Capítulo Trinta e Seis

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-PoV Cosima-

O jantar ao qual tínhamos feito tantos planos, terminou virando apenas um jantar comum como qualquer outro.

Eu fiquei bastante triste com o fato de Delphine cogitar voltar pra França e em momento nenhum tocar no assunto comigo, eu sei que não tenho o direito de lhe cobrar nada, mas eu não consigo fingir sentimento, nem muito menos negar o que me incomoda.

Eu também sei que errei diversas vezes com ela, mas eu tava me esforçando pra fazer tudo certinho e mesmo assim ela parecia não confiar em mim, ou talvez, ela não tenha coragem de me dizer ainda que tem planos de ir embora.

O clima entre a gente já não estava cem por cento antes, então depois disso, desandou totalmente. Delphine insistiu mais algumas vezes pra saber o que tinha acontecido pra eu mudar de ideia tão rápido, mas eu não iria falar o que eu ouvi até que ela me contasse primeiro o que estava acontecendo.

Vendo que nosso diálogo não evoluiria mais do que aquilo, recebi uma mensagem de dela dizendo que a gente precisava ter uma conversa séria, e eu não poderia concordar mais.

Durante a semana, ela foi na minha casa depois do seu expediente na escola, por alguns segundos eu desejei profundamente que ela estivesse ali pra me contar a verdade, mas no segundo seguinte, eu lembrei que a verdade poderia ser cruel comigo e eu simplesmente não sabia o que esperar, nem muito menos o que fazer.

-Oi, você apareceu. -falei assim que abri a porta.

Delphine sorriu um pouco sem ânimo e mesmo eu sabendo que ela estava muito chateada comigo, fui surpreendida com um abraço apertado e caloroso. Eu queria muito achar que aquilo era um bom sinal, que teríamos uma conversa madura e tudo ficaria bem, mas eu conseguia sentir o clima de despedida e aquilo me fez até sentir falta de ar.

-Delphine!!!! -Charlotte gritou com uma empolgação que nem eu esperava.

-Oi, minha linda. Cuidado. -ela disse vendo a pressa com que minha filha descia as escadas.

Delphine pôs Charlotte nos braços e lhe abraçou apertado igualmente havia feito comigo. Minha filha entrelaçou os braços no pescoço dela intensificando o carinho e meu desespero era tão palpável que precisei segurar em qualquer coisa pra me manter de pé.

-Você veio jantar com a gente? -Charlotte perguntou.

-Ah, não. Eu não posso demorar. -Delphine explicou colocando-a de volta no chão.

-Por que não? Fica com a gente, por favor? Vai mãe, pede pra ela ficar. -minha filha insistiu.

Apesar de estar completamente sem jeito pra fazer um pedido daquele, eu queria mesmo que ela ficasse.

-Vai ser bom ter você aqui, Delphine. A gente pediu comida chinesa hoje. Daqui a pouco tá chegando.

Charlotte encarou Delphine com os olhinhos de gato pidão e sua estratégia facilmente deu certo.

-Hm, então tudo bem. Se não for incomodar... -ela respondeu ainda meio incerta, mas confirmei na hora que não haveria problema algum.

-Claro que não. Você é sempre bem-vinda. -respondi.

-Sabe o que eu fiz hoje? -Charlotte falou logo em seguida tentando chamar a atenção de Delphine.

-Não, amor. O que você fez?

-Uma carta pra você.

-Pra mim? Sério? -vi Delphine ficar surpresa com aquela informação, mas igualmente feliz.

-Uhum, minha mãe disse que eu fui mal educada e não te agradeci quando você me ajudou a tocar piano. Então eu fiz uma carta de agradecimento.

-Sua mãe pediu pra você fazer isso? Não precisava... -Delphine respondeu olhando de relance pra mim, mas eu não tinha nenhuma contribuição naquela história.

Meramente Amor (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora