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Sem revisão

Novaes

Eli está conversando de forma animada com uma conhecida. Gosto de vê-la assim mais leve e sorridente, pois não é o tempo todo que está assim. Quando a dor e a saudade aperta, fica mais calada e emotiva. Entendo sua dor, senti o mesmo quando minha mãe se foi.

Agora quanto ao casamento, tenho realmente pressa em me casar, pois quando descobrir o restante da história, vai correr para longe de mim e quero ter condições de ir atrás como seu marido e não um simples namorado.

Não quero parecer insensível aos seus sentimentos, só que vou pressioná-la sempre que puder para que organize tudo o mais rápido possível.

- Precisa ficar muito tempo? - indagou se aproximando de mim. - Meus pés não aguentam mais esse salto.

Balancei a cabeça, pois antes de sairmos de casa, pedi que trocasse de sapatos e claro fui ignorado.

- Não precisa falar "eu te avise", estou ciente disse. - disparou fazendo bico. - Podemos ir?

Me despedi de alguns conhecidos, do anfitrião e então fomos embora.

- Quero lanche. - disse ela em um rompante. - Com batata frita e milkshake. De morango!

Eli tinha comido antes de sair de casa, não poderia estar com fome. Só que não era nem louco de dizer alguma coisa. Paramos em uma lanchonete e fiz o pedido conforme queria. Me assustei com o modo que devorou tudo e antes de chegarmos em casa, não havia sobrado nada.

- Acho que comi demais. - reclamou o chegar em casa.

- Você acha? Me negou uma simples batata frita.

- Queria que seu filho nascesse com cara de batata frita?

Foi a minha vez de revirar meu olhos e achar graça do jeito dela. A observei a arrancar a roupa e seguir em direção ao nosso quarto.

- Não me contou o que achou da casa. - digo ao fechar a porta do quarto.

- É linda! Vai precisar de algumas reformas é claro.

- Então vamos comprá-la.

- Não quer nem conhecê-la antes? - indagou me encarando. 

- Não, acredito em seu bom gosto.

Enquanto tagarelava sobre a tal casa, não estava prestando atenção em nada do que estava dizendo. 

- Alexandre! Você está prestando atenção no que estou falando!

- Claro. - afirmei rapidamente.

- Sei.

Ela usava apenas uma calcinha e tudo que conseguia fazer era olhar para sua barriga ainda inexistente. Nós íamos ser pais, constituir uma família. Não foi do jeito tradicional que todos esperavam, mas estava dando certo e era isso que importava.

- O que foi? - indagou quando percebeu que estava olhando. - Se achou que iria me ver bonita o tempo todo, isso não vai acontecer. Essa é a realidade.

Ela já havia retirado a maquiagem, prendido o cabelo e vestiu uma camisola nada atraente e mesmo assim para mim estava linda. Devo estar com a cegueira de todo o homem apaixonado.

- Acho que vou tomar um sorvete.

Antes que conseguisse sair do quarto a puxei para meus braços e cheirei seu pescoço.

- Pensei que estivesse cheia do lanche.

- Estou cheia de lanche, não de sorvete. - rebateu rapidamente. - Agora vá procurar um filme enquanto vou buscar o sorvete na cozinha.

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