FALTOU TEMPO

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  Um ano se passou, eu estava treinando com meu pai e Leo que virou meu melhor amigo, e muitas coisas boas aconteceram, como por exemplo a volta do meu pai aos rings, ele foi lutar boxe na liga profissional e estava ganhando muito dinheiro (muito mesmo, lutando fora do país  e etc.) nessa altura, treinávamos: Kung Fu, boxe, Karate, Muay Thai, Jiu Jitsu, Hapkido, Taekwondo. E uma coisa que não era arte marcial mais meu pai achava essencial sabermos: Parkour.

  No dia 5 de maio de 2005, estávamos eu e Leo treinando socos e chutes um no outro e meu pai estava lendo seu jornal (como sempre), na parte de esportes. De repente começam a bater no portão do galpão, eu olhei para Leo preocupado, e ele o mesmo, e meu pai veio correndo em nossa direção chorando e disse:

  - Filho e Leo, vão até minha casa nesse endereço, lá terá tudo o que vocês precisam para vingar sua família Luquinhas, e seus amigos Leo, na casa dos fundos terá a ajuda, Leo, tome a chave da minha moto, fujam o mais rápido que puderem, vocês tem 16 agora, com 18 vocês ficarão com a minha casa, fique na casa de Lucas até lá ok Leo? - tudo isso ele falou em menos de 15 segundos.

  Com medo Leo respondeu:

  - Ok.

  Bem nesse momento entraram três homens de ternos brancos, e meu pai disse:

  - Vou tentar ganhar tempo para vocês.

  Ele esperou o trio chegar perto dele e começaram uma violenta luta, eu com vontade de ajuda-lo tentei ir, mas Leonardo me segurou e disse:

  - Cara, não, nós temos que ir.

  - O que você quer que eu faça? Que eu deixe meu pai morrer?

  - Lucas, eu também queria ajuda-lo, ele me deu um lar, ele me deu uma família, e alias, ele está tentando te proteger.

  Olhei para ele e percebi que ele tinha razão, então fomos correndo em direção à saída, no portão que estava arrebentado, olhei para trás vi meu pai sendo segurado por um homem em cada braço seu, e outro em pé ma sua frente, eu li em seus lábios: “Me vingue filho!”, logo após isso, o homem que estava de pé, puxou uma faca, e a colocou na garganta do meu pai, ele a limpou no próprio terno, que agora era branco com uma mancha vermelha.
Eles vieram na nossa direção, Leo me puxou e gritou:

  - Já falei pra vir logo!

Eu subi na moto, ele ligou e dei as coordenadas certas para ele chegar à casa da minha avó.

  Chegando lá eu subi em casa e falei:

  - Vó, esse é o Leonardo, pode chamar de Leo, ele vai ficar aqui em casa por dois anos pelo menos, e não adianta falar não, porque a minha mãe deixou essa casa para mim, passar bem.

  Sai andando em direção ao meu quarto e consegui ouvir Leo dizer:

  - Prazer sou Leo, não culpe o Lucas ele teve um dia bem difícil até aqui.

  Eu cheguei perto do banheiro, e falei pro Leo que estava atrás de mim:
  - Vai lá ao meu quarto, pode ligar meu vídeo game.

  - Tudo bem...

  Então eu me tranquei no banheiro, e comecei a chorar, quebrar tudo e gritar repetidamente:

  - Pai! Souzas! Por quê isso aconteceu? Eu vou vingar vocês! Fiquem calmos! “Família, fiquem tranquilos, eles irão pagar, a justiça chegará, eles vão queimar...”.

  Depois de meia hora lá dentro, sai e vi minha avó e meu amigo me olhando com uma cara de que encontraram um fantasma. Eu falei:

  - Quem morreu?

  - Eu que pergunto – respondeu minha avó.

  - Ok vó, respondo pra você, foi meu pai... O meu querido pai encontrou minha querida mãe.

  Ela ficou boquiaberta, e Leo voltou pro vídeo game e começou a assobiar como se nada estivesse acontecendo. Minha avó perguntou:

  - Como isso aconteceu?

  Na hora eu falei que estávamos andando na rua, cortaram a garganta dele, e o colocaram no galpão, tipo... 20% da verdade.

  À noite, Leonardo virou pra mim e falou:

- Lucas.

- Hum – eu falei concentrado no vídeo game.

- Quando que vamos à casa do seu pai?

  - Amanhã.

  - Onde é mesmo?

  - Deixa eu ver... Rua Ércole Ferre – 69.

  - Ok, vamos amanhã.

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