-PoV Cosima-Uma coisa que Charlotte não herdou de mim foi a disposição que ela tem pra acordar cedo. E não é só o fato de acordar, ela levanta com a energia de um time de futebol inteiro.
Então estranhei ver que já eram sete e meia da manhã e ela ainda não tinha aparecido na cozinha pra tomar café.
Charlotte nem sequer usa despertador e geralmente ela mesma é meu próprio alarme humano, me acordando todos os dias mais cedo do que eu gostaria.
-Ei, Cos. -Felix falou entrando na cozinha meio receoso e me fitou umedecendo os lábios.
-Oi, Fee. Aconteceu alguma coisa? Você parece tenso.
-É a minha sobrinha... acho que tem alguma coisa errada.
Antes mesmo que Felix conseguisse me dizer qualquer outra informação, eu já estava correndo até o quarto da Charlotte com um desespero que há muito tempo eu não sentia.
Era como se o sangue descesse todo pra os meus pés e a minha cabeça ficasse pesada pela falta da circulação sanguínea.
Talvez até não fosse nada demais, mas já passei por tanto momento difícil em relação a saúde da minha filha, que no mínimo sinal de perigo eu já estou no extremo da preocupação.
Entrei no quarto visivelmente assustada e lá estava a Charlotte bem encolhida na cama com seu rosto coberto pelo edredom.
-Filha, tá tudo bem? O que você tá sentindo? -sentei na pontinha da cama e tentei puxar um pouco a coberta pra conseguir vê-la.
-Nada, mamãe. Eu tô bem. -ela disse se esforçando ao máximo pra me fazer acreditar, mas eu conhecia bem aquele tom de voz. Ela estava com dor.
-Você não precisa esconder nada de mim, meu amor. Você tá com dor na perna, não tá?
Charlotte balançou a cabeça de forma positiva, mas logo depois afogou seu rosto novamente no travesseiro tentando esconder suas lágrimas.
-Eu não quero ir pra o hospital, mamãe. -ela disse com a voz abafada pelo travesseiro.
-Mas nós não vamos, não se não for necessário. Por isso é importante que você sempre me diga o que tá sentindo. Assim a gente pode resolver de casa. O hospital é só se você não melhorar, okay?
-Okay. -ela disse fungando um pouco, porém mais tranquila.
-Posso fazer alguma coisa pra ajudar, Cos? -Felix perguntou encostado à porta.
-Pega a caixa de remédios que tá no banheiro do meu quarto, por favor.
-Claro. -ele disse pressionando os lábios numa linha fina e se retirou.
-Eu vou pra escola hoje? -Charlotte perguntou olhando pra mim e eu enxuguei suas lágrimas antes de responder.
-Não. Claro que não. Hoje você fica aqui comigo, tá bom? Se você tiver melhor, amanhã você vai. -completei deixando um beijinho em sua testa.
Enquanto Felix não voltava, tirei todas as cobertas pra aplicar a injeção de Oxicodona na perna dela, eu sei o quanto minha filha odeia agulhas, então iniciei assuntos aleatórios com ela e consegui aplicar o medicamento sem despertar nela nenhuma crise de choro.
Felix ficou no quarto com ela enquanto eu desci pra terminar o café da manhã e levar na cama. Nós três beliscamos algumas coisas juntos, mas a medicação tem um efeito tão rápido que em menos de meia hora ela estava dormindo de novo.
Apesar de ainda não estar muito bem com o Scott por conta do final de semana. Eu não conseguiria esconder dele o estado de saúde da nossa filha, por mais simples que ele fosse. Ele e Felix, vivenciaram cada segundo de luta da Charlotte junto comigo no hospital, então eles entendem não só o meu desespero, mas como uma simples dor pode agravar pra uma coisa pior.
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Meramente Amor (Cophine)
Fanfiction[CONCLUÍDO]O amor é simples. Acontece. É preciso ser simples pra entender que as melhores coisas da vida não são ensaiadas, elas são espontâneas. O amor é transcendental. Você só precisa olhar nos olhos de alguém. E basta.