68. Óbito

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Paola Kendrick
Mansão Kendrick, Beverly Hills
25 de dezembro de 2009, 21:49

 — Já coloquei nossos filhos para dormir, estavam tão cansados! — após um longo silêncio da parte de Lisa, Michael quebra o silêncio — Podemos subir? Estou com tanto sono, eu poderia ter ido antes, mas, só consigo dormir agarradinho com você — fala com uma voz muito doce e mansa.

 Costumo chamar esse seu tom que ele usou agora comigo de "tom de entrevista" é o mesmo tom que ele usa para falar com a mídia em geral, sei disso graças às entrevistas que vi ao longo dos anos.

 — É claro, meu amor! — digo baixo enquanto acaricio seu rostinho com as costas da minha mão direita — Foi um prazer te conhecer — digo olhando brevemente para Lisa, mal tivemos contato visual.

 A atenção dela estava completamente nele, nem deve ter olhado para mim e está tudo maravilhosamente bem. Não me importo, esse homem com quem irei me casar dentro de poucos meses demonstrou estar completamente comigo nessa.

 Como sou grata a John por fazer isso, ter os dois assim cara a cara na minha frente foi perfeito. Ele realmente não a amam mais, a admira de certa forma, mas, amor romântico não existe mais e pelo jeito há muitos anos.

 E a maneira como ele estava olhando para mim? Deus, puro encanto e orgulho. Estou muito feliz, minha confiança está nas alturas. Ele não foi insensível sem motivos em nenhum momento e a tratou com muito respeito.

 Deve se temer o homem que trata a ex como lixo ou que fala mais mal do que bem porque aí tem coisa. Homem que sai falando que a namorada ou esposa era louca é pura furada. Quem se relaciona com um tipo desses tem que saber que ela, mesmo sem ter feito nada ruim no relacionamento, será taxada de louca por ele quando acabar.

 Devagar passamos pelo pessoal com o intuito de chegar até a porta, mas, parece que demorará mais do que pensávamos. Todos querem nos cumprimentar e conversar nem que seja um pouquinho com Michael que virou o xodó da família inteira que está aqui essa noite.

 Enquanto Michael conversa com cada um que nos para, ele segura minha mão com firmeza. Vez ou outra ele olha para mim e abre um sorriso lindo e apaixonado. Sem dúvida ele deve ter tido a mesma reação que tive quando descobri que não amava mais Thommy. É um alívio.

22:51

 — Sem dúvida alguma! — Michael fala entre risos para um dos tios da minha mãe. Aqui está noite temos literalmente todos da família da minha mãe e do meu pai. A nossa família é daquelas que demoram a se encontrar, mas, quando se encontram, é um encontro daqueles.

 Todos estavam muito curiosos para conhecer o homem que roubou o coração da Kendrick mais chata. Eles todos estão muito encantados com Michael e nossos filhos.

 Nossa família os abraçou fortemente e eu estou tão feliz. Esse é sem dúvida um dos dias mais felizes da minha vida.

Angeline Kendrick
21:52

 — Onde você estava com a cabeça! — pergunto apreensiva para meu queridíssimo futuro ex marido — O problema que você pode ter colocado no colo da sua irmã! E se ele ainda sente algo pela outra? Ela vai perceber e ficar arrasada!

 — Ele não a ama, a própria Lisa me disse que ele só a chamava para perto quando se sentia carente e depois que ela não quis mais ser a segunda opção, ele simplesmente a descartou de sua vida! — isso é o que ela disse a ele.

 — Conhecendo Michael, você acredita que isso é verdade? Você teve a oportunidade de conversar cara a cara com ele e acredita que ele é do tipo de homem que usa alguém apenas para suprir carência sem se importar com os sentimentos dessa pessoa? Sendo ele uma pessoa tão humanitária que se importa com todos os seres vivos, você realmente acredita que ele é esse tipo de pessoa John? — não acredito que ele realmente pensa que todos são como ele.

