CAPITULO 17

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AMÉLIE PETROVA

O som no carro é a única coisa que impede um silencio mortal por um longo período, estamos dentro do esportivo há uns 20 minutos e eu já quero pular daqui. Observo a paisagem do lado de fora, composta por vários nadas, nem arbustos secos, mas ainda é melhor que encarar Carlos Sainz com sua carranca.

Estupido, babaca, um completo idiota que se acha dono de uma pessoa!

—Tá! Já chega! Eu cansei... por que você tá me ignorando? —eu viro minha cabeça em direção ao espanhol e o encaro completamente furiosa—.

—Você só pode tá brincando comigo! Realmente tá me perguntando por que eu estou te ignorando? —questiono cínica, ele me encara inexpressivo— Tá, vamos começar! Você me beija, me abandona no meio do nada, depois age como um príncipe encantado resgatando sua princesa num posto de combustível, coloca um milhão de palavras e pensamentos na minha cabeça. Pra melhorar, você tem um ataque de ciúme irracional de um cara que podia aliviar o meu estresse, me faz sair de um evento oficial e provavelmente me colocou em maus lençóis com o Mattia... tudo por puro capricho seu! Deixa eu te lembrar de uma coisa, Carlos... Nós não temos nada! Não vamos ter nada! Transamos uma noite e você acha que eu vou casar com você? Você foi um completo machista idiota, eu não sou um objeto ou um terreno pra você marcar território, seu imbecil! E mesmo se fosse, você seria a ultima pessoa a ter esse privilégio!

As palavras só saem, não tenho filtro, estou sendo motivada pela raiva do dia anterior, as ações do espanhol e toda sua pose idiota de macho alfa. Carlos fica em silencio, percebo por sua expressão que não ficou nenhum pouco contente com minhas palavras, mas quero mais é que ele se foda!

Até que ele suspira, respira fundo e para o carro no acostamento, no meio do nada... Esse idiota não vai fazer isso comigo de novo!

—Chega Amélie... chega de ser legal, de tentar alguma coisa, de lutar sozinho... eu cansei! —ele se vira em minha direção, está sério, um pouco magoado, mas os olhos estão furiosos— Sai da merda do carro e se vira pra voltar, agora quem não quer sou eu!

Eu o encaro por dois segundos, Carlos se estressa com a minha falta de ação, abre a porta do carona e tira o cinto do meu corpo, ele me encara bravo.

—Sai. Do. Carro! —exclama baixo, eu suspiro, deixo o veículo e observo o esportivo se afastar—.

Estou mais uma vez na frente de um posto de combustível, esse está vazio, sem nenhuma alma viva. Solto um grito enfurecido e bagunço os cabelos, nem mesmo duas horas de meditação mudam o meu humor.

—Idiota! Idiota! Idiota! Qual o problema desse imbecil? Ele sabe que isso pode trazer problemas pra nós, me confunde, depois age como um completo babaca territorial, e agora fica bravo porque eu disse algumas coisas na cara dele? Estupido! —exclamo chegando novamente no posto de combustível, está vazio dessa vez— Eu sabia que não devia ter me deixado levar de novo... Mas sou ainda mais idiota que aquele infeliz!

Encaro os dois lados da rodovia, nenhum sinal de movimento, o celular não tem sinal e eu estou completamente abandonada nesse fim de mundo sem conseguir me comunicar com alguém pra me buscar.

"...agora quem não quer sou eu!"

Solto um suspiro cansado, exausto, encaro a rodovia vazia e sinto meu coração apertar. Eu sabia que me machucaria de alguma forma se me envolvesse com alguém de novo, mas nunca imaginei que seria desse jeito; lutei durante tantos anos para me fortalecer, não me abalar com sentimentos ou relações, aí esse espanhol metido a babaca chega, bagunça tudo, me abala completamente e desiste assim... como se não fosse nada.

Weakness || A Carlos Sainz FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora