Meramente Amor (Cophine)

Capítulo Doze

-PoV Cosima-

Voltar na casa da Susan sem o Felix comigo foi um pouco estranho. Eu não sabia quem da família estaria por lá além da Sarah, mas no dia do almoço, todos perceberam que eu e Delphine tínhamos algum tipo de atrito mal resolvido.

Dessa vez eu tô voltando como amiga dela e espero muito que ninguém fique perguntando demais sobre esse assunto.

Primeiro porque eu não quero lembrar como eu fui idiota no começo e segundo, porque eu não quero ter que explicar como comecei a gostar de Delphine sem entregar um sorrisinho bobo ou um olhar tímido.

Eu não posso correr o risco de passar uma vergonha dessa na frente de toda a família.

Estacionei no jardim e mais uma vez fiquei impressionada com o tamanho daquela casa. Eu sei que é da Susan e do Ethan, mas lembrar que Delphine mora ali e tem tantos recursos, me faz pensar que o ensino realmente é sua paixão, porque ela poderia facilmente administrar uma das escolas do pai ou trabalhar na TV junto com a mãe, mas ela escolheu ensinar.

Antes que eu saísse do carro, vi Delphine vindo em minha direção usando um vestido verde com estampas muito pequenas -talvez bolinhas- e uma bota curtinha branca. Ela estava bem diferente sem as roupas sociais que sou acostumada a vê-la, mas é inacreditável como ela fica bem com qualquer coisa.

Um sorriso se estampou em seu rosto e assim que destravei o carro, ela abriu a porta pra mim.

Delphine parecia animada, ou talvez eu não fosse muito acostumada com aquela Delphine mais leve, sem estar em dias úteis de trabalho e totalmente livre pra aproveitar seu aniversário.

-Que bom que você veio. Eu já não tenho mais nenhum assunto com os amigos da minha irmã. -ela brincou enquanto fechava a porta do meu carro e eu o travei novamente.

-Deu tudo certo, já cheguei pra te salvar. -sorri vendo seus olhos quase brilharem e lembrei do presente. -Ah, eu não conheço muito os seus gostos, mas sei que você é francesa e gosta muito de comer. Tentei juntar as duas coisas. Então é isso, feliz aniversário. -concluí deixando o presente em suas mãos.

-Cosima, não precisava de presentes. Eu falei sério.

-Eu sei. Mas eu gosto de presentear. Foi um prazer escolher ele pra você.

-Ah, então eu agradeço. Merci. E cadê a Charlotte??

-Ela ficou com uma amiga minha. Charlotte faz qualquer coisa pra dormir fora de casa, parece uma mochileira.

-Eu estraguei o final de semana que ela passa com você, não foi?

-Não! Imagina. A gente tem mais que só o final de semana juntas. Nem se preocupe com isso. De qualquer forma, já tínhamos marcado de ir ao cinema amanhã, hoje não tinha nada mesmo.

-Menos mal. Então vamos pra área da piscina, tá todo mundo lá e fica melhor pra eu abrir meu presente também. -Delphine falou entrelaçando seu braço no meu e um arrepio bem no final da minha coluna parecia responder aquele toque.

De longe eu conseguia ver umas cinco pessoas em alguns bancos mais distantes da piscina e Delphine me levou até lá rapidamente só pra conhecer todo mundo. Acho que a pessoa mais velha dali tinha uns vinte anos, no máximo vinte e dois, e lembrei que é a idade da Sarah também, então faz sentido ela ter amigos tão novos.

Eu não acho que seja uma diferença tão gritante pra mim que tenho trinta. Mas com certeza eu me sentiria melhor se tivesse alguém mais velho.

Depois de me apresentar, Delphine me puxou de volta pra uma mesa alta de bancos também altos que ficava perto de uma churrasqueira que estava desligada e ficamos a uma distância razoável das outras pessoas.