"Dois corações dispersos, um sentiu o amor e a dor, o outro não conhece nada além dos gostar.."
Joel se fechou, seu coração que sentiu amor por tanto tempo se quebrou, a dor fez ele desistir de tudo na vida, perder sua mulher, acabou com ele e o afa...
Ainda dói. Ainda machuca muito. Sinto doer como se fosse ontem, mas a vida precisa seguir, eu preciso seguir e me libertar dessa sensação que me dilacera a alma e aperta o peito. ( autor desconhecido)
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A noite com Joel foi tão incrível, ele não sabe mas eu tava atenta a todos os carinhos que ele dava em meu cabelo, os beijos na minha nuca, quando ele cheirava meu cabelo, apenas fiquei de olhos fechando sentindo seu braço sombre mim, pesados e forte, seu cheiro impregnado na cama e no quarto dele, quando me deitei com Joel meu coração doeu, eu queria chorar, de tão feliz que estava me sentindo, por muito tempo, ou melhor eu não me sentia feliz em relação a uma pessoa, a um homen, ou melhor eu nunca gostei de ninguém como gosto de Joel, tão bonito, a sua fala mansa comigo, o jeito que me olha, toda aquela gentileza me mata.
Ele chamou de branca como a branca de neve, fingi não ligar mas eu achei isso tão carinhoso e único.
Tenho total convicção que Joel gosta de mim muito mais do que eu imagino e não deveria ter ido na sua casa ontem daquela maneira sabendo como sou em relação a sentimentos, mas, enquanto não entender o que aconteceu comigo não vou me sentir segura de fato para abrir meu coração e entender o que tá acontecendo comigo em relação a Joel.
Vejo seu carro se aproximar, mas como todas as outras vezes que ele sai e abre a porta pra mim, dessa vez ele só buzina pra eu entrar, quando entro seu rosto está pacífico, ele só pisca pra mim e dar partida no carro, ele olha algumas vezes no telefone mas não diz nada, o que rolou? Depois de ontem ele não vai falar nada, vai me tratar com essa frieza toda?
Por um lado é até bom, já que não posso responder suas expectativas, mas depois de ontem no mínimo poderia ser o Joel de sempre comigo, fico em silêncio estudando seu comportamento até ele quebrar o silêncio quando paramos no sinal.
- Estive com meus pais esses dias que estava fora. - ele diz com seu olhar no trânsito menos para mim.
Estico meu braço até seu rosto e delicadamente pego em seu queixo para que ele se vire para mim, Joel me olha de maneira tão profunda que sinto minhas pupilas dilatar.
- Isso é maravilhoso, como foi? - sorrio fraco pra ele que me dar um sorriso de lado.
- Maravilhoso, estou bem, depois de muito tempo sinto que estou liberto da dor que sentia. - ele suspira.
- Joel, um dia quero saber tudo sobre você e seu passado, quero saber do que você não gosta e o que você gosta, pra que time torce, sua cor favorita, sua música, quero saber tudo sobre você um dia. - me vejo falar ao lembrar que quando eu for saber sobre minha mae e mesmo que eu não tenha informações boas do meu passado quero voltar livre para amar, quero me libertar também.
Joel me olha confuso, mas não diz nada, seu olhar diz muitas coisas, mas ele não abre a boca pra dizer uma sílaba se quer então deixo como tá.
Quando chegamos ao rinque vou direto me trocar enquanto Joel fica no banco anotando algumas coisa.
Quando volto Joel se lavanta e me chama de modo formal, nem parece que tivemos a noite de ontem.
- Vamos trabalhar no seu salto, pode ser? - ele diz escrevendo algo em seu caderno.
- Eu sei saltar, mas preciso me aperfeiçoar. - digo colocando os patins.
Joel me estuda por um tempo.
- Sabe que os saltos são obrigatório nas apresentaçãoes, são seis tipos de saltos.
- Salchow, Axel,wtz, loop, Toe, loop e Flip. - termino o que ele iria falar.
Ele não rir, apenas concorda com a cabeça.
- Você sabe fazer quais? - pergunta.
- Sou boa mais no loop, e loop e Flip.
- Então vai para pista e faz os passos que você já aprendeu introduzindo os saltos que você sabe.
Concordo com a cabeça e saio para a pista.
Respiro fundo sentindo o frio do gelo sobre mim, minha pele arrepia da sensação maravilhosa que é ficar sobre o gelo e deslizo na pista.
Faço tudo que aprendi, nos saltos faço até aperfeiçoar, esqueço tudo focando só nos saltos, enquanto Joel me observa atentamente.
No fim, quando saio Joel vem falar comigo.
- Você foi incrível, tá muito boa, nasceu pra patinar realmente.
Ele diz e quando vou dizer algo meu celular que está no bolso do meu casaquinho toca e eu olho a tela é do orfanato.
Me afasto para atender com meu coração acelerado enquanto Joel me observa com olhos confusos.
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