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Sem revisão

Eli

- Precisa se acalmar. - disse Alexandre. - O avião já pousou, logo vai avistar Alina.

Estava empolgada para rever minha amiga. Agora estava mais leve e a morte de meus pais não está tão latente como antes. Avistei Alina e me afastei rapidamente de Alexandre e fui ao encontro dela. Nos abraçamos longamente e claro estava chorando quando me afastei.

- Olha essa barriga! - disse ela admirada.

Minha barriga estava mais evidente e ao contrário do que imaginei, estou me sentindo cada vez mais bonita. Gosto de ver as transformações em meu corpo. Estou gerando uma vida e isso ainda é surreal demais para mim.

- Bem vinda Alina. - disse Alexandre.

Seguimos para o carro sem soltar a mão dela. Tínhamos tantas coisas para conversar. Essa noite, Alexandre iria dormir sozinho.

Assim que chegamos em casa ele saiu. Me sentei na cama do quarto que minha amiga ficaria, esperando que saísse do banho.

- A casa ficou ótima. - disse se sentando do meu lado. - Tudo reflete a sua personalidade.

- Não quis nada muito cheio de coisas, simples e elegante foi meu pedido.

- Então me conte como está tudo por aqui.

Não contei muita coisa para Alina, não era uma conversa pra se ter ao telefone. E também agora que já havia passado tudo, seria mais fácil contar.

- Nem sei o que dizer. - disse surpresa. - Seu pai sempre me pareceu tão correto.

- Também foi um choque para mim, demorou um tempo para assimilar tudo, mas agora estou bem. - afirmei para ela. - Apesar de tudo, me dói demais a perda deles.

Alina me abraçou quando uma lágrima solitária rolou pelo meu rosto. 

- Deveria ter me contado isso antes, teria vindo para ficar do seu lado.

- Não, era algo que precisava fazer sozinha. Acho que isso me fortaleceu como mulher. - digo me afastando dela. 

Ficamos ali conversando mais um tempo e nem percebemos a hora passar. O horário de almoço chegou e Alina só desejava comer arroz e feijão.

- Sinto tanta falta disso! - disse depois de provar a comida. - Não existe comida melhor que a brasileira.

- E que tal um brigadeiro de sobremesa?

- Tem que ser na panela! - exigiu ela.

Isso era algo que sempre fazíamos no passado. Assistir um filme, comendo brigadeiro em uma tarde no meio da semana. Isso antes de nossas vidas mudarem drasticamente.

Meu celular tocou e era Alexandre avisando que faria uma breve viagem para Brasília, mas que voltaria no dia seguinte. Ele tem evitado viajar para não me deixar sozinha. 

- Hoje podemos fazer uma noite do pijama como antes. Alexandre vai viajar e ficaremos sozinhas.

- Pizza, sorvete e brigadeiro!

Depois do almoço, havia marcado uma reunião com a empresa que cuidaria do casamento. A mulher era bem simpática e foi muito tranquilo escolher tudo que precisaria. Não seria algo grande. Apenas poucas pessoas convidadas e um almoço. Viajar em lua de mel não seria possível, mas também não me importei. Por hora queria curtir minha casa, teria muito tempo no futuro para viajar.

No final da tarde fomos para o shopping, estava conversando animada com Alina quando percebi que simplesmente parou. Olhei para direção que estava olhando e percebi que era seu pai. Esse é um assunto delicado para ela. 

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