O PESADELO

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3 dias depois...

Todos estão aqui: eu, Lara, Leo, Sarah, Alexandre, Bárbara, Rebeca... Todos aqui no cemitério, vendo o pai de Gwen ser enterrado.

Ela está abraçada em mim, e não para de chorar. Me lembro de quando perdi meu pai, as vezes eu chorava de repente porque batia uma saudade, ou as vezes de raiva por terem matado ele.

Depois que a terra cobre todo o caixão, algumas pessoas começam a fazer alguns discursos. Primeiro minha sogra, após ela, a tia de Gwen, depois alguns amigos.

Enquanto as pessoas falavam, fiquei pensando que nunca tive a oportunidade de conhece-lo, que péssimo genro eu sou.

Gwen tentou se acalmar, eu passo as mãos nos cabelos dela mas ela continua chorando.

As pessoas começam a ir embora, Gwen se solta de mim e fica encarando o túmulo de seu pai. Eu falo:

- Quer que eu fique?

- Não precisa querido, pode ir. - ela fala tentando fazer um sorriso.

Eu sorrio de volta e começo a ir embora, e ela fica lá parada olhando para o túmulo. Encontro meus amigos na saída e Lara me pergunta:

- Lucas, a gente tá pensando em ir comer. Quer ir?

- Não, obrigado gente, mas acho que vou pra casa.

- Tá legal...

Eles se dividem em dois carros e vão embora.

Eu começo a andar até minha casa, não era muito longe do cemitério. Fico pensando que o final da minha luta contra a Máfia está bem próxima, só alguns dias me separavam da minha glória ou da minha perdição.

Chego em casa e vou direto ao meu quarto para revisar a matéria da faculdade.

Eu não tô aguentando mais esperar! Eu preciso botar esse plano em prática.

Troco de roupa e vou até a caverna. Vejo um saco de pancadas, passo a mão na minha coxa e vejo que ela não dói mais.

Arrisco alguns chutes fracos. Nada de dor.

Começo a arriscar alguns chutes mais fortes. Nada de dor, nem incômodos.

Sorrio, confiante, dou um chute com toda a minha força. Não sinto nenhum incômodo, muito menos dor.

Vou para a esteira. Começo com uma caminhada leve, e vou aumentando a cada dez segundos, de repente, já estou correndo, perfeitamente, sem nada me atrapalhar.

A recuperação do corte foi rápida, isso é bom.

Subo até meu quarto e pego meu uniforme, ele está rasgado em várias partes, Lara me ensinou a costurar, então vou fazer isso.

Pego algumas agulhas e linhas e costuro com as mãos as partes mais simples. E uso a máquina de costura para as partes grossas do traje.

Não tem nada pra fazer. Então vou até minha cama tirar um cochilo.

...

De repente estou aqui, na academia onde meu pai me ensinou tudo. Mas o que estou fazendo aqui?

Começo a mexer nas coisas, tudo exatamente como era: os tatames, o ringue de boxe, os sacos de pancadas, os materiais de musculação, os materiais de luta... enfim, tudo.

Ouço atrás de mim a porta de metal ranger, alguém está entrando.

Olho para trás e quase caio pra trás.

- Pai? - pergunto.

O homem sorri, tira o capuz que estava usando, revelando, é ele.

- Saudades filho?

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