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Sendo professora, o primeiro dia de aula era importante para mim

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Sendo professora, o primeiro dia de aula era importante para mim. Especialmente sendo em um emprego novo.

Cheguei mais cedo do que pretendia, já que o trânsito estava leve. Quando cheguei na sala dos professores, lá estavam apenas a diretora e um professor alto. Dei bom-dia para os dois e me sentei no canto de um dos sofás para ler.

Enquanto eu abria o livro, outra pessoa entrou na sala. Era uma mulher, usando suéter e calça jeans. Era baixa, poucos centímetros mais alta que eu e segurava um livro. Ela se sentou ao meu lado e, enquanto abria o próprio livro, disse para mim:

— Suas orelhas são fofas.

Aquilo me fez dar um sorrisinho. Eu adoro minhas orelhas porque têm pontinhas em cima, como as de uma fada ou de um elfo. Tenho isso desde que nasci, e adorava me fantasiar de fada quando era criança.

— Obrigada. — Respondi. Ela se virou para mim e se apresentou:

— Alexy.

Sorri largamente e apertei sua mão.

— Anna. É um prazer.

— Igualmente. Qual sua matéria?

— Literatura. E você?

— Geografia. Você é europeia? — Ela perguntou, aparentemente notando meu leve sotaque.

— Francesa. — Respondi. — Me mudei para cá com 12 anos, mas tenho sotaque até hoje.

— Ah.

— Que livro é esse? — Perguntei, com vergonha. Eu adoro ler, mas morro de vergonha de falar sobre livros.

— O Lado Feio Do Amor.

— Sério?

— Sim. Por quê?

Ela mostrei a capa do livro que estava lendo. O Lado Feio Do Amor.

— Que coincidência.

Nós rimos baixinho. Ficamos conversando por um tempo.

Enquanto conversávamos, meus pensamentos começaram a se desviar para aquela festa e para a mulher que me atraiu tanto lá.

Eu pedi o número de Sam, mas não usei. Estava com tanta vergonha.

Eu simplesmente conhecia ela a uma hora, pensei. E retribuí o beijo que ela me deu. E a chamei para transar no banco de trás do meu carro. E ainda dei a ela um beijo de boa-noite.

Suspirei resignada. Devo ter parecido uma palhaça. Tomara que eu nunca mais a veja.

— Você... — Comecei, mas perdi a voz. Na porta, estava parada uma mulher alta de cabelo cacheado. O mesmo cabelo no qual eu me perdi duas noites atrás. — Ah, merda. — Sussurrei, baixo o bastante para que ninguém escutasse.

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