A CASA

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Eu e Leo saímos de casa a pé em direção à casa de meu pai, chegamos lá e ficamos olhando para o portão de metal enorme que servia para a entrada de carros e a porta de mesmo material do lado, foi quando Leo disse:

- Não é melhor a gente passar no banco primeiro?

- Não.

- Por quê?

- Duas coisas: primeiro pois ainda temos 16 anos, segundo, existem outros meios para se abrir uma porta.

Nesse momento dei um chute na porta de ferro e ela abriu, entramos bem rápido e a fechamos na mesma velocidade para que ninguém nos visse, quando me virei tinham alguns carros na garagem, mas o que mais me atraiu foi um Ford Mustang II Concept de 1963 com capô, branco com a listra do meio azul (eu entendia um pouco de carros sim), eu entrei na casa ainda "trocando olhares" com a maquina, entramos já na cozinha, e na nossa esquerda tinha uma escada pra cima, e na frente uma porta, e eu falei:

- E agora? Porta ou escada?

- Vamos para cima, depois nós vemos a porta.

Concordei e começamos a subir, do lado da escada vi algumas fotos, uma do meu pai lutando, uma minha com ele e outra dele com uma mulher e uma menina, que eram parecidas, cabelos longos e olhos castanhos claros, pele bem branca, muito provavelmente a menina era a tal da minha irmã, Lara.

Quando chegamos no final da escada, vimos a sala, que era grande com a TV no final, na lateral esquerda tinha uma porta no final, e na direita três.

Leo me perguntou:

- E agora? Entraremos em algum lugar?

- Cara você faz muita pergunta em!

Ele levantou os ombros e disse:

- Ok então, vamos ver o quarto do fundo.

E nós entramos, era um quarto bem grande, cama de casal, suíte, e um saco de pancada, enquanto Leo mexia em tudo, fui em direção à varanda, saí, olhei para baixo e vi uma piscina e a tal casa dos fundos que o meu pai disse. Eu chamei Leo e falei:

- Leo, olha lá, a casa dos fundos.

- Verdade, aquela porta que a gente viu lá em baixo, deve dar na casa.

Eu concordei e descemos a escada em direção à porta. Eu abri e demos no lugar que vi da varanda, um quintal com uma piscina na direita e a casa dos fundos a mais ou menos 10m.

Fomos até a casa que já estava aberta, era uma casa empoeirada e pequena, com dois cômodos em baixo e dois em cima e um banheiro, estava no andar de cima quando Leo me chamou com um tom de "vem logo".

Eu fui correndo para o andar de baixo, olhei Leo olhando para todos os ângulos no cômodo menor, ele falou:

- Vem cá.

Eu entrei e vi um gravador, com um bilhete escrito: "Ouça Lucas".

- Nós temos que respeitar os mais velhos - eu falei olhando para Leo e rindo.

Dei play no gravador e ouvimos:

- Oi filho, se você está ouvindo isso é porque provavelmente já morri, você veio até aqui sem autorização, e brigou com o meu advogado... bom, mas o que você quer mesmo saber é da "tal ajuda" para a sua vingança, no chão, você verá um tapete preto, se você o levantar, verá uma portinha, abra desça e coloque a sua mão no lugar que parece uma mão azul piscando, já cadastrei a sua digital das tantas digitais suas que ficaram nas luvas que usou, ah já ia esquecendo, não sei se Leo está aí, mas cadastrei ele também, tchau filho, boa sorte.

- Tchau pai.

Depois que eu disse isso, fui na direção do tapetinho, o puxei e lá estava a pequena porta, eu abri, descemos uma escada que ia para baixo da casa, a escada era toda preta, longa, e no final, vimos a tal mão azul brilhando na parede. Eu perguntei pro Leo:

- E agora?

- Coloca a mão aí.

Eu coloquei e uma voz feminina eletrônica disse:

- Bem-vindo Lucas.

E uma porta de metal enorme se abriu.

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