28_ Gostar de alguém..

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Sinto uma brisa forte, sinal de chuva ou seca.
É confuso como as coisas são semelhantes..
Porém, era um vento úmido, sinal de chuva.

Jhonatan me puxava pelo pulso, andávamos pelo estacionamento.
Fechei meus olhos por um instante, respirei fundo aproveitando o vento – com certo receio de bater o rosto em algo enquanto o "grande e responsável" Jhonatan me guiava –.

Sobre oque Lucas falava mais cedo..
Como assim ele nunca me disse que já gostou de alguém? Eu achei que melhores amigos fossem pra essas coisas.

Será que eu já gostei de alguém?

De um tempo curto pra cá, minha relação com Lucas tem mudado, talvez seja a puberdade?
Sinto algumas sensações estranhas quando ele se aproxima de mim.

Puberdade..?

Oque é gostar de alguém?
Não gostar como gostamos dos nossos pais ou amigos, tô falando do "Gostar" como as crianças falam.

Se Lucas me faz tão bem, e eu realmente gosto de estar com ele, isso sem falar das nossas conversas únicas.
Será que isso significa que eu gosto dele como gosto dos meus amigos ou como as crianças dizem?

Novamente, é confuso como as coisas tem semelhança..

– ei. – escutei.

Nay- quê?

Jhonatan- não vai entrar?

Olho para Jhonatan, o mesmo estava abrindo a porta para mim.
Assenti e entrei no carro.

Jhonatan se sentou no banco do motorista e ligou o carro. Inclinou a cabeça para perto de mim com um sorriso no rosto.

Jhonatan- hoje vai rolar uma festa, as oito.– pronuncia. Apenas o encarei. – não entendeu? Eu gostaria que você me acompanhasse.

Nay- porque eu deveria? De quem é a festa?

Jhonatan- porque não deveria? A festa é da Melissa.

Suspirei.

Nay- não sei se é uma boa ideia, ela não parece gostar de mim..

Jhonatan- se serve de consolo, ela não parece gostar de nenhuma garota. É só por superioridade feminina, você não deveria ligar.

Nay- superioridade feminina? Em que século ela vive?

Jhonatan- oque quer dizer?

Nay- que é ridículo.

Franzi o cenho e vi ele sorrir e concordar.

Jhonatan- é tão bom falar com você..– seu rosto se aproxima de mim. – sua voz e seu sotaque são bonitos.

Desviei o olhar do seu e vi ele sorrindo mais uma vez.

Jhonatan- você vai a festa? Vai ser legal desde que você não desgrude de mim.

Nay- não tem nada de divertido em ficar grudada em você.

Sua boca de aproxima calmamente da minha orelha.

Jhonatan- como você é má..

Arrepios correm por todo meu corpo. Sinto a sua mão segurando o meu queixo, guiando até sua boca.
Sou surpreendida com um selinho delicado nos lábios e logo em seguida solto um sorriso.

Jhonatan- vamoos, não vai ser a mesma coisa sem você lá..

Minhas bochechas ardem, antes disso já estavam avermelhadas.

Nay- eu.. eu vou pensar no seu caso.– falei.

Ele sorri e beija a minha testa.

Jhonatan- é o suficiente. Vou falar com a sua mãe.

Saímos do estacionamento em direção a minha casa. Durante o caminho, conversamos sobre os velhos tempos.
Chegamos em casa.
Jhonatan entra na minha casa como uma verdadeira madame e caminha até a minha mãe. Eles se abraçam e começam a conversar sobre a tal festinha.

Avisei a eles que iria subir para o meu quarto e assim fiz. Entrei no quarto e vi Lucas lá, deitado na cama, aparentemente me esperando.

Nay- Lucas? Tá fazendo oque sentado aí?

Lucas- oque você acha?– ele se levanta e caminha até mim. – aonde você estava?

Com a sua proximidade, recuo para trás, mas ele continua se aproximando até eu ficar sem espaço pra ir, batendo minhas costas na parede.
Seu braço se apoia na parede atrás de mim.

Nay- perdão?

Lucas- aonde você estava e com quem estava?

Seu olhar era penetrante, grudado nos meus olhos. Seu cabelo meio rebelde e ele esperava uma resposta rápida.

Nay- na escola, com muitos alunos.

Lucas- não foi isso que eu perguntei.– bufou e aproximou seu rosto do meu. – aonde estava a um minuto atrás?

Nay- estava no carro, com Jhonatan.

Lucas- Jhonatan? De novo?

Sorri e olhei nos seus olhos novamente.

Nay- me diga, oque você esperava?

Lucas- não sei. Um milagre?

Sorri e encarei seu corpo. Vejo sua blusa branca larga e abraço sua cintura. Ele parece um pouco surpreso, mas mesmo assim retribui o abraço.

Lucas- você é tão imprevisível..

Nay- eu sei.

Sorrimos juntos enquanto continuamos colados um ao outro.






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730.


Meu melhor amigo imaginarioOnde histórias criam vida. Descubra agora