[33] O Temido Casamento : 2/2 :

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[ para ouvir enquanto lê para melhor experiência: Orbit – Hwasa ]

O sol brilhava dentro do salão. O silêncio era o maior barulho do lugar, tão alto que até se doía os ouvidos. O suor escorria pela espinha do príncipe.

Sem esperança, sem amor, sem vida.

Nada mais o restava a não ser uma coroa dolorosa e uma rainha que não amava.

Com as mãos trêmulas segurando as dela, ele respirava incontrolávelmente, sentindo um desconforto que, em seus vinte e dois anos de uma vida miserável e feia, nunca havia sentido.

Queria chorar, gritar e fugir, mas não podia. Se sentia como uma criança perdida no meio da floresta, sem ninguém para o proteger.

A pergunta feita apenas alguns segundos atrás – que parecia mais horas infinitas – deixava seu eco entre as paredes, aguardando por uma resposta. A qual Hyunjin não conseguiu dar, até agora.

O rei estava prestes a esbofetiá-lo se não respondesse em menos de dois minutos. Tamanha pressão nunca havia caído sob suas costas.

E ter Han Jisung o encarando, o reino todo esperando, e Mi-suk chorando entre os corredores, só deixava tudo ainda mais difícil.

Seus joelhos enfraqueceram.

— Bem. . . — a voz falhou. — Poderia repetir, por favor? Será a última vez.

O padre hesitou, porém assentiu. Foi-se possível ouvir o suspiro irritado do rei Dong-yul no cantinho do altar, perto dos tronos. Provavelmente revirou os olhos com força.

Linyah cerrou os dentes. Se suas mãos estivessem livres, as teriam trancado também – por isso apertou a pele do mais novo à sua frente.

Hyunjin mordeu o lábio inferior, tentando conter o incômodo, a dor física que a loira o fez sentir. Ela era forte, mais do que aparentava.

A voz do padre soava de novo, repetindo aquelas palavras cortantes e assassinas pela terceira vez. A mente de Hyunjin não parou de trabalhar. Estava dividido entre viver por ela ou morrer por ela. Todas as opções pareciam ruins, não faria muita diferença.

Porém, se dissesse "sim" e vivesse, passaria o resto dos seus dias amargurado, sem rumo, completamente maluco. A dor em seu coração só aumentaria a cada hora, já que poderia ver sua amada, mas não conseguiria tocá-la, demonstrar seu amor. Estaria vivendo, entretanto, com outra mulher dormindo ao seu lado, esta que o perturbaria sempre que tivesse oportunidade.

E, se dissesse "não" e morresse, ainda teria um pouco de tempo ao lado da moça que amava antes de cruzar a linha da vida. Poderia tocá-la e dizer que a ama nos seus últimos minutos de vida. E assim, quando tivesse a pele perfurada pela espada ou o pescoço pendurado numa corda, iria para um lugar tranquilo. Sem Linyah para deixá-lo triste, porém sem Mi-suk para deixá-lo feliz. Ficaria sozinho, mas sozinho em paz.

Mi-suk, Felix, seus amigos, o reino e talvez seus pais ficassem tristes. Doía só de imaginar a Lee chorando desesperadamente. Mas, assim como todo mundo, ela superaria isso, e saberia que Hyunjin morreu satisfeito, pois recusou-se a dar seu coração para alguém que não merecia.

Então sim, neste momento,
morrer era a melhor opção.

As últimas sílabas se foram pronunciadas, e assim, convicto, o príncipe levantou a cabeça, com as sobrancelhas juntas e uma expressão séria e determinada. Ele olhou na direção dos meninos, e viu Jisung o encarando. O Han assentiu, guiando o mais velho para o caminho certo.

𝑻𝒉𝒆 𝑶𝒖𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 | 𝗛𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗛𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora