E ali estava eu, olhando a água escorrendo pelas minhas pernas, pensando nas mil coisas que poderiam dar errado fora de casa.Depois de ter tentado negar umas trezentas vezes, não tive opção a não ser aceitar ir pra festa da cidade com o Lucas. As vezes ele sabe ser irritante.
Sai do meu banho e fui pentear o cabelo, cantarolando uma música que não saia da minha cabeça, mas estava com preguiça de pegar o celular e colocar ela.
Vesti a roupa que tinha em mente; uma calça bege de estilo cargo e uma blusa colada preta, nada demais.
Felizmente, roupas simples estão na moda.Continuei passando a mão várias e várias vezes no meu cabelo, mesmo depois de já ter penteado, e o motivo é simples.. eu odeio o meu cabelo e ele nunca fica bom.
Cantar e repetir o mesmo verso da música que não parava de tocar na minha cabeça começou a me irritar, então peguei o celular e coloquei pra tocar.
Ecstasy
Senti aquela sensação de prazer ao fazer uma coisa que eu queria muito, é como voar pra outra dimensão
Me senti flutuando encima daqueles versos, enquanto caminhava me mexendo estranho pelo quarto – na minha cabeça eu estava dançando.Segurei os meus sapatos nas mãos e encaixei nos pés enquanto ainda estava de pé, me olhei no espelho e mexi no meu cabelo mais uma vez, nunca era o suficiente.
Escutei o barulho da porta se abrindo, e a música terminou de tocar. Olhei em sua direção e Lucas veio se aproximando de mim com passos lentos.
– você já está pronta?– me deu uma analisada de cima a baixo. – ficou perfeita.
Dei um sorrisinho fraco pra ele e encarei o espelho, alisando a minha blusa.
– não sei..– me virei de frente pra ele. – não era isso que eu imaginava.
Se aproximou o suficiente pra segurar as minhas mãos e me encarar nos olhos. Aquele azul claro em volta da sua pupila parecia entrar dentro da minha alma
– você já sabe que fica boa em qualquer roupa, né?– rodou a minha mão encima da minha cabeça, me fazendo dar uma voltinha. – tá tão linda como sempre foi.
Encarei os traços daquele rosto pálido, aquele sorriso estranhamente branco e suas presas afiadas, todos os contornos do seu pescoço marcados, e foi aí que percebi que ele usava uma blusa preta que subia até o seu pescoço.
– essa blusa é nova? Nunca te vi usando ela.
– eu só nunca usei ela antes, mas pra falar a verdade é antiga.– me deu um sorrisinho. – adorou?
Aquela blusa se estendia como uma blusa de frio, de manga cumprida. Ela marcava perfeitamente as curvas do seu braço e os seus músculos, isso incluia ficar colada no seu abdômen inteiro.
– use ela mais vezes.– falei, me virando de costas e tirando meu rosto do campo de visão daqueles olhos que me encaravam fixamente. – o clima tá ótimo pra assistir um filminho aqui em casa, né?
Fui até a cômoda pegando o meu creme fácil pra espalhar no rosto.
– ele tá melhor ainda pra gente ir pra festa da cidade.– sentou na cama. – vamos?
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Meu melhor amigo imaginario
Fantasi"As pessoas são passageiras, e passam por nossas vidas. Ciclos se encerram, e isso dói. Mas é o certo a ser feito." É isso que as pessoas normalmente dizem por aí. São palavras que aguçam a minha curiosidade. Pois, eu nunca senti essa dor da perda...