti flutuando encima daqueles versos, enquanto caminhava me mexendo estranho pelo quarto – na minha cabeça eu estava dançando.

Segurei os meus sapatos nas mãos e encaixei nos pés enquanto ainda estava de pé, me olhei no espelho e mexi no meu cabelo mais uma vez, nunca era o suficiente.

Escutei o barulho da porta se abrindo, e a música terminou de tocar. Olhei em sua direção e Lucas veio se aproximando de mim com passos lentos.

– você já está pronta?– me deu uma analisada de cima a baixo. – ficou perfeita.

Dei um sorrisinho fraco pra ele e encarei o espelho, alisando a minha blusa.

– não sei..– me virei de frente pra ele. – não era isso que eu imaginava.

Se aproximou o suficiente pra segurar as minhas mãos e me encarar nos olhos. Aquele azul claro em volta da sua pupila parecia entrar dentro da minha alma

– você já sabe que fica boa em qualquer roupa, né?– rodou a minha mão encima da minha cabeça, me fazendo dar uma voltinha. – tá tão linda como sempre foi.

Encarei os traços daquele rosto pálido, aquele sorriso estranhamente branco e suas presas afiadas, todos os contornos do seu pescoço marcados, e foi aí que percebi que ele usava uma blusa preta que subia até o seu pescoço.

– essa blusa é nova? Nunca te vi usando ela.

– eu só nunca usei ela antes, mas pra falar a verdade é antiga.– me deu um sorrisinho. – adorou?

Aquela blusa se estendia como uma blusa de frio, de manga cumprida. Ela marcava perfeitamente as curvas do seu braço e os seus músculos, isso incluia ficar colada no seu abdômen inteiro.

– use ela mais vezes.– falei, me virando de costas e tirando meu rosto do campo de visão daqueles olhos que me encaravam fixamente. – o clima tá ótimo pra assistir um filminho aqui em casa, né?

Fui até a cômoda pegando o meu creme fácil pra espalhar no rosto.

– ele tá melhor ainda pra gente ir pra festa da cidade.– sentou na cama. – vamos?

Meu melhor amigo imaginarioOnde histórias criam vida. Descubra agora