"Em Um Reino Distante..."

12° Capítulo

Me sentei em uma cadeira próxima dos meus pais na mesa de jantar e soltei um suspiro por eles não saberem disfarçar que algo ruim aconteceu.

- Falem logo, por favor.- Resmunguei.

- Acho que você não vai gostar muito de saber.- Murmurou meu pai, e eu dei de ombros.- Tivemos que levar {Nome} para o calabouço.

- O quê?!- Franzi o cenho.

- Ela estava rosnando sem parar, Katsuki!- Minha mãe falou rispidamente.- Além de que se tornou uma ameaça quando conseguiu quebrar a porta de tanto que esfregou as garras nela.

- E se não quiser acreditar, vá ver o estado em que ficou o quarto dela!- O homem falou franzindo o cenho.

- Tá bom!- Me levantei abruptamente e saí da sala de jantar batendo os pés.

Fui até o quarto da princesa e fiquei paralisado, pelo lado de fora a porta estava com um buraco enorme, e se fosse olhar atrás dela, tinha várias marcas de garras por quase toda ela e com sangue pelo local em que possivelmente a pantera passou.

Em dentro do quarto, as cortinas estavam rasgadas, assim como as roupas de cama e as cobertas. Nas paredes tinham mais marcas e alguns móveis estavam quebrados e outros estirados nos cantos.

A panela que ela usou para tentar me acertar estava no chão, toda amassada.

Os travesseiros e almofadas estavam todos estraçalhados, como se ela tivesse mordido eles e chacoalhado de um lado para o outro, rasgando-os e espalhando as penas de dentro deles por todo o quarto.

No chão e na parede tinham algumas marcas de sangue, assim como haviam algumas alabardas - com suas pontas sujas do mesmo líquido vermelho - espalhadas pelo local.

Caí de joelhos no chão e fiquei tentando entender o porquê de tudo isso estar acontecendo, é como se a princesa estivesse se vingando pelo o que fizemos com o seu reino.

No entanto, eu não posso julgá-la, pois faria coisas piores para me vingar...

Enfim, me levantei rapidamente do chão e saí correndo até o calabouço, trombando com vários empregados no caminho e estranhando quando tentei ser impedido de ir para lá.

Por isso, ameacei aqueles que me impediam fazendo pequenas explosões com uma das mãos, até que finalmente cheguei onde queria.

Lá, no calabouço, ecoavam os rugidos da pantera, além dos sons dos animais raros e as bufadas de alguns dragões utilizados em ataques como aquele de ontem.

Segui reto - pisando em aranhas e tendo que aturar o cheiro de mijo de rato - e a cada passo os rugidos da pantera ficavam mais altos junto com o aumento da minha tensão.

Comecei a imaginar o estado em que ela poderia estar, porque se levasse em conta o estado em que seu quarto ficou, com certeza se encontrava muito machucada.

Quando encontrei o lugar em que vinha os rugidos, vi que do outro lado da grade um animal se aproximava, o qual possuía olhos que brilhavam de uma maneira tenebrosa.

Assim que a pantera se aproximou mais da luz, pude ver vários machucados em seu corpo, o que fez uma dor insuportável surgir no meu peito.

Olhei no fundo dos olhos do animal e por meros momentos consegui ouvir a voz de {Nome} implorando por socorro, mas não tinha nada que eu pudesse fazer.

Teria que esperar passar esses três agonizantes dias.

Estava tão focado nos meus pensamentos, que dei um pulo para trás de susto quando o animal pulou na grade com intenção de me machucar novamente.

Nisso, escutei o barulho do sino vindo de fora do calabouço, o que me obrigou a sair correndo do local.

O som do sino significa que um guarda está saindo do reino para se infiltrar em outro, no entanto eu não conseguia entender o motivo de não terem me contado quem seria o sujeito e que a saída já iria ocorrer hoje.