• Parte dois •

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PARK JIMIN

  A noite chegou mais rápido do que eu pensei e a fome só aumentou, minha barriga roncava tão alto, que se alguém passasse por ali provavelmente me encontraria.

  E não era somente a fome, a sede também estava batendo na porta, e não estava muito legal. Somo estava dormindo, e eu encarava minha perna a cada cinco segundos, estava inflamada e isso era óbvio, mas ir até a beirada do rio e procurar a planta seria muito arriscado.

—Que inferno!—disse tentando respirar fundo o máximo que eu conseguia, a perna doía, a fome e a sede já estavam insuportáveis, e eu estava com sono mas com medo de dormir. —Que merda de teste é esse, Taehyung?

Me ajeitei na árvore e suspirei, a noite estava fria, minhas roupas não estavam molhadas mais, porém ainda estavam úmidas, me deixando com mais frio ainda, já podia sentir meu nariz escorrer!

—Frio?—Somo perguntou.

—Te acordei?

—Claro, achei que estivesse chorando, você funga a cada cinco segundos!—ele disse rindo.

—Desculpa, eu acabei gripando!—disse envergonhado.

—Jungkook te mimou!—ele disse suspirando.—Você é muito delicado, como espera passar no teste?

—Eu vou ficar forte!—disse olhando para o céu.—Eu preciso ficar, entende? Não é só por mim!

—Então comece cuidando da sua perna, ou a gripe não vai ser a única coisa complicando sua vida!—ele disse virando de lado para dormir.

Olhei para a minha perna e só acabei ficando mais inquieto. Eu tinha que fazer algo, talvez a noite fosse melhor já que está escuro e eles não podem me ver direito.

Comecei a descer e quando cheguei ao chão, senti minha perna latejar com o contato do meu pé com o solo.

—O que está fazendo?—Somo perguntou baixinho.

—Preciso tratar a minha ferida, não tenho tempo pra ficar dormindo em árvores, não sou nenhum Tarzan!—disse andando em direção ao rio.

  O vento frio batia contra o meu rosto, e nesse momento eu senti vontade de chorar, e senti muita falta do abraço dos meus pais. Eles que sempre cuidaram dos meus machucados, e embora o Jungkook também fizesse isso, nunca seria a mesma coisa.

  Só agora eu percebi que, nunca foi sorte. Eu sempre tive a ajuda de pessoas importantes pra mim, sempre tive apoio, mas dessa vez eu estava sozinho. Estava machucado, doente, com fome e sede e não tinha ninguém para estar comigo nesse momento. Esse seria o momento que eu amadureceria? Era isso então?

  Cheguei até o rio e me agachei na beira,  procurando pela tal planta. Todas pareciam iguais pra mim, nada igual a um trevo.

Andei agachado por alguns segundos até ver uma folha com a mesma descrição de Somo, peguei todas que achei e voltei andando até a árvore.

—Você me parece acabado!—ouvi uma voz dizer.

Olhei para trás e encontrei Taehyung parado me olhando. Ele estava todo de preto, encostado em uma árvore.

—Tae?

—Só vim evitar que você se mate!—ele disse revirando os olhos.—Não use as folhas, são venenosas, cuidado com as amizades que você faz!—ele disse jogando algo pra mim, que peguei rapidamente.—Ingênuo!

  Ele se virou e sumiu na escuridão, eu abri a mão e olhei o que ele tinha jogado.

Uma bolsinha? Abri a mesma e encontrei pomada e algumas coisas básicas para primeiros socorros. Limpei a ferida como pude e fuz um curativo, talvez agora melhorasse. Eu era realmente muito ingênuo...

Meu doce Ator Pornô | JIKOOK | Onde histórias criam vida. Descubra agora