Vita deu um sorriso torto para Lena, que ao mesmo tempo que parecia orgulhoso, parecia decepcionado. Mas pelo menos a cabeça dela estaria descansando. De cara, já recebeu um livro que parecia antigo, com uma capa marrom de couro levemente amassada. Ela abriu e viu várias anotações, desenhos, símbolos, palavras em outras línguas...
-Isso parece... Essa letra...
-Criança, está na hora de eu te contar uma coisa.
-O que foi, Vita? – elas começaram a caminhar em direção ao laboratório. – Contar o que?
-Há 200 anos, quando as fadas de Krypton ainda caminhavam entre nós, tínhamos a possibilidade de viajar entre mundos. Nada disso de portais, naves especiais, nem nada científico. Era pura magia. Puro pó de fada e nada mais. Elas foram todas extintas, mas antes disso fizemos algumas alianças com bruxas de outros planetas. Eu e meu coven. Em algum momento na Terra conheci uma que se chamava Elizabeth. Antes de sermos extintos e o planeta colapsar, ela disse que estava parando de ser feiticeira. Encontrou alguém que fez a vida ter mais sentido sendo humana... Do que uma bruxa. E assim fez por alguns poucos anos, mas logo foi caçada por uma pessoa bem mais maligna e infelizmente morreu em desespero, entregando-se ao elemento que mais tinha domínio. A água.
-Eu não sou tão burra pra achar que tudo isso pode ser coincidência. A maneira como morreu, o nome... Você conheceu minha mãe? – Lena estava tremendo e os batimentos cardíacos estavam acelerados.
-Sim, minha querida. Eu a conheci. E ela sempre soube que um dia nos encontraríamos. Ela pediu para que não te contatasse e não te contasse até que decidisse ser quem verdadeiramente é. Mas... Sempre te amou mais do que tudo. Fico muito feliz em ter essa oportunidade de te treinar, sabendo que é filha de uma grande amiga.
-Minha mãe tinha... 200 anos?
-Você só prestou atenção nessa parte, diabinha?
-Não! Não, quer dizer... Eu nem acredito que você conheceu minha mãe, mas... Ela era uma bruxa, conhecia você e agora eu te encontro? Isso é coincidência demais pro meu gosto.
-Não existem coincidências. É o destino.
-Aff, tá bom. – ela sentou-se, ainda tremendo. – É informação demais pra minha cabeça. Vita eu posso te dar um abraço? Você é a pessoa mais próxima que eu tenho da minha mãe agora. – ela nem conseguiu falar mais nada, a própria bruxa a abraçou e assim permaneceram por um tempo. Lena se sentiu aconchegada.
-Tá tudo bem meu amor. Mas ainda vai entender que eu não sou a mais próxima da sua mãe. É você mesma e a sua magia. A herança de poder que ela lhe deixou. E espero poder fazer você usar corretamente.
-Eu vou dar o meu melhor. – ela suspirou. – Cara, quanta coisa pra digerir. E que saudade da minha mãezinha irlandesa.
-Irlanda... A terra da magia no planeta Terra. É muito lindo de fato. Mas estamos nos aproximando do jantar. A rainha Allura logo irá nos chamar e você já teve um dia bem longo, cheio de informações. Dá uma foleada nesse livro e amanhã começamos o treinamento. Já tenho um quarto de hóspedes esperando você, caso não queira voltar para o castelo...
-Eu não vou. Quero ficar com você. Ela vai estranhar, mas eu arranjo uma desculpa pra isso.
-Eu te ajudo, se isso te fizer sentir melhor.
-Eu já não sei de nada.
-Seja você mesma. Agora vamos.
Elas seguiram para o castelo e lá encontraram o pessoal jantando junto. Sara, Ava e Laurel estavam à mesa também e Ava conversava com Allura na maior intimidade, rindo e aproveitando. Ela tentou não chamar atenção e sentou-se na mesa do outro lado de Kara, mas logo reparou que havia chegado.
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I'll be watching you (Supercorp)
FanfictionKara e Lena eram melhores amigas de infância, porém tiveram que se separar por conta do destino. Quando adultas, Kara se torna uma grande capitã do distrito de polícia de National City que precisa enfrentar um assassino misterioso que vem atacando p...