[35] Fim da Paz.

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O castelo emitia dor.
A espada pingava sangue.
O coração batia em desespero.

Hyunjin e Mi-suk corriam de mãos dadas pelos corredores vazios e escuros do palácio, tendo Yongbok logo atrás. A Lee nunca se aliviou tanto quando viu seu irmão seguro, escondido entre as paredes – mas quase desmaiou quando notou seus lábios cortados e a pele ferida e vermelha.

O barulho dos soldados correndo em conjunto atrás do jovens soava ansioso e assustador. Era o único som que aquele lugar possuía agora.

Antes tão movimentado, barulhento, animado e cheio de música; agora, está vazio, com sangue manchando as paredes e os instrumentos quebrados.

Mas não tão quebrados quanto os corações do Hwang e da Lee.

Todos os habitantes do castelo haviam fugido. Feridos ou inteiros, apenas saíram do lugar quando os soldados europeus pararam os ataques. A aldeia também não sofria mais ameaças, embora os corpos mortos não tivessem sido eliminados das ruas e as pessoas não houvessem se tranquilizado.

Alguns navios de MacGyver já sumiam no horizonte, machucando o oceano com seu peso. Levavam ouro, jóias, especiarias. Quase nada restou em Dozza, mas não podiam carregar tudo, a menos se quisessem que o plano de Linyah desse errado. Ela com certeza mataria os responsáveis por sua falha.

Outros navios esperavam pela princesa no porto, já tendo alguns de seus soldados e apoiadores dentro deles. A missão não estava concluída, não até encontrar Hyunjin, Felix e Mi-suk.

Não havia um espaço dentro daquele castelo que estivesse seguro, limpo ou vazio. Os vermênianos destruíram tudo, deixando a mobília em pedaços e as paredes com buracos. Nem parecia mais um lar da realeza. Era visivelmente perturbador.

Por sorte, o príncipe conhecia sua casa como a palma da própria mão, e guiou os mais novos pelos degraus mais fundos, onde mal existia luz e as paredes não tinham acabamento. Tal lugar era usado como esconderijo em batalha, assim como os túneis – os quais tinham entrada e saída totalmente bloqueadas.

Os jovens iam em passos apressados, e com corações amedrontados. Suas respirações eram ofegantes, e o sangue em seus rostos e corpos escorriam e sujavam o chão de pedra. Nunca doeu tanto se mover.

O barulho das pisadas aumentava cada vez mais. Os homens chegavam perto, e a morte parecia certeira. Não havia mais forma plausível de se escapar das lâminas das espadas.

Cansados de correr, o Hwang e os Lee se esconderam na brecha de uma parede, respirando ofegantemente. O ruído das pisadas crescia.

A garota chorava. Jamais se sentiu tão apavorada. O príncipe tremia. O australiano se sentia tonto.

— Temos que nos separar — Felix sussurrou, tão baixo que os outros quase não puderam ouvir. — Eles ficarão confundidos se ouvirem dois ritmos de passos.

Mi-suk agarrou o braço do irmão.

— O que quer dizer? — ela perguntou assustada, com os olhos lacrimejados, encarando o rosto do mais velho.

Ele pôs a cabeça para fora, vendo que o caminho livre logo seria preenchido por europeus assustadores.

— Eu vou pelo caminho oposto, vocês continuam o percurso.

Lixie, não. . . — a mais nova apertou a pele do loiro, o qual segurou firmemente o seu pulso. As lágrimas escorriam pelo rosto da menor, e logo cairíam pela bochecha do outro.

— Eu vou ficar bem, prometo.

— Yongbok — Hyunjin interveio —, pode ser perigoso. . . — o mais novo interrompeu.

𝑻𝒉𝒆 𝑶𝒖𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 | 𝗛𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗛𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora