Capítulo Dezessete

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-PoV Cosima-

Ficar ouvindo Delphine falar da tal professora que se chamava Adele foi praticamente uma tortura. Ela me contou que as duas andavam só trocando algumas mensagens, mas que gostava muito de conversar com ela.

Na verdade, ela me disse bem mais coisas que isso, mas eu não consegui focar em quase nenhuma delas.

O que não saía da minha cabeça mesmo, era a Shay me dizendo que eu precisava fazer alguma coisa pra ser notada ou Delphine me veria pra sempre como amiga.

Porque se declarar pra alguém tem que ser tão difícil desse jeito?

Eu não tinha aquela resposta e tão pouco tive coragem de tentar alguma coisa.

A gente vinha se divertindo bastante sempre que se encontrava e vínhamos nos falando em alguns momentos durante a semana, mas nada além de amizade, o que me deixava ainda mais desesperançosa.

O que me animou um pouco, foi a surpresa de ter o Felix de volta na minha casa. Ele chegou numa quarta-feira à noite e disse que dessa vez passaria bastante tempo com a gente. Havia uma gravação de um programa no Canadá que duraria pelo menos uma temporada inteira e ele era o responsável por todos os figurinos.

-Você trouxe pouquíssimas coisas pra quem vai passar tanto tempo aqui. -eu disse enquanto o ajudava a desfazer a mala.

-É que se eu for mesmo passar o ano inteiro, eu vou alugar alguma coisa pra mim. Então quando isso acontecer, eu volto em New York pra buscar minhas coisas.

-Fee, você pode ficar aqui em casa, nós vamos adorar.

-É tio, fica com a gente. Por favor. -Charlotte pediu.

-Amor, seu tio gosta de ter um lugar só pra ele. Mas isso não quer dizer que eu não venha mais aqui, e você também pode ficar lá comigo. Eu deixo você dormir bem tarde. -Felix disse a última frase sussurrando e Charlotte comemorou lhe dando um abraço.

-Tio Felix, eu fiz um desenho pra você? Quer ver?

-Sério? Pra mim? -ele perguntou com surpresa.

-Sim! Eu desenhei uma modelo, igual você faz.

-Own, você fez um figurino?

-Uhum, eu fiz.

-Então pega lá, amor. Eu quero ver.

-Tá bom, eu já volto. -Charlotte disse toda alegre e saiu do quarto em busca do desenho.

-Ela parece bem, tá mais feliz. -Felix falou logo em seguida.

-Ela tá mesmo. A gente vem se aproximando bastante e o pai dela se tornou uma pessoa mais presente depois que combinamos esses finais de semana fixo. Ela sempre volta pra casa contando milhares de histórias. Ela também tá aprendendo a tocar piano na escola, tá fazendo essas aulas de desenho e tá lendo que é uma beleza. Não pode ver um livro que já quer comprar.

-Que bom, Cos. Eu fico feliz em saber disso. Minha sobrinha tava mesmo precisando dessa gotinha de felicidade. Mas falando em escola... e a professora dela?

-Essa ela continua odiando.

-Mas não tô falando em relação a Charlotte, tô falando em relação a vocês duas. Como estão as coisas?

-Não estão, Felix. Simplesmente não estão.

-Eu perdi alguma coisa durante esse tempo fora?

-Acho que não, é só que não existe nada, sabe? Eu também não tenho tanta certeza do que eu quero e ela já tá gostando de outra pessoa...

Meramente Amor (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora