Capítulo Trinta e Três

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-PoV Cosima-

-Mamãe? Se eu te contar uma coisa você promete não ficar com raiva? -Charlotte perguntou se materializando na porta do meu quarto.

Naquele momento eu estava imersa em pensamentos enquanto arrumava a cama e tentando a todo custo chegar a uma conclusão sobre eu não ter aceitado o pedido de namoro de Delphine. Todo dia eu pensava se realmente havia sido uma boa decisão e racionalmente falando, parecia ser.

Mas se foi, por que eu estava tão triste?

Não teve um dia sequer que eu não senti dor de cabeça e que eu não me culpei por estar causando isso a Delphine também.

Mas naquele instante, a voz da minha filha me fez despertar daquele estado absorto e eu lhe dei atenção.

-Mamãe? -ela insistiu mais uma vez.

-Oi, Char. Pode falar. O que aconteceu?

Vi minha filha ainda parada na porta com os olhinhos desconfiados e ela parecia com medo de me contar alguma coisa.

-Promete não brigar comigo? -ela perguntou outra vez.

Se fosse qualquer outro dia eu teria dito que não poderia prometer nada, mas eu estava triste demais pra sermões ou qualquer bronca.

-Prometo. Senta aqui e me conta o que aconteceu.

Charlotte entrou no quarto a passos curtos e depois sentamos na cama. Ela olhou pra os lados por alguns segundos antes de falar, mas depois tomou coragem.

Eu sei que meu pai já tá no caminho pra me buscar hoje, mas eu queria ficar em casa, posso ficar com você?

-Como assim? Seu pai aproveitou o feriado no meio da semana pra te levar pra sair e você não quer mais? Por quê?

-É que ele chamou a Aynsley pra ir com a gente e eu não quero sair com ela.

-Ela fez alguma coisa com você? Te tratou mal?

-Não. Ela não fez nada. Mas eu não quero ter que sair com ela. Eu queria ver só o meu pai, mas agora ela tá com ele o tempo todo.

-Filha, eles só querem fazer parte da vida um do outro, isso é normal.

-Não tem nada de normal aqui, mamãe. Quando a gente morava em Toronto era normal, agora tá tudo diferente. Me deixa ficar, por favor?!

-Tudo bem, Charlotte. Você não é obrigada a ir, mas você fala com seu pai quando ele chegar, okay?

-Ah não, mamãe.

-Quem ia sair com ele era você, não eu. Eu não vou poder responder as coisas por você pra sempre, você tem que falar com o seu pai sozinha e dizer como tá se sentindo.

-Tá bem, eu vou fazer isso.

(...)

Quando Scott chegou, eu fiquei surpresa com a sinceridade da Charlotte, ela disse o porquê estava tão triste e pediu pra ele entender que ela queria mesmo ficar em casa. Nem parecia uma menina de oito anos falando.

Apesar de ficar triste por ela estar vivendo o oposto do que ela queria, é muito bom ver que ela não guarda esses sentimentos, ela põe tudo pra fora e assim fica muito mais fácil da gente conseguir ajudá-la.

-Posso te fazer uma proposta? -Scott perguntou tentando melhorar o ânimo da nossa filha.

Charlotte balançou a cabeça dizendo que sim e eu continuei olhando os dois pra saber o que seria.

Meramente Amor (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora