42. Deusa da Cirurgia

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Paola Kendrick
Empire Richards, Londres
14 de julho de 2009, 02:52

 Tudo bem Paola, sem pânico. Ficará tudo bem. Me aproximo de Meline andando pela lateral da mesa de reuniões. Ela está sentada bem na ponta. Tem um belo corte em sua cabeça. Me aproximo dela. Olho bem para cada detalhe. Não está completamente prensada, tem uma pequena folga. É só puxar essa mesa de madeira pesadíssima e a tirar daí!

— Preciso de quatro pessoas para puxar a mesa! — olho para a mulher de olhos expressivos — Seu nome? — pergunto a ela e em seguida olho para o broche em seu terno bege, Leona — Leona! Preciso que faça isso acontecer! — ela assente com um aceno e fala com alguns de seus colegas. Seis homens se aproximam da mesa e puxam. O corpo de Meline se inclina para frente, mas, entro na frente a tempo e a amparar — Obrigada!

 Me afasto um pouco e a seguro pelos ombros. Ela está completamente desacordada e tem um corte fundo em sua cabeça. Está saindo sangue sem parar. Se eu não parar com esse sangramento, ela vai morrer.

— Leona, preciso que venha aqui me ajudar! — Leona se aproxima — A segure assim! — mostro como minhas mãos estão posicionadas e ela assim que saio assume meu lugar. Vou até à janela da cabine do helicóptero e arranco um pedaço de vidro. Pego uma mecha grande do meu cabelo e a corto com o vidro. Volto para Meline. Coloco o cabelo em cima da mesa e rasgo a barra do meu vestido para improvisar um curativo. Um pouco antes de começar o curativo coloco a mecha em cima da ferida, isso será um enorme sinal para que eles a atendam logo. É uma mecha bem diferente da dela e é um dos códigos que eu uso com minha equipe para casos urgentes.

— Liguei para o hospital Kendrick, avisei sobre tudo e que estamos com você! — um homem fala com o celular na orelha. Ele corre para perto de mim — Querem ter certeza de que é você! — me entrega o celular.

— Sabe quantos trotes desses recebemos todos os dias? — uma garota do outro lado da linha diz em um tom bem arrogante.

— Mande ambulâncias para o Empire Richards imediatamente. Tenho dois pacientes precisando de atendimento imediato! Quero que levem os demais acidentados para que sejam atendidos! Tem que ser agora! Rápido! — digo firmemente e desligo. Entrego o celular para ele e volto minha atenção para Meline. Leona está com a mão em cima do curativo. Boa garota!

 Corro para Daniel que agora está desacordado. A cabeça dele está apoiada no ombro de Stevens e o coitado do Stevens está com uma carinha tão tensa.

— Ele vai ficar bem? Nunca vi esse cara assim antes dona Paola! — aceno positivamente mesmo não tendo certeza absoluta. Não sei a intensidade da pancada que ele levou. Eu poderia estar assim agora mesmo se ele não tivesse me protegido com seu próprio corpo.

— A gente pode fazer alguma coisa? — um homem de voz firme e com um sangramento na cabeça se aproxima. Ele deve estar tão mal quanto Dan, ou pode ser apenas um machucado. 

— Coloque a mão na sua ferida e pressiona! — falo firmemente e me dirijo até a porta. Estou me tremendo de frio, não aguento mais essa água toda em cima de mim e esse apito infinito. Preciso sair daqui ou eu vou enlouquecer.

— Calma! Enquanto a água não parar elas não abrem! — como é? Me viro de uma vez para encarar o homem que disse isso.

— Eu quero sair daqui! — uma senhora grita enquanto abraça seu próprio corpo em posição fetal no chão.

— A Hilary tem autismo, não sabemos como a acalmar! — Leona fala com um olhar triste enquanto olha para Hilary no chão — Ela foi arremessada para onde está agora. Ela estava de pé ao lado de Meline! — olho para Hilary e para a hélice do helicóptero que está toda torta e pode ter acertado Hilary. 

Best Of Joy | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora