41. Tormento

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Michael Jackson
Centro médico Kendrick, Londres
14 de julho de 2009, 03:43

 Com o coração quase saindo pela minha boca corro para fora do elevador assim que ele abre suas portas. Os planos era ir direto para o edifício, mas, Patrice achou que seria bem melhor vir pra cá. O que sabemos até agora é que o helicóptero entrou em cheio na sala de reuniões do Empire Richards, estavam comemorando que um dos advogados havia ganho um caso. Tem tantas pessoas feridas aqui. A todo segundo passa uma maca com alguém sangrando perto de mim. Se eles estão assim, imagina como está a minha Lola!

— ABRAM ESPAÇO POR FAVOR! É ELA! É ELA! — uma enfermeira grita ao passar empurrando uma maca. Pelo pavor dela e de todos, pode ser Lola. Será que é?

 Corro atrás dela e da equipe. Passo por eles e paro em frente. É Meline uma das advogadas mais importantes do ER. Ela está toda molhada e em sua testa tem um cabelo castanho em cima de uma ferida, diferente do dela que é loiro. Ela está desacordada e tão pálida. Peço desculpas e me afasto.

 Coloco as duas mãos na cabeça. Tento respirar, mas, está cada vez mais difícil. Os gritos aqui. Choros. Deus. Meu Deus! Minhas pernas ficam bambas. Me ajoelho no chão e olho para cima, procurando no teto branco alguma resposta.

 Minhas lágrimas descem pelo meu rosto. Todos já estão aqui, segundo o médico que nos recebeu na porta principal, bem são as vantagens de ser noivo da dona do hospital. Suspiro. Onde está a minha mulher. ONDE ESTÁ!

— Michael! — Mariangel fala ao se agachar em minha frente — Você está bem? Já viu ela? — pergunta preocupada enquanto pega minha mão direita e verifica minha pulsação.

— O que ele tem? — uma mulher pergunta muito preocupada — Temos que o atender logo a Kendrick mata a gente se não cuidarmos dele!

— Não se preocupe! Ele só está nervoso como todos nós! — Mariangel coloca as duas mãos geladas em meu rosto — Ela vai ficar bem!

— Família da doutora Kendrick! — um médico chama por nós. Mariangel me ajuda a ficar de pé. Patrice vai até o médico e eles esperam por nós. Ele tira os óculos de grau assim que nos aproximamos — A doutora Kendrick está em cirurgia! — meu Deus. Cirurgia? Foi tão grave assim? Não, isso não pode estar acontecendo. Por quê? Por que ela? Por que a minha Lola?

Paola Kendrick
Empire Richards, 02:47

 Um apito fino e alto, tão alto está me deixando praticamente surda. O que porra é isso? O que está fazendo esse barulho infernal? Abro meus olhos de uma vez. Um gosto metálico em minha boca. Tudo está escuro. Não consigo respirar direito. Começo a tremer. Não posso morrer, não posso. Tem algo pressionando meu pescoço. PARA PAOLA! Não seja estupida, se desesperar não vai salvar a sua vida. Se concentra. Encontre o problema e faça alguma coisa sua imbecil!

 Tento mover meus braços, estou presa em algo e esse algo está se mexendo agora... É DANIEL! COMO PUDE ESQUECER? Quando ele se afasta um pouco consigo escutar choros e gritos. Onde nós estamos exatamente?

— Dane? — murmuro. Dan me responde com um murmurar e então, sai de cima de mim. Finalmente consigo respirar e ver claramente onde estamos.

 Estamos no helicóptero. Tem um rasgo no teto e tem muita água caindo aqui dentro como se fosse chuva. Estamos encharcados... Então, esse barulho irritante são os sprinklers. Tudo aqui que costumava ser em cor creme, se tornou cinza-escuro, os sprinklers apagaram o fogo que começou aqui dentro. Graças a Deus!

— Stevens — Dan murmura ao se afastar de mim. Ele um pouco tonto se inclina em direção ao piloto.

— Vou morrer! Vou morrer! — nosso piloto fala entre lágrimas — Ela está bem, o senhor está bem? — pergunta choroso.

