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Karma's a relaxing thought, aren't you envious that for you it's not?
Karma - Taylor Swift

Karma's a relaxing thought, aren't you envious that for you it's not?Karma - Taylor Swift

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Às vezes, me pergunto se fui uma boa pessoa na minha vida passada.

Acho que não, na verdade. Não é possível que uma boa pessoa tenha causado o karma que tenho hoje. Especialmente quando Sam está me observando do outro lado do parque, um donut coberto com sorvete a meio caminho da boca e Thomas murmurando algo ao seu lado.

Continuei com a minha corrida, fingindo que não a vi, mas observei discretamente enquanto Sam e Thomas comiam os donuts. Escondi uma risada quando Sam riu de algo que Thomas disse e, como troco, ele sujou o nariz dela com sorvete.

Quando estava passando perto deles, e um pouco perto demais do que eu pretendia, ouvi as vozes deles, ainda que baixas.

— Sério, Sam? — Thomas retrucou. — Esperava mais de você.

— Me poupe. Sei que já fez pior.

— Mas eu não transei com uma colega de trabalho.

Senti meu rosto esquentar. Eles estão falando de mim?

Parei para fazer uma pausa e tomar água. Tá, e ouvir eles dois. Sei que é errado, mas a conversa estava tomando um rumo perigosamente ligado a mim.

— Olha, eu não sabia que ela era nossa colega de trabalho... — Sam deu uma pausa, pensando em algo. — Espera aí, eu já não tinha te contado isso? No primeiro dia de aula.

— Eu estava de ressaca, amore. Tanta dor de cabeça que não lembro de duas palavras da nossa conversa.

— Engraçado, da Alexy você lembra, não é?

— Impossível esquecer. — A voz dele estava cheia de... de algo que não consegui identificar muito bem. Talvez interesse.

— Babaca. Ela namora, você sabe. — Sam enfiou uma colherada de sorvete na boca.

— Eu não disse nesse sentido.

Sam grunhiu um enquanto terminava o sorvete.

— Tô com saudade. — Ouvi Sam dizer.

Franzi as sobrancelhas. Não é de mim, eu disse a mim mesma. Por favor, Sam, diga que não é de mim.

— Do quê? — Thomas perguntou.

Me levantei do banco que estava e me preparei para voltar a correr.

— De Anna. — Sam respondeu. — Do beijo dela, das mãos dela, e principalmente daquela voz linda.

Tropecei. Infelizmente, não no sentido figurado. Em um segundo, estava correndo e, no outro, estava caída no chão, as palmas das mãos ardendo, um joelho ralado, o tornozelo dolorido e meu orgulho belamente ferido.

Será se fingir um desmaio soa menos vergonhoso?

Não, foi o que deduzi. Até porque, milésimos de segundos depois, Sam estava na minha frente.

— Você tá bem? — Ouvi-a falar, e não consegui não notar o quando ela estava perto.

— Estou. — Respondi, de algum modo, calma pra cacete.

— Tem certeza? — Assenti, mas, enquanto me apoiava nas mãos, que começaram a arder mais, soltei um sibilo de dor. Sam soltou um muxoxo pra mim e estendeu as mãos. — Vem aqui.

Segurei seus dedos, e Sam me puxou praticamente sem esforço. Foi a primeira vez que notei a força dela. Também notei que ela não soltou minhas mãos, e seu rosto ficou vermelho.

Sam estava sozinha. Thomas estava sentado no mesmo banco, sem se importar conosco.

— Como veio parar aqui tão rápido? — Perguntei, apesar de aquela ser a última coisa que eu queria saber.

— Vantagens de fazer academia todos os dias. — Sam brincou, mas logo ficou séria outra vez. — Você caiu praticamente em cima do seu pé. Consegue andar?

— Acho... — pisquei, pensando se realmente conseguiria. Mas tinha que conseguir. Caso contrário, Sam teria que me ajudar e eu teria que me controlar, o que parecia impossível a cada segundo perto de Sam. — Acho que sim.

Ela assentiu e soltou minhas mãos, e deu dois passos para trás. Tentei andar também, mas uma pontada especialmente dolorosa no tornozelo quase me fez cair de novo.

Sam se apressou em me segurar e, enquanto me apoiava nela, nunca lamentei tanto ser desastrada.

— Opa, opa. — Ela me levou até um banco ali perto e me ajudou a sentar. Se agachou e examinou meu tornozelo com cuidado. Suas mãos frias me fizeram estremecer. — Não parece ter torcido. Uns 30 minutos com gelo e repouso, e amanhã vai estar novinho em folha.

Sam se endireitou e sentou ao meu lado.

— Ser desastrada é uma das ruínas da minha existência. Desculpa por te envolver. — Eu disse a ela. Sam riu, mas não da minha cara de boba, aparentemente.

— Não tem problema. E eu não iria deixar você aqui caída, especialmente com o tornozelo machucado.

— Você não tinha como saber que eu estava com o tornozelo machucado.

— Eu deduzi. Como disse, você caiu em cima do seu pé.

Soltei um suspiro, mas não disse mais nada. Sam também ficou calada, mas, quando olhei em sua direção, ela estava observando Thomas, que nos observava de volta.

— Você veio a pé? — Sam perguntou.

— Sim. Moro aqui perto.

— Tá bom, então. — Murmurou ela, se levantando, então completou, em voz alta: — Eu te levo em casa.

Ah, não.

— Ah, não precisa. — Afirmei, quase entrando em pânico. — Eu tenho quase certeza de que consigo chegar em casa.

Sam lançou um olhar a Thomas, que se levantou do banco em que estava e veio na nossa direção, e estendeu as mãos para mim, me ajudando a levantar também.

— Para de ser teimosa, okay? Mal conseguiu dar um passo sem cair.

— Oi Anna. — Thomas disse, parando perto de nós. Respondi o oi, mas ele já estava em outra conversa com Sam: — O que que 'cê quer?

— Preciso da sua ajuda, e não fala assim comigo.

Ele soltou um suspiro resignado.

— Tá. Em que você precisa da minha ajuda?

— Você pode levar Anna na casa dela?

— É... não vai rolar. — Ele desviou o olhar para o relógio no pulso, então de volta para o rosto ainda vermelho de Sam. — Tenho um compromisso em 20 minutos. Aliás, já deveríamos ter saído daqui.

— Thomas, por favor. — Sam entrelaçou os dedos, apertando-os. Observei enquanto os nós dos dedos dela ficaram brancos. — Ela machucou o tornozelo e eu estou sem carro. Não vai demorar nem 5 minutos.

— Tem sorte de eu gostar de você. — Ele murmurou.

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Oii pessoinhas lindas do meu coração! Estava me sentindo inspirada e terminei esse capítulo bem rápido, pra ser sincera. Menos de dois dias, sem contar a revisão. A partir de agora, vou tentar de tudo pra postar capítulo pelo menos todo fim de semana, okay? E vou tentar não atrasar. Enfim, não esqueçam de deixar a estrelinha se gostou, adicionar à biblioteca para receber os próximos capítulos e compartilhar com seus amigos. Até o próximo capítulo, tchau tchau!!

— Yorkie 🥀

more than expected - S&AOnde histórias criam vida. Descubra agora