"Em Um Reino Distante..."

31° Capítulo

Fui à cozinha, deixei meu prato com brutalidade na pia e em seguida me sentei naquele mesmo canto de todos os anos.

Os cozinheiros ficaram olhando para com confusos, mas não disseram nada, pois - com certeza - sabiam que não conseguiriam resolver o meu problema.

Não confio no Keigo de nenhuma maneira, além de que se {Nome} não fosse ficar brava comigo, eu já teria explodido cada pedacinho dele há muito tempo.

Deve ser porque aquela história de estuprador não saiu da minha cabeça ainda.

Fiquei ali pensando comigo mesma por vários minutos, até que meu pai apareceu na cozinha com uma expressão de preocupado, mas que logo sumiu ao me ver.

- Onde você estava?- Perguntou se aproximando.

- Estava passeando junto com {Nome}.- Afirmei.- Por que quer saber?

- Sua tia queria conversar mais com você sobre a princesa.- Disse com uma voz de tédio.

- Diga a ela que não quero.

- No caso você quis dizer "convença ela", porque apenas falar não adianta.- Riu.- Mas deixa comigo.

Ele saiu da cozinha, e eu bufei.

Ainda estou esperando por um dia de paz, no qual eu não precise me estressar e procrastinar tudo.

Sendo contado por:
{Nome} {Sobrenome}.

Fiquei conversando com Keigo até terminar de almoçar, depois voltei para dentro do palácio para levar minha louça para a cozinha e procurar Katsuki.

Ele deve estar bravo e sendo alimentado pelo ciúmes por eu ter ficado junto com Keigo, algo totalmente desnecessário - mas que fez ele ir embora em dois minutos.

Quando cheguei na cozinha, me surpreendi ao vê-lo de cabeça baixa em um cantinho do cômodo, além de estranhar por não haver ninguém ali.

Lentamente deixei a louça na pia e fui na direção dele.

Passei as minhas mãos pelos seus cabelos, o que fez ele se assustar e levantar a cabeça para me olhar.

Em seguida, franziu o cenho e cruzou os braços, e eu apenas abri um sorriso e tentei beijar o loiro, mas o mesmo virou o rosto e ficou encarando o nada.

- Não fica assim, vai.- Levei minhas mãos para o seu rosto e fiz ele olhar para mim de volta.

- Vai se fuder.- Segurou os meus pulsos.- Por que não ficou lá com o Keigo?

- Porque eu terminei de almoçar e queria te ver.- Murmurei.

- Se não tivesse terminado de comer, aposto que teria ficado lá com ele.- Se levantou após tirar minhas mãos de seu rosto.

- Katsuki, para com esse ciúmes.- Tentei beijar ele, mas falhei novamente.- Você não quer ficar comigo, não é? Porque se quisesse não estaria fazendo cena.

- Cena? Aposto que você amaria que eu ficasse te evitando enquanto conversava com uma garota.- Falou ríspido e soltou os meus pulsos.

- Eu não te evitei, você que não queira se juntar a conversa e preferiu ficar olhando feio para o Keigo.

- Ata, vai ficar se fazendo de sonsa e protegendo ele agora?- Bati em sua cara, deixando-o assustado.

- Não se atreva a me chamar de sonsa, porque eu não sou qualquer mulher para você ficar chamando do que você quiser.- Afirmei irritadamente.

- {Nome}...

- Cala a merda da sua boca, porque pelo jeito você não quer ficar comigo.- Interrompi e sai da cozinha, deixando ele paralisado.

Parece que todos os homens são iguais, todos acham que podem mandar em mim - mas estão muito enganados. Não sei porque cedi a esse loiro de bosta mesmo sabendo que ele poderia fazer isso desde o início.

Filho da puta do caralho, ele quer namorar comigo, mas não tem confiança nenhuma em mim - burro ou idiota?

Cheguei no meu quarto e me joguei na cama, me dando conta de que havia falado muitas coisas sobre mim para mais uma pessoa, a qual em seguida repetiu o mesmo erro que as outras; desistiu de mim.

Pensando nisso, acabei pegando no sono.