Anna De Luca, em um domingo a noite, vai em uma festa e conhece uma morena misteriosa, com uma personalidade incrível e um beijo melhor ainda. No entanto, dias depois, ela começa a dar aula em uma escola nova, e encontra a tal morena. Só não contava...
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Sinceramente, acho que gostei bem mais do azul do que o vermelho.
A cor que tinge as mechas traseiras do meu cabelo não é mais vermelho, e sim azul marinho. Também cortei ele logo acima da lombar. Comecei a esconder a franja. Ah, e tem mais um pequeno detalhe.
— Seu cabelo ficou lindo. — Ouvi Anna dizer assim que sentei ao lado dela, naquela tarde.
— Obrigada. — Respondi, sorrindo.
Ela sorriu de volta, então começamos nossa coordenação.
Uma hora depois, eu já tinha terminado. Sempre termino antes dos outros, por ser bem rápida, o que me obriga a ficar uma hora e meia sem fazer nada ou jogando no computador.
Hoje, vou trabalhar no meu projeto. Aprimorá-lo, ver se tem alguma ponta solta, etc.
Reli tudo duas vezes, e suspirei, escondendo um sorriso. Estava maravilhoso.
— Esse é o seu projeto? — Anna perguntou de repente, se inclinando por cima do meu ombro para conseguir ler. Soltei um riso.
— Sim.
— Posso...? — Assenti, deslizando meu notebook na direção dela.
Observei Anna ler as sete páginas sobre meu projeto, seu semblante tranquilo sem mudar ou mover um músculo. Perto do fim, no entanto, ela deu um sorrisinho.
— Caramba. — Ela murmurou quanto terminou, enquanto devolvia o notebook. — Não gosto muito de ciências...
— Percebi.
— Mas — ela continuou, sorrindo — isso aqui tá muito bom.
— Sério? — Perguntei, a voz esperançosa demais.
Sim, eu sabia que o projeto estava bom. Mas ouvir aquilo de outra pessoa tornava tudo um pouco mais... real. Eu tinha criado aquilo.
— Sério. — Anna respondeu. — Está perfeito.
Está perfeito.
Essas palavras não saíram mais da minha cabeça, mesmo enquanto eu imprimia todo o projeto e ia até a sala de Olivia para apresentá-lo. Enquanto ela lia algumas partes e dizia que era bom. Ótimo, até.
— A quanto tempo está desenvolvendo isso? — Perguntou.
— Pouco mais de dois meses.
— Então começou a trabalhar nele nas férias?
Pisquei. O que ela quer dizer?
— Basicamente, sim. — Eu era um retrato de calma profissional. Mas não se engane, eu estava surtando por dentro.
— Podia ter me ligado assim que começou. Não teria que fazer tudo sozinha. — Soltei um suspiro de alívio. — Se conseguiu fazer tudo isso sozinha, imagine o que teria feito com ajuda.
