[22] O colar de rubi.

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🌷: lee mi-suk

1 mês e alguns dias depois...
( 13/02/1452 )

Acordei com o brilho solar refletindo em meu rosto, encandeando-me e forçando-me à abrir os olhos. O canto do vento batia na janela, fazendo um barulho chato e até assustador.

Mais uma manhã estava se
iniciando em nosso belo reino.

Levantei a cabeça preguiçosamente, podendo ver Felix apoiado na parede que sustentava a única janela de nosso quarto. Ele olhava através do vidro, observando o grandioso mar azul. Seu rosto sardento estava sério e um pouco inchado – provavelmente, havia acabado de acordar –, assim como seus olhos rasgados. Os cabelos bagunçados entregavam o tamanho cansaço que Yongbok sentia. Todos nós estávamos chegando ao nosso limite.

Ele arfou, desgastado.

— Lixie? — murmurei, fazendo meu irmão olhar para mim em resposta.

O loiro sorriu fraco para mim, igualmente à como sempre fazia em todas as manhãs.

— Bom dia — disse, a voz grave ecoando pelo cômodo.

— Que horas são? — perguntei coçando os olhos, e o Lee mais velho direcionou seu olhar para o horizonte.

— Umas cinco e meia, acredito.

Respirei fundo, despertando completamente de meu sono.

— Por que não me acordou?

— Você estava dormindo de uma forma tão tranquila... — ele riu fraco. — Eu fiquei com pena e te deixei dormir.

— É, mas eu poderia ter me atrasado e levado bronca, sua mula — reclamei.

Ele me olhou com cara de tédio, mostrando a língua logo depois. Eu ri como resposta, sentando na cama em seguida.

Bocejei enquanto esticava o corpo, espreguiçando-me. Yongbok retornou seu olhar para adiante da janela, suspirando cansado quando notou uma certa agitação no mar. O encarei, confusa.

— É o meio de fevereiro e as pancadas de chuva estão vindo — começou. — Tão fortes que podem até causar uma tempestade.

Meu coração acelerou e minha garganta se apertou. Na última vez em que Dozza recebeu uma tempestade, não foi algo tão agradável assim, causando estragos que, até hoje, podem ser vistos em algumas partes do nosso reino. Meu corpo se arrepia só em lembrar daquilo.

Felix notou meu desconforto.

— Ei — olhei para ele —, esta possível tempestade não será como a de dez anos atrás, certo?

— Lix...

Vai ficar tudo bem — sorriu, confortando-me.

Me forcei à sorrir também, afinal, não queria que mais energia ruim tomasse conta do meu ser. Nós já estávamos numa situação deplorável demais para ficarmos nervosos e ansiosos. Não podíamos sentir tais coisas. Não agora.

Linyah não nos permitia.

[...]

Já estávamos na metade do dia, trabalhando normalmente. Mechas do meu cabelo castanho caíam na frente dos meus olhos durante este tempo, distraindo-me várias vezes e recebendo reclamações como consequência. Eu e as outras criadas fazíamos as tarefas pelas quais foram destinadas à cada uma. Era, apenas, mais um dia normal e exaustivo.

𝑻𝒉𝒆 𝑶𝒖𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 | 𝗛𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗛𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora