01

42 6 0
                                    

Fui arrastada à força até aquela festa.

Não queria ter ido. Poderia ter ficado em casa, lendo, ouvindo música, com meus gatos. Um término recente pode não ser um motivo para as pessoas se isolarem e chorarem, mas para mim, é.

Mas, ao invés disso, estava em uma festa lotada, sentada em um sofá com pelo menos três casais se beijando. Me sentia sufocada, enjoada e entediada.

Também me sentia tentada a ir embora. Mas minha amiga, Miranda, precisava que eu a levasse em casa.

— Miranda, por favor, vamos embora. — Pedi, pela quinta vez em uma hora.

— Meia hora. — Seus olhos suplicantes se voltaram para mim, mas logo se desviaram para um cara tatuado que estava no bar. — Por favor?

— Meia hora. Depois eu vou embora, com ou sem você.

Ela sorriu, sabendo que eu não teria coragem de deixá-la aqui. Mas eu estava sem paciência e talvez realmente a deixasse.

Daqui a meia hora, ela provavelmente já teria bebido até cair ou estaria beijando alguém.

Eu estava no meu quarto drink e a única coisa que prendia minha atenção era uma mulher alta com cabelo cacheado.

Por quase duas horas, eu fiquei apenas a seguindo com os olhos. Ela estava usando um conjunto de calça com cropped e uma jaqueta curta, tudo em vermelho. Em seus pés, usava um All Star também vermelho. A roupa encaixava perfeitamente em seu corpo incrível, como se fosse moldada para si. Seu cabelo escuro com mechas vermelhas estava preso em um rabo de cavalo, dando total visão do seu pescoço e seu rosto, com apenas uma franja que caía levemente sobre seus olhos. Ela não usava muita maquiagem, nada além de um batom vermelho, delineador e rímel. E seu sorriso...

Seu sorriso era perfeito.

Não sabia bem o porquê de eu estar olhando-a, mas ela chamou minha atenção. Talvez fosse admiração, ou atração. Curiosidade. 

Continuei a olhando, e ela também não saiu do meu alcance.

Percebi que seu olhar se cruzava com o meu. E ela fez algumas menções de andar na minha direção, mas parecia insegura.

Sempre fui boa em ler as pessoas, mas fiquei confusa em relação à sua postura. Ela estava relaxada, mas seu olhar me dizia outra coisa.

Até que me peguei flertando com ela. Então seu olhar mudou, ficando mais profundo. Ela flertou comigo de volta e, no momento em que ela se levantou e começou a andar na minha direção, Miranda chegou.

— Vamos embora? — Ela estava chorando.

— O que aconteceu?

— Nada, vamos embora por favor.

Ela saiu, esperando que eu a seguisse. A alcancei no portão da casa, já perto do meu carro.

— Miranda, o que aconteceu?

— Me leva pra casa e lá eu te conto.

— Eu não posso sair agora. — Quero falar com aquela mulher, era o que eu queria completar, mas não podia. Seria muito estranho, considerando que eu não a conhecia. 

— O quê? Mas era você quem estava doida pra ir embora.

— Eu tenho que ver uma coisa. — Suspirei, pensando no que fazer. Miranda precisava de mim, mas eu podia ajudá-la depois que descobrisse o porquê de aquela mulher me atrair tanto. — Olha, pega um táxi e vai pra minha casa, em uma hora eu chego lá e a gente conversa, está bem?

— Está.

Chamei um táxi para Miranda. Assim que ela saiu, entrei de volta na casa.

Eu sentia um olhar em mim, há quase duas horas.

Não os olhares de sempre, lascivos ou semiembriagados ou os dois. Um olhar cheio de curiosidade.

Foi o que vi quando encontrei os olhos castanhos que me seguiam. A mulher que me olhava era, no mínimo, linda.

Seu cabelo castanho estava afastado do rosto, exibindo as bochechas e os olhos. O vestido preto que usava emoldurava seu corpo maravilhoso, enquanto a jaqueta jogada sobre um dos ombros lhe dava um ar despojado. 

Eu queria ir falar com ela. Queria mesmo, mas, pela primeira vez na vida, me senti insegura em relação a conversar com alguém. 

Então a encarei de volta. Por cerca de dois segundos antes de virar o rosto com vergonha. Assim que ela notou que eu a estava olhando também. Mas consegui olhar de volta. E não desviei os olhos mais.

Durante mais meia hora, passamos trocando olhares. 

Ela era ousada. Não desviava o olhar e nem hesitava em flertar só me olhando, às vezes olhava para meus lábios, mas sempre voltava aos meus olhos. Eu fazia algumas menções de andar até onde ela estava, mas sempre amarelava no último segundo. Mas ainda assim...

Mudei de ideia em relação a ir falar com ela. Ela parecia ser bem legal, e não só pelo fato de estar flertando comigo. 

Quando reuni coragem o suficiente e me levantei para ir lá falar com ela, uma mulher de pele escura, cabelo cacheado e vestido vermelho chegou e falou alguma coisa pra ela. As duas saíram juntas. 

Estava bem claro que ela iria embora com aquela garota e, enquanto observava as duas saindo, apenas um pensamento se passava na minha mente.

Parabéns, Sam Martins. Você acabou de perder uma chance muito boa. Que incrível! 

- - - - - • - - - - -

Oii povo! Como ocs tão?? Espero que bem. Eu estava tão ansiosa pra começar essa fic, vcs não fazem ideia, sério. Semana que vem sai o próximo capítulo, que eu espero que fique tão bom quanto esse (pelo menos eu gostei, n sei vcs kk). Não esquece de deixar a estrelinha se você gostou, comentar suas opiniões, adicionar à biblioteca para receber os próximos capítulos e compartilhar com seus amigos. Até o próximo capítulo, tchau tchau!!

Yorkie 🥀

more than expected - S&AOnde histórias criam vida. Descubra agora