CAPITULO 09

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FLORENÇA, ITÁLIA || AMÉLIE PETROVA

Adentro o restaurante e passeio os olhos pelo lugar, está movimentado e isso faz um pequeno sorriso surgir em meus lábios, em meio aos muitos clientes eu posso avistar o casal que os atende, papai está no balcão e se divide entre os clientes e a pequena janela de acesso ao interior, onde provavelmente mamãe está comandando a cozinha, eu me aproximo do balcão.

—Bom dia, como posso ajudá-la? —papai pergunta sem nem ao menos me encarar, eu sorrio pequeno descansando as mãos sob o balcão—.

—Uma porção de Ravioli e um tinto da vinícola da família, por favor. —respondo surpreendendo-o, ele ergue a cabeça rapidamente e me encara surpreso, um sorriso surge em seus lábios— Oi papà.

Bambina mia! —exclama sorridente dando a volta no balcão e vindo me abraçar, eu reviro os olhos, mas sorrio quando sinto o aperto de seus braços em volta do meu corpo— Por que não avisou que vinha? Teríamos fechado o restaurante pra te receber.

—Não tem necessidade, papai... eu vou almoçar por aqui e depois vou buscar a Lissa na estação. —respondo sorrindo e ele confirma com a cabeça, me aproximo e beijo sua bochecha longamente— Senti saudades.

—Nós também, meu amor... Vamos, sente-se, vou pedir pra sua mãe fazer aquele ravioli caprichado pra você. —confirmo sorrindo em direção a papai, ele deixa um selar em minha testa e volta para trás do balcão—.

Observo todo o ambiente, a música italiana ressoando pelo lugar em um volume agradável aos ouvidos me leva à minha infância, aos anos em que eu vinha aqui depois da escola, encontrava com mamãe, seus bolinhos de passas e um enorme copo de leite, ou com vovó e seus bolos deliciosos. Quando cresci e comecei a faculdade, eu vinha para o jantar, geralmente comia uma massa —ravioli é a minha favorita— e pedia um dos vinhos da vinícola da família, sentava em uma das mesas perto da janela e tinha como companhia meu pai, nós conversávamos sobre coisas bobas.

O La Cucina di Kat foi aberto quando eu tinha três anos, minha mãe sempre foi apaixonada por cozinha e era uma ótima cozinheira, durante quase toda sua vida ela viu minha avó vender bolos de casa em casa, e pegou para ela o sonho de abrir o próprio negócio, tinha 28 anos quando eu nasci, ela diz que não fui um empecilho, mas um incentivo, e por três anos ela aperfeiçoou suas habilidades e fez cursos para finalmente poder abrir o La Cucina, demorou um tempinho para que o restaurante tivesse realmente cara de restaurante, e quase uma década para ele ser o que é hoje... um dos mais famosos de Florença.

Vários turistas passam por aqui e o lugar é cheio praticamente o dia todo, há dias em que uma pequena fila se forma do lado de fora na espera de uma mesa vaga. A vinícola da família já vem de gerações, os Vinhos Trova são famosos em grande parte do território italiano, meu pai é quem gerencia a vinícola hoje, herdou do meu avô por parte de mãe, já que ela dá sua total atenção ao restaurante, e posso garantir que a melhor decisão do meu avô foi deixar a vinícola com meu pai, ele à administra muito bem e até mesmo automatizou alguns processos, deixando tudo mais simples e rápido.

—Quando seu pai me disse que você estava aqui eu mesma precisei vir ver. —ergo os olhos do celular onde troco uma rápida mensagem com Alissa, sorrio a mamãe— Querida, quanto tempo!

—Oi mãe! —me levanto sorrindo e abraço a mais velha, o cheiro de baunilha e canela invade minhas narinas, o cheiro de Katharina Petrova—.

—Vamos, senta querida... nós temos muito o que conversar.

—A senhora não tem que comandar a cozinha não? Além disso, onde está meu ravioli? —questiono me sentando novamente e arqueando a sobrancelha em direção a morena mais velha, minha mãe dá de ombros— O que será da cozinha sem Katharina Petrova?

Weakness || A Carlos Sainz FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora