Meu melhor amigo imaginario

27_ Sex, drugs, etc..

Sai da sala e quando encosto o pé na escada, pega os meus fones no bolso do moletom.

Era possível escutar as palavras que Jhonatan gritava sem usar sua voz.

" Fica aqui. "

Foi a forma como ele me olhou. Mas, não pretendo atrapalhar ninguém da mesma forma que aquela patricinha fez.

Uma brisa leve passa por mim.
Olho para trás, em direção a porta aonde se encontravam as duas beldades da escola.
Passo pela minha playlist e coloco a melhor música desse planeta.

~~//~~

Sex, drugs, etc ..

Ligação tarde da noite,
Chamando todos os
Tímidos
Que eu conheço.
Fora da escuridão,
Adentrando a luz.
(Luz)
Metade amor,
Metade remorso.
Se arrumando para polaroids e cigarros,
Socializar,
Romantizar a vida..
(Vida)
Flutuando sobre a minha
Vibe.
Flutuando sobre a minha
Vi-vibe..
Eu não preciso daquela madrugada chapado.
Flutuando sobre a minha vibe ..
Vibe
Vibe
Passageiros,
Á prova de balas,
Na estrada para sexo, drogas, etc.
Saia do escuro,
Para a luz..
Onde quer que eu vá,
Eu sei oque não quero ser.
Parte de algo que eu nunca vou precisar.
Sua vida,
Socializada
E
Romantizada.

....

(Música)

~~//~~

Eu estava de frente para a árvore de sempre, encarando as coisas ao redor, e me veio uma ideia na mente.

Oque me impede de explorar a escola hoje?

Abri um sorriso e comecei caminhando pelo gramado. Haviam pessoas conversando e rindo, sentadas na bela grama verde daquele lugar.
Encaro levemente as meninas sorrindo deitadas no colo dos seus amores, provavelmente temporários.
Saio de lá e passo pelas arquibancadas, caminho mantendo certa distância.
Sinto um cheiro estranho de maconha e olho para baixo pelos buracos dos bancos, haviam na base de três garotos fumando, com uma menina que parecia bem mais velha e mais alta que eles.

Sai de lá antes de ser notada e receber um convite pra me juntar com o bonde das maravilhas.
Fui me adentrando em lugares pequenos aonde não havia ninguém, e bem ali, atrás da escola, havia um lugar aonde tinham vários filhotes caninos.

Me aproximei deles enquanto eles pulavam e pediam carinho.
Estavam gordos o suficiente e seus pelos brilhavam.
Passei a mão pela grade e acariciei cada um deles.

Demorou um pouco, mas sai de lá também.
O intervalo estava quase no fim, caminho em direção a árvore. Sinto um toque no meu ombro, e quando me viro, consigo encarar um semblante calmo.

– ah.. Eai?– o comprimento.

– nem me venha com esse deboche, quem deveria estar bravo sou eu.– retrucou enquanto ficávamos frente a frente.

– então quer dizer que não está?

– eu não disse isso.– resmungou. – mas resolvi vir até aqui, algum problema?

– problema algum. Eu não disse que teria problema se você estivesse bravo.– provoquei.

Encarei seus olhos e sorri de canto vendo que ele ficou sem argumentos.

– pérola está bonita hoje, não é? – questionei, encarando a bela árvore, vulgo, pérola.

– de onde você tirou esse nome? – seu tom de voz havia mudado e ele parecia levemente surpreso.