more than expected - S&A

26

hear you, falling and lonely, cry out... will you fix me up? will you show me hope? [...] can you keep me close?
Someone To Stay - Vancouver Sleep Clinic

Eu não conseguia parar de chorar. Fazia tanto tempo desde que tive uma crise de choro que eu não me lembrava do quanto era desesperador.

As palavras de Anna na cafeteria não saíam da minha cabeça e estavam me enlouquecendo.

Eu duvido que ela goste de mim desse jeito... e, se der errado, eu vou me machucar feio.

Ela não podia estar falando de mim, isso era impossível. Eu já estragaria tudo sem esse detalhe que não era tão pequeno assim.

Então sim, eu estava surtando. E chorando muito. Pelo menos não estava sozinha. Isabelle estava lá comigo, me abraçando e aguentando todas as lágrimas e soluços.

E quando eu finalmente consegui parar de chorar, já eram mais de 20hrs. Izzie me abraçou por mais de três horas enquanto eu chorava por alguém que nunca conseguiria conquistar de verdade. Porque estava prestes a perder a melhor coisa da minha vida.

Porque era isso que Anna vinha se tornando desde que nos conhecemos. A melhor coisa que já tive na vida.

Depois de tomar um banho e disfarçar pelo menos um pouco minha cara de choro, liguei para Anna e pedi para conversar. Izzie desceu para o seu apartamento, e eu prometi que ajudaria ela mais tarde, já que, quando cheguei em casa, já estava quase desabando.

Então, 15 minutos depois da ligação, o porteiro avisou que Anna tinha chegado. Liberei a entrada e me sentei no sofá. Um minuto depois, uma batida na porta. Abri a porta, e lá estava ela.

Assim que a vi, meu coração acelerou. Não era um sentimento que eu soubesse explicar... doía, mas de um jeito bom.

Fiquei praticamente estática, mesmo que eu sempre abraçasse Anna quando a via.

Seu nariz estava vermelho, talvez pelo frio noturno, mas eu duvidava.

— Você tava chorando? — Ela perguntou.

É, eu sabia que meu rosto estava meio inchado pelo choro e imaginava que ela fosse perceber.

Mas eu definitivamente não podia esperar mais. Senão, não teria coragem para fazer aquilo.

— Sim. — Soltei no meio de um suspiro.

— Por quê?

— Entra. — Chamei, ao invés de responder a pergunta.

Ela me seguiu até a sala, onde me sentei no meu pufe. Anna se sentou no sofá, observando tudo, menos eu.

— Você disse que queria conversar. — Disse ela, focando no meu rosto. — O que foi?

Suspirei de novo, tomando coragem.

— Acho melhor a gente parar com isso.

Anna franziu as sobrancelhas, o belo rosto estampando confusão.