28. Descanse em Paz

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Paola Kendrick
The O2 Arena, Londres
2 de julho de 2009, 21:51

 Em momentos críticos como este, devemos pensar em quem está à nossa volta. Agir de cabeça quente só machucará as pessoas que te amam e que estão presenciando sua falta de postura. Pensando nisso e claro, no desconforto que Michael teria ao me ver xingando alguém que fez parte de sua vida, escolho recuar o tirar daqui e ser educada no máximo que der.

— Boa noite, doutor Conrad, peço que encaminhe seja lá o que o senhor quer por e-mail. Michael está cansado e vai para casa agora! — puxo Michael pela mão para mais perto de mim e dou um passo atrás. Michael me acompanha — Entre em contato!

— Eu não vou aceitar ser descartado dessa maneira! — Conrad diz antes que eu vire as costas e leve Michael comigo. Olho diretamente para Conrad que não se moveu até agora. Segundo a ficha que Petra me mandou por e-mail, ele tem assustadores 1,93 de altura. Deve pesar uns 90 quilos.

— Conrad, seu contrato foi rompido, nós vamos pagar tudo, não se preocupe! — digo com o tom mais calmo e meigo que posso nesse momento em que a única coisa que quero é romper meu juramento médico e arrancar os olhos dele com minhas próprias mãos e o deixar sangrar até a morte.

— Estou aqui pelos meus direitos, eu não vou ser demitido dessa forma. Não aceito ser acuado e ameaçado da forma que fui. Eu não sei o que a senhora tem contra mim, mas, eu não sairei do meu trabalho e da vida do senhor Jackson — respira fundo — Temos uma amizade de anos e nós não vamos deixar de ser amigos e trabalhar juntos porque a senhora não vai com a minha cara. — ele fala em um tom alto e olha para mim como se eu fosse alguém insignificante. Abaixo dos pés dele e sem nenhum tipo de moral nessa porra.

— Você fala baixo comigo e bem tranquilo porque estou com a razão aqui! — digo friamente sem demonstrar nenhum tipo de sentimento. Não posso me exaltar, não posso, não é do meu feitio — Se eu denunciar você Conrad, o senhor vai preso porque enfiou sua ética médica só Deus sabe onde!

— Não deixarei que a senhora fale assim comigo e que me coloque como antiético para Michael, não entende o que está fazendo? Está atrapalhando a vida dele! Sem dúvida ele está cheio de dores e não te conta! — ele não tem ideia de tudo o que fizemos em tão pouco tempo, coitadinho — Ele sabe que eu nunca fiz nada antiético!

— Doutor Murray — solto a mão de Michael e dou três passos para frente entrando no camarim, ficando seis passos de Conrad — Quer que eu diga na frente de seu advogado tudo de antiético que o senhor fazia? — olho para o homem do outro lado da sala que está aparentemente nervoso.

— Não existe nada antiético! A senhora está desequilibrada! — Conrad volta a se alterar — E sobre o jornal, peço perdão Michael. Sei que sem dúvida ficou chateado pelo que eu disse, foi apenas da boca para fora!

— Não me pareceu! — falo um pouco mais alto — Você declarou que sabia quem era o verdadeiro pai dos filhos dele. Você acha que as pessoas não sabem o que é histórico biológico? Conrad, como você é pequeno. Sabe quantas pessoas vão questionar a paternidade de Michael agora graças a sua declaração?

— Não foi a minha intenção, Michael sabe disso, ele conhece meu coração! — ele começa a choramingar — Mike! Você me conhece, sabe que não fiz nada errado! — olho para Michael que está com seus óculos escuros no rosto. Ele deve ter o colocado quando me afastei.

— Se o seu paciente pede um anestésico, você não dá. Não é o paciente que decide, é você. Foi você que fez um juramento pró a vida! — ergo a cabeça e o encaro firmemente — Eu não admitirei que você chegue perto dele de novo. Michael aos poucos está se recuperando, faz pouquíssimo tempo e ele está indo muito bem. Não está tendo efeitos colaterais porque estou tomando todos os cuidados devidos, eu estou fazendo em dias o que você não fez em anos de serviços para o senhor Jackson! — digo o mais firme possível.

Best Of Joy | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora