Epílogo

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3 meses depois

Foram longos meses para Safira, na verdade, acredito que tenha sido longos meses para todos ali no reino, os nervos da rainha estavam a flor da pele por causa da gestação e pelo fato de que não sabiam do paradeiro de Andrew e Matthew, ambos desaparecidos desde o confronto com Emma. O humor da rainha não era um dos melhores e a única que era capaz de controlar seu gênio era sua mãe, a rainha mãe Audrey, que teve argumentar com a filha sempre que podia.

— Você não pode ficar sem comer e muito menos pode gritar dessa forma com os lobos. — Audrey falou fechando a porta da biblioteca assim que passou para que ninguém pudesse ouvir, mesmo ela sabendo que era impossível tendo lobos com super audição. — Você só tem duas missões agora, Safira. Manter o herdeiro vivo até o seu nascimento e manter o reino a salvo, e não é gritando que você vai conseguir as duas coisas.

— Mamãe, eu sei muito bem cuidar de mim, não preciso que fique me lembrando de comer. — A jovem rainha ergueu os olhos dos documentos que estavam na sua frente. — E também sei como comandar o reino, por isso sou rainha.

— Escute aqui, garotinha tola, eu fui rainha por quase dois mil anos e acredite quando Digo que você não sabe nada sobre como comandar esse reino. — Safira se assustou com o tom que a mãe usou e apenas ficou calada ouvindo tudo. — Estou farta de você ficar repetindo que é rainha, por que você não sabe nada sobre ser rainha.

— Mae?

— Não, agora você vai me escutar.

Todos ali sabiam o quanto a antiga rainha era calma com a filha, então era uma surpresa ver ela tão alterada daquela forma.

— Eu fui a rainha da alcateia mais poderosa do mundo por mais de 1.500 anos, e nunca, nunca em todo o meu reinado falei que já sabia de tudo. — A mais velha se aproxima da filha olhando no fundo dos olhos castanho dela. — Você precisa parar de dizer que é a rainha e começar a agir como uma! Sua única função materna é gerar um herdeiro forte para manter nossa família viva, e sua única função como soberana é não esquecer do seu povo.

— Mas eu não esqueci...

— Esqueceu no momento que pensou apenas em encontrar Andrew, esqueceu no momento que gritou com os seus lobos, você esqueceu de ser rainha quando pensou apenas como uma mulher apaixonada.

— Então eu não posso ser rainha e está apaixonada?

— Claro que pode, mas você rainha e você mulher são duas coisas completamente diferentes.

Naquele momento estava acontecendo a maior lição de vida que Safira havia tudo em toda a sua vida, a lição que ela devia ter aprendido antes de ter fugido por causa da maldição, era uma lição que iria determinar qual o tipo de rainha ela seria de agora em diante.

— A casa Lincoln vem de uma longa dinastia de Reis, desde a época de Richard, o conquistador, que o trono é ocupado apenas por homem e você é a primeira mulher a assumir esse manto.

— Sim eu...

— Calada, eu ainda não acabei. — Apenas com um aceno da mãe, ela se casou completamente. — E eles estão esperando que você falhe, todos eles, mas é a sua chance de mostrar que o trono também pode ter uma mulher sentada nele. Quando você colocar aquela coroa, entrar na sala de reuniões ou na sala do trono, você não é mais a Safira, consorte do supremo alfa, você é Safira Lincoln, a rainha amaldiçoada, a primeira mulher a sentar no trono lunar. Só você tem o direito de sentar ali, faça valer a pena o sacrifício de seu pai.

— Mae...

— Para a família você é uma coisa, agora para o reino... ah querida.

Pela primeira vez desde que começou aquele sermão, Audrey tocou o rosto da filha com carinho e logo pousou a mão sob o ventre dela sentindo a pequena elevação que tinha ali.

— Para o reino você é a rainha, e precisa ser a rainha mais poderosa que existiu.

Aquele era o conselho mais verdadeiro que ela poderia receber, ser da realeza tinha o seu preço e as vezes o preço era a sua própria alma.

Reino dos humanos, Escócia

Naquele mesmo momento um homem  acordou assustado logo após o sonho confuso que tinha se formado em sua mente, ele só conseguia lembrar da mulher curvada no chão como se estivesse morrendo de dor, sua boca se abria em um grito mudo e as lágrimas escorriam pelo seu rosto, ela estava sofre do muito e olhava para ele implorando por ajuda, mas ele não podia ajudar, não fazia a mínima ideia do que poderia fazer para ajudar.

Ele se levantou da cama jogando um punhado de água fria em seu rosto para tirar aquela sensação ruim que havia ficado, quem era ela? E por que ele sentia que iria morrer a cada grito que ela dava?

— Daniel, pesadelo novamente? — Uma mulher morena apareceu na porta do quarto dele cruzando os braços por cima da camisola. — A mulher com dor novamente?

— Sim, mas dessa vez foi diferente, ela estava olhando para mim com aqueles imensos olhos castanhos. — Ele suspirou sentindo seu coração acelerar com a menção dos olhos. — Quem é ela? Por que estou tendo esses sonhos com ela?

— Não sei, talvez seja apenas uma peça da sua cabeça, ou alguém do seu passado. — A mulher se aproxima. — Tem certeza que não se lembra de nada? Nem do seu nome?

— Não, só lembro dela e que eu preciso voltar para ela.

Eles ficaram em silêncio como se estivessem assimilando todas as coisas que tinham sido ditas até então, Daniel sentou na cama novamente olhando para a lua cheia lá fora e apertou com força a pequena Safira que carregava no pescoço preso numa corrente de prata, era a única coisa da sua vida passada que tinha e iria guardar com  todas as duas forças.

— Mas o que voce lembra dela?

— Apenas o seu nome que não sai da minha cabeça. — Ele olhou para a amiga e sorriu de lado. — Safira.

Mil Anos Para Amar - Mil Anos  ( Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora