[ para ouvir enquanto lê para melhor experiência: Orbit – Hwasa ]
O sol brilhava dentro do salão. O silêncio era o maior barulho do lugar, tão alto que até se doía os ouvidos. O suor escorria pela espinha do príncipe.
Sem esperança, sem amor, sem vida.
Nada mais o restava a não ser uma coroa dolorosa e uma rainha que não amava.
Com as mãos trêmulas segurando as dela, ele respirava incontrolávelmente, sentindo um desconforto que, em seus vinte e dois anos de uma vida miserável e feia, nunca havia sentido.
Queria chorar, gritar e fugir, mas não podia. Se sentia como uma criança perdida no meio da floresta, sem ninguém para o proteger.
A pergunta feita apenas alguns segundos atrás – que parecia mais horas infinitas – deixava seu eco entre as paredes, aguardando por uma resposta. A qual Hyunjin não conseguiu dar, até agora.
O rei estava prestes a esbofetiá-lo se não respondesse em menos de dois minutos. Tamanha pressão nunca havia caído sob suas costas.
E ter Han Jisung o encarando, o reino todo esperando, e Mi-suk chorando entre os corredores, só deixava tudo ainda mais difícil.
Seus joelhos enfraqueceram.
— Bem. . . — a voz falhou. — Poderia repetir, por favor? Será a última vez.
O padre hesitou, porém assentiu. Foi-se possível ouvir o suspiro irritado do rei Dong-yul no cantinho do altar, perto dos tronos. Provavelmente revirou os olhos com força.
Linyah cerrou os dentes. Se suas mãos estivessem livres, as teriam trancado também – por isso apertou a pele do mais novo à sua frente.
Hyunjin mordeu o lábio inferior, tentando conter o incômodo, a dor física que a loira o fez sentir. Ela era forte, mais do que aparentava.
A voz do padre soava de novo, repetindo aquelas palavras cortantes e assassinas pela terceira vez. A mente de Hyunjin não parou de trabalhar. Estava dividido entre viver por ela ou morrer por ela. Todas as opções pareciam ruins, não faria muita diferença.
Porém, se dissesse "sim" e vivesse, passaria o resto dos seus dias amargurado, sem rumo, completamente maluco. A dor em seu coração só aumentaria a cada hora, já que poderia ver sua amada, mas não conseguiria tocá-la, demonstrar seu amor. Estaria vivendo, entretanto, com outra mulher dormindo ao seu lado, esta que o perturbaria sempre que tivesse oportunidade.
E, se dissesse "não" e morresse, ainda teria um pouco de tempo ao lado da moça que amava antes de cruzar a linha da vida. Poderia tocá-la e dizer que a ama nos seus últimos minutos de vida. E assim, quando tivesse a pele perfurada pela espada ou o pescoço pendurado numa corda, iria para um lugar tranquilo. Sem Linyah para deixá-lo triste, porém sem Mi-suk para deixá-lo feliz. Ficaria sozinho, mas sozinho em paz.
Mi-suk, Felix, seus amigos, o reino e talvez seus pais ficassem tristes. Doía só de imaginar a Lee chorando desesperadamente. Mas, assim como todo mundo, ela superaria isso, e saberia que Hyunjin morreu satisfeito, pois recusou-se a dar seu coração para alguém que não merecia.
Então sim, neste momento,
morrer era a melhor opção.As últimas sílabas se foram pronunciadas, e assim, convicto, o príncipe levantou a cabeça, com as sobrancelhas juntas e uma expressão séria e determinada. Ele olhou na direção dos meninos, e viu Jisung o encarando. O Han assentiu, guiando o mais velho para o caminho certo.
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𝑻𝒉𝒆 𝑶𝒖𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 | 𝗛𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗛𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻
Fiksi PenggemarUm jovem príncipe apaixona-se profundamente por uma plebéia, filha da empregada do castelo. Seu romance se torna quase impossível quando descobrem que ele está predestinado à casar com a princesa de um continente próximo para fazer uma aliança comer...