𝑻𝒉𝒆 𝑶𝒖𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 | 𝗛𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗛𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻

[26] Pôr-do-sol.

– 🌷: lee mi-suk

3 dias depois...
( 28/03/1452 )

Dia de folga. Após tanto trabalho e cansaço, o dia livre, finalmente, havia chegado para nós, os empregados.

Felix, como de costume, desceu até a aldeia, levando consigo uma carta minha destinada à Han Jisung. Tais atos já tinham por se tornado rotina quando os nossos dia de folga vinham.

Agora, eu encontrava-me sozinha em meu aposento. Sentada na beira da cama, tentando decidir o que faria nestas vinte e quatro horas sem esforços. Batia o pé contra o chão repetidamente, fazendo um barulhinho chato soar pelo cômodo.

Realmente não fazia ideia do que poderia exercer para preencher
o meu tempo tedioso.

Cantei. Andei pelos quatro cantos daquele quarto. Dancei. Pintei.

Nada de produtivo.
As horas não pareciam passar.

Soltei um suspiro alto e desgastado, sentindo um tremendo tédio consumir-me completamente. Por isso, joguei-me sob a cama, fazendo-a estremecer em contato repentino com meu corpo. Encarei o teto por um momento, então, olhei para o lado, na direção do sofázinho azul de Yongbok.

Como de costume, estava bagunçado. Havia nele alguns travesseiros, lençóis, roupas, livros...

"Livros"

Sem hesitação, levantei-me, como se minha mente pudesse clarear de repente. Encarei os objetos por uns segundos, até ter uma ideia brilhante:

Voltar á biblioteca.

Sorri convicta e corri até meu armário, afim de procurar uma roupa leve, porém decente. Ah... Parece que aquelas noites incríveis estavam voltando.

[...]

Toquei a maçaneta, então adentrei ao lugar. Era tão maravilhoso quanto eu conseguia me recordar. O cheiro amadeirado invadindo minhas narinas, enquanto eu fechava os olhos e o inspirava fortemente, me fez sentir como se eu pudesse voar, tocar as nuvens. Há meses eu não sentia esta maravilhosa sensação.

Abri os olhos outra vez, notando a luz do sol refletir em minhas pupilas dilatadas. Suspirei e, tomando coragem, andei até o sofá em que eu e Hyunjin costumávamos descansar, ou melhor, viajar. Passei a mão por seu acolchoado cinza, conseguindo rever tudo o que acontecia naquele móvel.

Um sorriso torto tomou
conta dos meus lábios.

Meu Deus, que saudade...

Desviando-me daquele tremendo deja vú, deslizei meus pés até as estantes que pairavam no final da biblioteca. Uau, aquelas estantes realmente me trazem memórias assustadoras, porém, também, engraçadas. Olhei os livros, notando que estavam todos em seu devido lugar. Sun-Oh realmente os devolveu.

Sem ao menos perceber, liberei uma risada fraca, lembrando-me do grande "quase" que houve naquela noite.

Fiquei parada lá por um momento, como se pudesse ver os dois jovens ali, abraçados, com medo, escondidos no cantinho da parede bege. Arfei, sentindo, por alguma razão, meu coração apertar.

Sinto tanta falta daqueles momentos com Hwang. Tanta, mais tanta falta...

Meus olhos castanhos, por alguma razão, encheram-se de lágrimas tristes, deixando minha visão turva. Livrei-me delas rapidamente, não querendo cair no choro – bom, pelo menos, não agora.