23° Capítulo

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- Pensei que era a única a sentir isso.- Falei sentindo as minhas bochechas ficarem vermelhas.

- Então é estranho.- Katsuki se levantou.- Vamos sair daqui antes que pensem que estamos fazendo algo errado.

- Sim.- Murmurei.

Abrimos a porta do banheiro e saímos do mesmo, depois eu me joguei na cama enquanto via Katsuki ir na direção da porta e abrir a mesma, antes de sair sem falar nada.

Senti que eu havia falado merda, mas agora não tem como voltar atrás.

Ele ainda deve estar mal, é uma pena eu não poder fazer nada sobre isso, porque eu já não sei lidar com os meus problemas, imagina com os dos outros.

No entanto, sei como ele se sente em relação a ser interpretado como inútil pelos seus pais - aqueles que ficaram com você durante toda a vida.

Só que, ao contrário de mim, ele não teve ninguém para lhe dar apoio durante a vida além de si mesmo, o que explica a dificuldade de se expressar no desabafo e não saber aceitar a ajuda.

Realmente, é uma pena eu não poder fazer nada.

Me ajeitei melhor na cama e fiquei olhando para o teto, ainda estava cedo demais para se dormir e sair agora do quadro é uma péssima ideia.

Pensei que ficaria no tédio, até que alguém bate delicadamente na porta e em seguida começa a abrir a mesma enquanto pede licença - apenas pela voz, pude saber quem era: Cateline.

- Desculpa por aparecer assim, trouxe o seu jantar.- Disse sorrindo e vindo na minha direção com uma bandeja, deixando a mesma ao meu lado na cama.

- Obrigada, é como se tivesse adivinhado que eu não iria querer sair desse quarto.

- Nem me fale, aquela discussão do príncipe e de seus pais deu a maior gritaria lá fora.

- Imagino.- Comecei a olhar para as comidas que havia na bandeja.

- Katsuki ficou muito mal com o que ocorreu, mas parecia mais tranquilo quando vi ele sair daqui.- Ficou um tempo em silêncio e depois fez uma cara de desconfiada.

- Nem pense nisso.- Franzi o cenho.- Não conheço ele o bastante para chegar nesse nível.

"Mas antes tu parecia querer."- Me repreendi mentalmente.

- Fala sério, você até agora não teve vontade de dar algumas bitoquinhas nele?- Perguntou rindo, e eu neguei com a cabeça.- Impossível!

- É sério.- Menti.- Ele pode ser um cara bastante atraente, mas acho que nunca iremos nos interessar um pelo outro.

- No caso VOCÊ não se interessaria por ele, porque o Bakugou parece que já está sentindo algo por ti.- Mexeu as sobrancelhas de uma maneira maliciosa.

- Para!- Dei um tapa na testa dela.

Ficamos falando sobre coisas aleatórias enquanto eu jantava, só que o problema foi quando terminei de comer, pois ela teve que ir embora.

Então novamente eu estava sozinha, sem saber o que fazer ali naquele grande quarto além de ficar pensando nos meus erros e nas coisas que poderia ter falado em diversos momentos.

Só que o mais estranho, é que na minha mente só se passavam os momentos em que eu passei com o loiro, além das paranoias que estavam começando a surgir sobre o que a Cateline falou dele "sentir algo por mim".

Cruzei meus braços e fiquei minutos pensando no quanto isso era impossível.

Até que - sim, mais uma vez -, de uma maneira repentina e totalmente contraditória de tudo que pensei, Katsuki entrou no quarto e estalou os dedos, fazendo com que as luzes se apagassem em um piscar de olhos.

Depois trancou a porta atrás de si e foi na direção da cama, subindo em cima da mesma e ficando por cima de mim.

Naquele momento, eu já podia sentir meu coração saindo pela minha boca, então imagina quando ele colocou uma mão no meu pescoço e começou a me beijar de uma maneira que nunca vi outro homem fazer.

E então...

Eu acordei.

Havia pegado no sono no meio de todo aquele conflito mental - deve ser por isso que foi estranho tudo ter acontecido tão rápido.

"Em Um Reino Distante..."Onde histórias criam vida. Descubra agora