— Ela está bem! — Dan olha para mim e respira fundo. Seu rosto que está sendo invadido por seus cabelos pretos e seus olhos azuis parecem ficar mais suave ao notar que realmente estou bem.

— Deixe-me ver! — tiro o cinto e devagar ando até Stevens que  aparentemente está com um corte em seu pescoço. Ele está segurando com força, se nota as veias saltando das costas de sua mão — Tire a mão, confie em mim! — Stevens acena negativamente — Stevens, quem salvou a vida de Sarah? — pergunto retoricamente para ele, que fecha os olhos com força e faz um bico — Se salvei sua pequena, que estava desenganada pelos médicos, eu consigo te salvar também! — falo em um tom firme, mas, ao mesmo tempo, calmo.

 Stevens tira a mão de uma vez do pescoço, por um segundo fecho meus olhos com o medo do que se pode ter, tenho muito carinho por Stevens e uma coisa dessa era a última coisa que pensei que aconteceria com ele. Para a nossa sorte. O corte já está com sangramento controlado, ele mesmo se salvou. Aqui tem só a ferida, apenas uma boa sutura já resolve!

— Stevens, está tudo bem! — respiro profundamente — Você está ótimo, fez um bom trabalho! — as aulas de primeiros socorros sem dúvida foi a melhor coisa que fiz por meus funcionários.

— Tem gente precisando de ajuda — Dan fala e em seguida ele bate a lateral de sua mão fechada no vidro do outro lado do piloto o quebrando.

— Um tapa e Patrice voa para outro planeta! — brinco com ele que dá uma risadinha — Quero que saia primeiro Dan! — falo ao notar que Daniel não fez careta alguma ao atingir o vidro. Dormência é um dos sinais de coágulo por pancada. A próxima etapa pode ser a perda de forças e eu preciso que ele saia daqui logo!

— Por quê? Estou bem! Você tem que sair logo para ajudar a todos... — ele faz uma pausa longa. Tenta falar, mas, não sai nada que dê para entender. Dificuldade para falar é um belo aviso!

— Dan, enquanto você ainda tem força nas pernas, saia, porque eu já vi que você está cambaleando então está com tontura. Você me protegeu com seu próprio corpo, agora, me deixe cuidar de você! Vá! — falo seriamente para ele.

 Dan sem tentar discordar apenas me obedece. Ele sai e em seguida Stevens vai até onde Dan saiu, tenta abrir do jeito normal, mas não abre ele me chama para perto. Ando até ele que sai e espera por mim. Com o auxílio dele consigo passar pelas pontas de vidros. Corto um pouco meu braço, mas, nada demais. Stevens me coloca no chão e vai até Dan que está sentado no chão olhando para o vazio.

 Deixo Daniel com Stevens e corro para ajudar quem estiver com uma situação mais grave. Aparentemente todos estão com ferimentos leves, mas, quero todos no hospital para checar!

— Boa noite! — digo alto tentando ter a atenção, mas, o desespero está muito maior que tudo agora. A única luz que temos aqui é a luz vermelha do helicóptero que não para de piscar. É uma sala enorme. Logo a frente tem uma foto enorme de River, É O EMPIRE RICHARDS! — Okay! Advogados, pelo amor de Deus! PRESTEM ATENÇÃO EM MIM! — grito e um silêncio se instaura.

— Sou a doutora Paola Kendrick e este é o Juiz Daniel Hichello Richards — aponto para Daniel — Ele precisa de ajuda, mas, só vamos embora quando eu tiver certeza que todos estão bem! — o olhar assustado de todos está em Daniel agora — Quero que vocês me falem quem está seriamente ferido e os que não estiver quero que saiam daqui em fila! — digo calmamente.

— Todos estamos com cortes na testa, machucados nos braços e joelhos, mas, é Meline que parece estar muito pior! — uma mulher de cabelos cacheados e de olhos expressivos diz apontando para o helicóptero. Meline a estrela do Empire Richards está prensada entre a ponta da mesa de reuniões e o helicóptero.

Best Of Joy | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora