O Sombra

NATÁLIA

- Então vamos fazer assim - Leo disse - nós vamos até onde guardamos o nosso carro, enquanto você rastreia. Você nos informa e de lá pegamos a garota.

- Certo - Bárbara responde.

- Daqui até onde o carro fica demora uns dez minutos, acha que consegue rastrear nesse tempo?

- Faço em 8!

Eu e Leo olhamos um para o outro com caras de: "ok né..." Saímos da caverna e fomos até a garagem de nossa casa pegar um carro qualquer. Pegamos um e partimos. De repente Leo pergunta:

- O que acha dela?

- Ela é bem convencida, mas pelo jeito não é sem razão.

- Verdade, mas será que dá pra confiar?

- Acho que sim, não falei pra ela mas, deixei ela trancada na caverna, no caso dela querer roubar informações ou até fazer mal a Sarah.

- Não fala isso cara.

- Leo, atualmente, com exceção de você, eu não sei em quem confiar.

- Tem razão...

O silêncio tomou conta do veículo por alguns minutos, até que vejo no relógio que eram 23h38min, ou seja, faziam oito minutos que nós tínhamos saído de casa, então peguei minha máscara, coloquei-a e chamei Bárbara pelo comunicador:

- Bárbara?

- Oi Lucas, já sei, quer saber se já consegui não é mesmo?

- Exatamente. Como está?

- Acabei no momento que você ligou. Já quer o local?

- Ainda não... e não me chame pelo nome pelo comunicador, e se alguém durante uma missão joga algum apetrecho na minha máscara e consegue ouvir as nossas conversas?

- Certo. Mas e eu? Vocês também estão me chamando pelo nome.

- Verdade... - penso um pouco até que digo - bom, você poderia se chamar Fantasma, pois não te vemos, só ouvimos.

- Achei legal - Leo comenta.

- Eu também - diz Bárbara.

Leo e eu chegamos na antiga academia e atual mecânica, pegamos o carro, e vestimos nossos trajes. Então Leo chama a Fantasma no comunicador:

- Fantasma!

- Estou ouvindo Soldado.

- Onde ela está?

- Ao que tudo indica, na antiga loja de brinquedos "diversão", sabe aquela que pegou fogo há uns anos?

- Sim, estamos indo, câmbio, desligo.

- Soldado - eu falo.

- Que?

- Onde você morava antes de viver com seus amigos? Digo, era com seus pais?

- Pra que você quer saber?

- Por nada, a gente nunca falou disso...

- Não gosto muito desse assunto, mas você é meu melhor amigo... bom, sim eu morava com meus pais, Paulo e Fabiana, meu pai era mecânico, e minha mãe costureira, e eu era filho único, e minha mãe tava grávida. Um dia a gente estava jantando, e bateram na porta, meu pai foi atender, ele ficou assustado quando abriu a porta, saiu e o homem que falava com ele começou a gritar: "cadê meu dinheiro?" E meu pai respondia: "calma, não da pra pagar agora" eles começaram a discutir, fui pra janela e...