A GUERRA (PARTE 1)

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23:30 de algum dia de abril de 2014

É hoje. Hoje é o dia do fim da guerra entre o "esquadrão da justiça" (a gente tá se chamando assim, sem risadas), e a Máfia.

Falta apenas meia hora para pormos o meu plano em prática, e com certeza esse é o momento mais tenso da minha vida. É a primeira vez que eu estou com medo de morrer, é a primeira vez que sinto que isso vai acontecer...

Faz duas horas que estou sentado no meu quarto, olhando para a minha máscara, e tentando perder esse medo. Não posso ir pra lá pensando nisso.

Fecho os olhos e lembro de quando olhei na TV minha mãe sendo morta... e todo aquele medo virou ódio rapidamente!

Fecho os punhos quase sem perceber, e os mesmos começam a tremer levemente de tanta raiva que está dentro de mim.

Toda a minha concentração e parada por três batidas que ouço na minha porta.

Me acalmo e vou abrir. É Lara.

- Tá pronto? - ela pergunta.

- Sim.

- Então desce.

Eu faço que sim com a cabeça. Coloco meu traje na mochila e desço.

Todas as pessoas que amo, com exceção de Rebeca, estão nessa sala, todos nós nos encarando. Pois sei que nenhum de nós sabe o que será da gente a partir de amanhã.

Sabemos que hoje é o dia mais tenso de nossas vidas.

Eu, sei que hoje é o dia que coloco tudo a prova. Hoje irei ver se todos os meus treinos, minhas viagens, meu tempo perdido repetindo e repetindo golpes valeu de alguma coisa, ou tudo foi apenas um modo bobo de um garoto colocar na imaginação que seria possível se vingar.

- Bom gente - Leo começa - sabemos que hoje a luta é muito difícil, sabemos que a luta não é mais contra bandidos comuns ou adolescente delinquentes. Hoje iremos jutar contra aqueles que de certa forma nos inspiraram a fazer tudo isso. E sei que eu e Lucas, hoje sairemos de lá de cabeça erguida, e principalmente: vivos.

Todos nós passamos a nos cumprimentar com um tom de despedida. Porém vejo Gwen indo cabisbaixa para a cozinha.

Comprimento todos rápido e vou atrás dela.

- Ei, ei! - digo - o que foi linda?

- Lucas - ela suspira, e olha no fundo dos meus olhos, com os dela marejados - eu to com um pressentimento ruim.

- Como assim? Acha que eu não vou voltar?

- Talvez amor. Não sei ao certo.

- Relaxa. Eu não te prometi que vou embora caso sinta isso? Então. Vou cumprir.

Porém, eu tenho certeza que não irei cumprir isso. Eu amo essa cidade, prefiro perder a minha vida, do que ser indiretamente o assassino de muitos.

Eu encosto Gwen na parede e a beijo como se fosse o nosso último, pois se fosse, ela nunca esqueceria.

Ouço alguém tossir atrás de mim. Aquela tosse do tipo "parem, estou aqui".

Me viro e vejo Leo.

- Perdão atrapalhar, mas precisamos ir.

- Certo.

Olho no fundo dos olhos de Gwen e digo:

- Eu vou voltar. Te amo!

Beijo sua testa e entro em um dos meus carros.

Leo entra e vamos até a Mecânica.

Lá fazemos o habitual, vestimos os trajes e entramos no carro, que agora chamamos de Clara.

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