Capítulo 36

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Sem revisão

Eli

- Sua pirralha! Ele vai se cansar de você e quando isso acontecer, vou estar lá esperando por ele! - disparou Fabiana.

- Sério? É esse tipo de papel que vai se submeter? Não posso deixar que sentir pena de você.

Não ficaria ali batendo boca com uma mulher que nitidamente estava com ciúmes. Não tenho culpa de Alexandre estar comigo e não com ela. Não fui eu que fui atrás dele e sim ao contrário.

Quando voltei para mesa Alexandre tentou colocar a mão em minha coxa e me afastei de seu toque. Não conseguia nem ao menos olhar para ele sem correr o risco de fazer um escândalo.

- Sinto pela perda de seus pais. - disse Antônio.

- Obrigada.

- Deve ser bem difícil para uma garota tão jovem estar sozinha no mundo. - acrescentou o velho.

- Eli não está sozinha, estamos juntos. - replicou Alexandre.

O jantar transcorreu em um clima tenso. Acabei não comendo nada, pois meu estômago estava revoltado.

- Novaes, o presidente te espera. - avisou Sônia Maria de forma discreta para ele.

Ele pediu licença da mesa e se afastou e isso me fez ficar sozinha com toda sua família. A noite não poderia ficar melhor que isso!

- Meu filho faz muita falta na empresa. - disse o velho.

- Entendo. - digo sem me importar.

- Estamos muito bem sem Alexandre! - disparou Bruno.

Fabiana bebia uma taça atrás da outra e me olhava de um jeito que se olhar matasse, já estaria morta.

- Alexandre...

- Não, vocês não precisam me dizer nada. Tudo que menos quero é me envolver nos problemas de vocês. Se Alexandre não quer voltar para a empresa, não é um problema meu. - digo interrompendo o velho.

Meu humor estava péssimo e minha paciência ainda menor. Queria ir embora  e esquecer dessa noite. Procurei por Sônia Maria, mas não vi em lugar nenhum.

- Não acho que esse namoro seja o ideal. - comentou Fabiana com a voz arrastada. - Você não serve para Novaes.

Revirei meus olhos e olhei para Fabiana que estava visivelmente bêbada.

- Faça sua noiva ficar em silêncio, não queremos que ela cause um vexame. - pediu Lira.

Dois homens se aproximaram da mesa para cumprimentar Antônio e o restante da família. Sabia que as pessoas poderiam ser falsas, mas o nível de falsidade da família Novaes era surreal.

- Tenho sorte de meus filhos estarem bem acompanhados. - se gabou ele. - Minhas futuras noras são jóias para mim.

Lira aceitou que o homem beijasse sua mão e sorriu como se a poucos instantes nãos estivesse mandando Bruno cuidar de Fabiana.

Eu tinha chegado no meu limite e foi quando Alexandre voltou para mesa e pediu desculpas pela demora e mais uma vez tentou me tocar.

- Quero ir embora. - digo para ele. - Se não poder ir, tudo bem, vou sozinha.

- Olhe para mim. - pediu ele segurando meu queixou. - O que aconteceu?

- Fabiana.

E isso foi o suficiente para que entendesse tudo.

- Me dê alguns minutos e vamos embora.

Quando virei minha cabeça toda sua família nos observavam curiosos quanto ao conteúdo de nossa conversa sussurrada.

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