 — Você tem razão — abaixa a cabeça — Não acredito que ele seja assim agora que o conheci — suspira e volta a olhar para mim com um olhar diferente, eu conheço esse olhar de coitadinho e não vou cair nisso.

 — Que bom! — falo firme e decidida. Dou um passo atrás e me distancio dele, mas, antes de eu me afastar completamente, ele me puxa pela mão delicadamente — O que você quer? — pergunto em um tom alto.

 — Fui um babaca, claro que você merece alguém melhor que eu — do que ele está falando? — Vou ser direto como sempre fui com você! — fala em um tom choroso — Eu te amo, cometi um erro, mas, eu te amo!

 — Foi um belo erro de 24 anos! — a infeliz era linda. Vinte e quatro anos com carinha de quem está começando a viver agora. Aquilo me machucou profundamente. Ele está certo, aconteceu só uma vez e eu descobri por ela e não por ele que me devia respeito e fidelidade.

 Penso que se ela não houvesse me procurado e contado se ele teria me dito. Olho diretamente para aqueles olhos azuis profundos. Esse homem é uma perdição. Ele é uma versão Daniel, só que com menos músculos e claro, com menos respeito a esposa.

 — Foi um deslize, eu estava sozinho no escritório e ela estava lá. Você mal fala comigo Angeline. Após uma audiência difícil, ela foi até a minha sala e me seduziu. Fui seduzido pela promessa de me fazer relaxar e também pela juventude dela — respira fundo — Ela, uma mulher jovem e tão bonita, me dando moral enquanto a minha esposa estava ocupada demais salvando o mundo com seus projetos humanitários!

 — A culpa não é minha se você é um babaca! — cruzo meus braços e me distancio — Você é um verme asqueroso, ainda tem coragem de colocar a culpa em mim da sua falta de caráter. Eu te quero bem longe de mim! — me afasto e caminho para longe dele.

 Sinto John atrás de mim. Continuo caminhando em direção ao nosso carro. Preciso sair daqui, não chorarei na frente dele. Ele não é mais digno de ver meu lado mais vulnerável, me apunhalou pelas costas e sem dúvida isso teria ido bem mais longe.

Patrice Pritchett
23:07

 — Dane! — chamo por meu marido que está limpando a mesa, eu não queria ter que lavar a louça e seria tão bom se ele fizesse isso por mim. Estou exausta, fiz o jantar com a mãe de Paola e nossa, foi tão cansativo ajudar a arrumar tudo depois — Pode me ajudar aqui? — ele anda até mim.

 — Que tipo de ajuda a senhorita gostaria? — fala se colocando logo atrás de mim e encostando seu corpo ao meu — Quer que eu... — faz uma pausa dramática. Se inclina um pouco. Coloca sua boca em minha orelha e passa a língua lentamente — Que eu lave a louça? Eu lavo! — se afasta repentinamente e com uma risadinha sacana ele se dirige até a pia.

 — Isso é tão a sua cara! — digo fingindo uma indignação. 

 — Mãe! — Sophia diz assim que entra na cozinha. Ela parece ter se assustado com o fato de eu estar aqui. Por quê? — É, eu posso falar com o papai?

 — É claro que sim! — o que aconteceu dessa vez? Sophia passa por mim e vai até Daniel que com uma cara de preocupado a encara se aproximar.

 — O que foi? — ele se inclina para que ela tenha livre acesso ao seu ouvido e então, ela conta algo que o deixa com um semblante entristecido. Seu olhar se volta para mim e ele suspira profundamente — Obrigado, pode contar aos demais!

 — Tudo bem, papai — ela fala enquanto se retira rapidamente em direção a porta. Daniel se aproxima de mim e me abraça fortemente. 

 — Você precisa ser muito forte nesse momento, antes de te contar saiba que estou aqui para carregar seu mundo nos ombros enquanto você não pode — diz entre sussurros. Aceno positivamente para ele que está com os olhos marejados — Meu amor, a sua mãe, Ellie faleceu!

Best Of Joy | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora