O Sombra

O RETORNO

Depois de muito tempo no avião, (tempo até de mais), cheguei no Brasil.

Saí do avião, alonguei as pernas e braços, eu estava muito feliz por estar no Brasil de novo, porque agora eu ficaria realmente.

Entrei no aeroporto, e comecei a descer as escadas rolantes, quando ouço uma voz familiar:

- Salve Lucas!

Direciono minha cabeça na direção da voz, era Leo, acompanhado de uma mulher que eu acreditava ser Sarah: tinha cabelos ruivos e olhos castanhos claros, magra, e com algumas sardas.

E também estava com Lara, que me viu e na hora começou a chorar, cheguei no final da escada, ela veio na minha direção e me abraçou bem forte, eu devolvi o abraço na mesma força, ela me largou, e eu falei secando suas lágrimas:

- Calma maninha, eu voltei!

- Graças a Deus, não aguentava mais!

Sorri e fui na direção de Leo, apertei a mão dele e dei um abraço rápido

- Como você tá cara? - perguntei.

- Muito bem, e você?

- Também!

Depois fui falar com a ruiva:

- Sarah certo?

- Isso! Lucas?

- Isso mesmo!

- Leo falou muito de você.

- Eu imagino, esse aí me ama!

- Cala a boca otário - ele falou me dando um leve tapa na nuca.

- Eu sei. - Disse Sarah, bem baixinho pra mim.

Rimos nós dois.

Fiquei olhando para os três. Isso três. Porém eles eram tudo o que eu podia chamar de "família". Perdi minha mãe aos dez anos, meu pai aos dezesseis, e minha avó aos vinte e um! Então Leo, Lara e Sarah eram tudo que eu podia chamar de família.

- Leo, pode me ajudar a pegar minhas malas?

- Claro, você fica aqui com Lara amor?

- Sim. - respondeu Sarah.

Então eu e Leo fomos na direção daquela espécie de esteira onde ficam circulando malas. Enquanto esperávamos as minhas malas, perguntei:

- E o Alexandre?

- A gente perguntou pra ele se ele queria vir, ele falou que sim, mas não podia, tava muito ocupado com as paradas da faculdade.

- Aff, e a Sarah, você falou algo sobre a caverna ou por acaso já levou ela lá?

- A não ser que eu estivesse muito bêbado, não, mas eu nunca fico bêbado pois eu não bebo, então não! Nunca levei ela lá.

- Ainda bem.

- Por que? Não confia nela?

- Não é nela, só confio em vocês e no Alexandre agora, todos podem estar usando um terno branco por baixo da roupa. Não que seja isso, mas Sarah podia muito bem ser uma pessoa contratada por eles pra te espionar, ou até mesmo te matar. Mas confio nela agora, se você confia eu também.

- Nossa, verdade, mas não tem nada a ver!

- Temos que nos cuidar, agora que mataram meu pai, vão vir atrás de nós, aqueles três caras que mataram eles tem os nossos rostos.

- Mas além de nós, temos que cuidar das nossas pessoas mais próximas. E se quisermos protege-los, não podemos ser Leo e Lucas pois...

- Eu nunca pensei em ser uma dupla sertaneja... Leo e Lucas hahaha- Interrompi.

- Da pra ser sério uma vez na vida? Continuando... pois senão irão atrás deles, pra nos atingir por dentro.

- Verdade... mas espera... se nos derem um tiro, ou uma facada, a dor não será interna?

- Meu Deus, cada a boca! Você me entendeu...

- Sim - eu falei rindo.

Então minha malas passaram pela esteira, pegamos as quatro, e fomos em direção ao estacionamento.

Lá fora, bem de longe, vi "ele", o CJM, estava intacto, como se não tivesse sido usado, Leo falou que era porque ele sempre o arrumava na mecânica.

Ele ligou para Sarah, e pediu para elas virem para o carro. Quando chegaram, entraram, sentaram no banco de trás, e fomos para a minha casa.

No caminho Leo me perguntou:

- Você vai tirar habilitação?

- Pretendo.

- Ah bom, pensei que você não iria. Você tá com fome?

- Muita!

- Tá, vamos passar no Villa Lobos?

- Certo.

Como já estávamos em São Paulo, pois lá era o aeroporto, Leo foi para o Shopping Villa Lobos pois estávamos bem próximos.

Já no estabelecimento, fomos para a praça de alimentação, eu e Leo fomos em um fast-food, enquanto as meninas foram em um restaurante.

Enquanto conversávamos, comíamos, e ríamos muito, percebi que a minha família era pequena, mas a melhor que alguém poderia ter...