Anna De Luca, em um domingo a noite, vai em uma festa e conhece uma morena misteriosa, com uma personalidade incrível e um beijo melhor ainda. No entanto, dias depois, ela começa a dar aula em uma escola nova, e encontra a tal morena. Só não contava...
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Não esperava que o primeiro dia fosse tão desastroso.
Eu já trabalhava naquela escola faziam alguns anos e sabia que entrariam professores novos. Só não sabia que Anna seria uma deles.
Tá, considerando que nenhuma de nós duas perguntou a profissão da outra, não foi uma surpresa tão grande assim.
Agora, com certeza não esperava que o mês seguinte fosse ainda mais desastroso.
Eu já deveria ter esquecido aquilo. Era coisa de uma noite, beijos, toques e etc. Eu fazia aquilo o tempo todo, afinal.
Ainda assim... ouvir Anna dizer que queria esquecer o que tinha acontecido doeu, confesso.
Mas, se ela queria esquecer, então por que mal olhou para mim em um mês inteiro? Ou não falou comigo, mesmo nossas salas sendo literalmente uma em frente à outra?
Essas perguntas rondavam minha mente durante a maior parte do tempo em que eu estava no trabalho, me distraindo e me deixando com dor de cabeça.
— Dor de cabeça de novo? — Thomas me perguntou em uma tarde de sexta, ao me ver massageando as têmporas outra vez.
— Sim. — Respondi, querendo um remédio, minha cama e um pote bem grande de sorvete de chocolate.
— Você tá um poço de ansiedade. O que aconteceu?
— Em 15 minutos eu te conto. — Repliquei, lançando um olhar discreto a Anna, que conversava com Alexy em um sofá no canto da sala.
— Por que daqui a 15 minutos e não agora?
— Que horas são, Thomas?
— 15:15... Ah, entendi.
— Tão inteligente e tão lerdo ao mesmo tempo... — Resmunguei.
— Ei. Me respeita. — Ele resmungou de volta enquanto desligava o notebook. Desliguei o meu também e comecei a guardar as coisas. — Donuts com sorvete para o lanche?
Inclinei a cabeça para trás em um êxtase silencioso.
— Com toda certeza. — Prendi o cabelo e, enquanto Thomas me observava, eu disse: — Estava pensando em cortar o cabelo. O que acha?
— Contanto que você não tire as mechas vermelhas, acho que fica bom.
— Por que você tem essa fixação com as mechas vermelhas do meu cabelo?
— Dão um charme pra esse seu cabelo sem graça. — Sua voz estava carregada de sarcasmo. De brincadeira, fiquei boquiaberta.
— Meu cabelo não é sem graça. Jamais. Em hipótese alguma.
— Ah, sim. — Revirei os olhos, me recostando na cadeira e pegando meus fones.
