13° Capítulo

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Abri as portas do castelo abruptamente, vendo a carruagem com o guarda já longe e meus pais nas escadas acenando para ele com sorrisos simpáticos em seus rostos.

Os empregados também estavam ali e eles olharam como se soubessem o que estava passando pela minha cabeça, o quão mal eu estava sentindo por não terem me avisado nada.

A partir disso, meus pais se viraram e a expressão de orgulho que havia em seus rostos sumiu.

Franzi meu cenho e virei as costas para os dois, os quais nem sequer chamaram meu nome para que eu voltasse até eles, afinal não iria voltar mesmo.

Caminhei por vários corredores até chegar na cozinha. Me sentei em uma cadeira que ficava no canto do cômodo, local onde eu sempre ficava quando era pequeno para me livrar dos xingamentos dos meus pais.

- Ficamos sabendo.- Frederico afirmou quando eu tentei dizer alguma coisa.- Você deve estar muito decepcionado.

- Realmente.- Bufei.- Porra, eu sou o príncipe, também tenho direito de saber das decisões.- Cruzei os braços.- Se bem que sempre foi assim.

- Não fique assim, Querido.- Aila disse enquanto me servia com um copo de chá de camomila.- Já foi ver como está {Nome}?

- Sim.- Bebi um gole do chá.

- Não conseguimos dormir direito por conta dos gritos e coisas do tipo que estavam pelo castelo.- Outra cozinheira, Matilda, comentou.

- Imagino, mas para mim foi só fechar os olhos que peguei no sono, mesmo não querendo.- Deixei o copo em um balcão ali perto.

- Deve ser por causa da magia daquela fada.- O filho de Frederico disse depois de entrar correndo na cozinha.

- Garoto, já não te disse para não entrar aqui?!- O mais velho o questionou colocando as mãos na cintura.

- Deixe ele, Frederico.- Murmurei, e o garoto sorriu para mim.- Afinal, errado ele não está.

- Achei ela muito bonita.- O menino disse rindo e depois saiu correndo antes que o cozinheiro perdesse a paciência.

Ficamos conversando até que decidi fazer algo que preste além de ficar pensando nos meus problemas e falar da vida dos outros, mas antes fui tomar um banho rápido.

☁︎~~~☁︎~~~☁︎

A hora do almoço foi a pior para mim hoje, pois meus pais estavam lá e algumas pessoas que eu nem sequer conhecia também.

Fiquei almoçando em silêncio a maior parte do tempo e, caso me perguntassem alguma coisa, só respondia o necessário.

Isso não agradou nada os meus pais, deu de perceber pelo olhar de canto que eles davam para mim. Mas não me dei ao trabalho de ligar muito para isso.

Saí da mesa e depois da sala de jantar segurando o meu prato que ainda estava com um pouco de comida - sentindo que a minha mãe estava se segurando para não me repreender.

Taquei o foda-se de volta, não sabia se {Nome} estava ganhando comida, então eu mesmo tive que ir confirmar.

No caminho, já no calabouço, sentia que havia algo de estranho naquele lugar, parecia que alguém estava me vigiando e que tinham coisas fora do lugar.

E eu só descobri o motivo dessa sensação quando cheguei na jaula da pantera, a qual não se encontrava mais ali - assim como a grade estava escancarada.

Senti meu corpo inteiro se arrepiar ao sentir uma respirada na minha perna, seguida de um rosnado forte.

Sem saber o que fazer, fiquei parado por alguns minutos. Em seguida, senti dentes segurarem o meu pulso e puxá-lo para baixo até que o prato de comida chegasse ao chão.

Então larguei ele e depois comecei a escutar o barulho do prato sendo arrastado. Pelo canto do olho, vi a pantera indo para um canto e começando a comer.

Lentamente, comecei a dar passos para trás, tentando ser o mais discreto possível para sair dali. Mas não funcionou, pois ela se virou para mim e ficou me encarando.

No entanto, no final nada acabou acontecendo, pois ela virou as costas para mim e voltou a comer - o que acabei interpretando como uma nova forma de tacar o "foda-se".

"Em Um Reino Distante..."Onde histórias criam vida. Descubra agora