49. Tortura

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Paola Kendrick
Mansão Kendrick, Manhattan
1 de janeiro de 2001, 23:10

— Perfeita! — enquanto aperta minha cintura fala arrastadamente com um tom adocicado que ele só usa comigo em público. Me viro para encarar Thommy. Ele se aproxima. Leva a ponta de seus dedos até meu queixo e me beija docemente. Seu halito tem gosto de canela, como na maioria das vezes que ele me beija desde que nos mudamos para cá, mas... ele odeia canela.

The O2 Arena, Londres
15 de julho de 2009, 22:39

— Então, era com você que ele estava quando fazia questão de me beijar com hálito de canela — digo ainda encarando o celular que aperto em minha mão direita. Fiona tem o habito de mascar chiclete de canela desde sempre, como não percebi isso antes?

— Thomas me usou porque ele queria machucar você, eu estou arrependida! — fala chorosa. Pelo jeito que ela encarava e sorria para a câmera, ele não era o único que queria me machucar.

— Você não é inocente aqui e seu arrependimento não serve de nada porque só está me contando agora porque Michael descobriu — olho diretamente para ela que abaixa a cabeça — Eu só vi amor, carinho e muita cumplicidade. Não vi ninguém usando ninguém. Então, era disso que Michael queria me proteger! — balbucio. Limpo a garganta e espanto o choro. Não me permito demonstrar tristeza agora.

— Dei em cima de Michael! — confessa repentinamente fazendo um ódio queimar dentro de mim — O seduzi e tentei o beijar, mas ele me empurrou. Quando eu ia contar a você sobre o empurrão ele me expulsou do quarto de vocês. Aconteceu assim que ele desceu para tomar café da manhã, fui te procurar quando ele voltou para o quarto e sim, antes disso ele viu tudo!

— Você tentou seduzir meu noivo? — pergunto baixinho ainda tentando entender — Mas, quem que está arrependida faz uma porra dessa? — me aproximo dela me segurando para não abrir um furo em sua cabeça com esse telefone — Não sei nem o que faço com você!

 Olho para cima e tento me acalmar. Meu coração está batendo rápido demais e eu estou começando a sentir um leve formigamento do lado esquerdo do meu corpo.

— Minha vontade é arrancar sua jugular no dente e te assistir morrer lentamente enquanto morre com uma hemorragia! — digo entre dentes enquanto a encaro bem nos olhos.

— Você tem que saber que ele também tinha desejos, era um homem e merecia atenção. Você só se importava com seu trabalho e com Stephan! — ela tenta se justificar e defender Thommy em um tom bem atrevido.

— Não venha com essa porque eu o procurava, quantas vezes contei para você que Thommy me rejeitou? QUANTAS? — berro — Eu o seduzia, me humilhava por um pouco de carinho e ele saia de perto e voltava cheirando a esse perfume horroroso de canela!

— Mentira, você nunca o procurou. Ele te procurava e você o rejeitava, quando Stephan nasceu isso piorou! Thommy corria para mim arrasado pedindo por carinho e eu dava, DAVA SIM! — ela não está gritando comigo não, não, ela não está. 

— Vocês antes mesmo de Stephan nascer já tinham um caso, você trabalha pra mim há anos, viu meu filho nascer e fingiu ser minha amiga durante todos esses anos! — não Paola, você não vai chorar.

— Você está mentindo, Thommy era infeliz no casamento de vocês. Nunca se preocupou em dar atenção a ele. Para ele era um pesadelo ter que dormir ao seu lado todas as noites! ELE TINHA NOJO DE VOCÊ PORQUE VOCÊ É MORTA NA CAMA! — tomada pela raiva acerto em tapa em seu rosto e em seguida também levo um na bochecha direita. A raiva simplesmente se transforma em medo. Agora me dou conta de que ela também pode me machucar fisicamente e não só psicologicamente.

Best Of Joy | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora