Best Of Joy | Michael Jackson

30. A ex

Paola Kendrick
Recanto Kendrick-Jackson, Londres
3 de julho de 2009, 06:21

— E você fez o quê? — Michael pergunta todo encantado pela história que Daniel está contando para ele. Daniel está contando sobre um dos atentados que ele sofreu em frente ao tribunal. Ele levou dois tiros que acertou seu braço direito e antes de o atirador atirar pela terceira vez, Daniel se abaixou evitando o tiro. O homem correu em direção a ele e Daniel o derrubou no chão e simplesmente se sentou em cima dele. Daniel tem 90 quilos e o homem era muito magrinho, apenas isso o fez parar. E Daniel ficou lá até que seus seguranças chegou e o entregou a polícia.

— Sentei nele como qualquer rapariga como eu faria! — Daniel fala quebrando qualquer expectativa que tínhamos. Michael dá uma gargalhada forte e tão alta. É maravilhoso ouvir sua risada.

07:46

— Nos vemos depois, minha linda — Daniel fala ao me abraçar. Já me despedi das minhas irmãs e agora estou me despedindo dele aqui na porta dos fundos. Ainda é impossível passar pelos portões principais — Cuida bem da sua amante para ela não desconfiar que o nosso casamento vai bem! — fala em um tom engraçado.

— Pode deixar — Michael diz entre risos — Muito obrigado por hoje, eu adorei as histórias! Aquela que a Petra buscou você no meio do mato porque foi "sequestrado", mas, na verdade, se perdeu lá bêbado, é a melhor!

— Ela tem que te contar, a versão dela é muito mais engraçada! — Dan ri — Muito obrigado você pela hospitalidade, espero você na minha casa amorzinho! — fala ao se distanciar. Daniel em passos decididos anda em direção ao seu helicóptero. De lá, Patrice, Pietra e Sophia acenam para nós.

— A sua família é incrível! — ele se vira para me encarar — Deve ser incrível ter todas essas pessoas tentando te animar sempre que algo dá errado ou quando algo ruim acontece!

— Realmente é, e agora você faz parte de tudo isso! — ele morde a boca para segurar um sorriso — Está melhor mesmo?

— Sim, estou! Foi apenas coisa do momento. Daniel jogou minha tristeza para longe com seu jeito engraçado e as histórias! — Michael ri — Você experimentou a torta que ele fez? É muito boa!

— Ele é um dos melhores cozinheiros da nossa família — digo orgulhosa — Estou feliz que esteja bem meu amor! — suspiro — Vamos entrar, vai que algum paparazzi consegue invadir nosso quintal.

— Tem razão! — Michael se distancia da porta e caminha pela cozinha. Fiona está lavando os pratos e Michael pega um pano de prato para secar os pratos. Estamos sem ajuda alguma por enquanto. Andarei pela casa depois e vê se realmente será necessário alguém para me ajudar ou se consigo fazer tudo sozinha.

— Você ouviu isso? — Michael pergunta com um sorriso no rosto. Ele deixa o pano em cima da ilha e corre para fora da cozinha. Vou logo atrás dele. Correndo, ele segue um corredor até o hall de entrada e então, escutamos risadas altas das crianças. Michael corre para as escadas de dois caminhos. Ele pega a esquerda que é de onde está vindo as risadas. Tento o acompanhar de longe. Subo as escadas e pego o mesmo caminho que ele. Paro e contemplo a cena das crianças brincando de pique-pega no corredor. Ao notar a presença de Michael, as crianças correm para ele e o abraçam. Michael se ajoelha no chão, os abraça com ternura, envolvendo os quatro em seus braços — Amo vocês, todos vocês!

— Até eu? — Stephan pergunta incrédulo e Michael ri como se não pudesse acreditar na indagação de Stephan.

— É claro que sim, Stephan! — fala entre risos — Vocês são valiosos, muito valiosos e eu os amo muito! — Michael solta um suspiro profundo e carregado mostrando o quão aliviado está por finalmente poder abraçar o mundinho dele.

11:52

— O que é isso? — pergunto enquanto desço as escadas. Meu hall de entrada está lotado de girassóis. Fiona se aproxima assim que desço o último degrau e me entrega um cartão. Abro o pequeno envelope e tiro o cartão de dentro, ele está escrito a mão "Para Paola Kendrick, as flores favoritas de Michael. Sei que você foi seu girassol na tempestade e eu sou grata por alguém ter cuidado dele quando eu desisti, quando todos desistiram. Se precisar de ajuda com o funeral me avise. Assinado; LMP."

— Lisa Marie Presley! — falamos juntas enquanto ainda encaramos o cartão. Suspiro profundamente e tento não demonstrar o que realmente estou sentindo com esse "desisti".

— O que vai fazer? — levanto meu olhar e encaro todos os buquês de girassóis que estão ocupando cada centímetro do hall de entrada. Se conseguiram passar com as flores é porque lá fora já deve estar de certa forma controlado. Isso é ótimo!

— Ela fala "quando eu desisti" como se ela estivesse se envolvendo com ele e então, eu apareci e ferrou tudo — estreito meu olhar — Ela costumava ligar para ele. Uma vez ela ligou para ele e ele não atendeu.

— Não começa com as suas paranoias! — Fiona me adverte — Até onde ele mesmo te disse, eles não se falam desde 2005, não é? Não foi o que você me disse há alguns minutos na cozinha quando perguntei sobre o primeiro casamento dele? Então pare de bobagem, acabou e ela foi babaca em mandar essas flores como se ela tivesse se separado dele há dois três anos! Tem 14 anos, caralho!

— Você tem razão! — suspiro — Mas, eu acho que talvez ela só estivesse querendo ser gentil!

— Gentil? Isso me parece um "obrigado por me substituir" — Fiona fala bem chateada.

— Não está ajudando — olho para o teto — Você fala para eu não ficar de paranoia, mas, aí você planta a paranoia de novo!

— Me desculpa! É que eu não nasci pra ser trouxa! Na cara que eles não tem nada, não tiveram mais desde o divórcio e por isso essa atitude dela querendo demarcar território do morto!

— Que morto? Ele está bem vivo e dormindo lá em cima! — digo mais para mim mesma do que para Fiona.

— Quer que eu faça o que com as flores? — ela pergunta com uma das sobrancelhas arqueadas — Eu mandava uns cem girassóis para a casa dela e escrevia um bilhete assim — ela limpa a garganta — "Toma aqui sua vadia branca, suas flores pra você se lembrar do meu macho que tá bem vivo!" — em seguida, ela ri.

— Boba, sei que não faria isso — sussurro. Fiona é uma das mulheres mais finas que conheço, nessa situação, se fosse com ela, bem, Fiona ligaria para a pessoa e agradeceria. Bem, acho que é isso que tenho que fazer. Tiro meu celular do bolso e disco o número que está no cartão.

— Sim! — ela atende no segundo toque.

— Olá, Lisa! — minha voz embarga — É a noiva de Michael, Paola Kendrick! Recebi suas flores e queria agradecer. Gostaria de deixar claro também que essa notícia do falecimento do meu noivo é mentira. Ele está vivo, está bem e nesse momento está dormindo em nossa cama como um bebê!

— Que bom! — ela sussurra — Isso é ótimo — ela limpa a garganta do outro lado da linha — Pede pra ele me ligar, por favor? — É CLARO QUE NÃO!

— É claro, aviso sim. Mais uma vez obrigada pelas flores! — sussurro e nervosa por não ter conseguido falar o que eu queria, desligo antes de ela responder.