"Dois corações dispersos, um sentiu o amor e a dor, o outro não conhece nada além dos gostar.."
Joel se fechou, seu coração que sentiu amor por tanto tempo se quebrou, a dor fez ele desistir de tudo na vida, perder sua mulher, acabou com ele e o afa...
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Dois anos antes
" Sinto como se estivesse respirando meu último suspiro, sinto como se estivesse andando meus últimos passos. Olhe para todas essas lágrimas que chorei. " (Justin Bieber - purpose)
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Desde que minha Lucy se foi estou devastado. Não durmo direito, se passaram sete dias que ela me deixou com um vazio enorme em meu peito.
Sete dias que não faço nada além de chorar e beber para aliviar a dor.
Todas as noites eu vou para o bar da cidade, e quando chego lá vou direto para os fundos, sento em frente ao piano e toco, estou com uma canção na mente que compus para mim mesmo, preciso tocar imediatamente.
Mas, antes de ir para o piano vejo uma moça chorando e lhe entrego um dos meus lenço para que enxugue suas lágrimas mal vendo seu rosto, apenas deixo o lenço pra ela e sigo para o piano.
Começo a deixar as teclas do piano me levar, deixo meus dedos dançando sobre as teclas e fecho meus olhos, esquecendo tudo ao meu redor, toco com toda a minha alma escura, sim, meu mundo escureceu, desde que minha luz se foi.
Nunca mais vou ser capaz de acender essa luz novamente.
Pintei minha alma de preto, a cor da tristeza, a cor do meu mais novo mundo, vazio e escuro.
Uma verdadeira escuridão.
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Nunca acreditei nesse amor que as pessoas dizem, digo qualquer tipo de amor de pessoas para outras pessoas, esse não conheço e muito menos acredito.
Mas, existe um amor que conheço bem, e amo desde de menina.
A patinação artística. Quando patino sinto o meu coração frio esquentar, sinto como se ele estivesse sendo aquecido como nunca foi antes, eu que nunca fui capaz de amar, me vejo amando, amando algo que me ama também.
Nunca consegui patinar profissionalmente até conseguir um técnico, gastei todas as minhas economias acreditando que ele era bom suficiente para me levar para as olimpíadas, meu sonho olímpico.
Estava prestes a se realizar, quando fui treinada pela primeira vez em um rinque, eu me sentia emocionada por ter conseguido chegar até ali.
Mas, tudo acabou quando o técnico sumiu com meu dinheiro, eu havia adiantado três meses de treino, e não me saiu barato.
Agora estou sozinha em uma cidade que não conheço nada e nem ninguém.
Vim morar aqui pra tentar uma nova chance, começar uma nova vida e também porque nessa parte do Canadá tem equipes de patinação, técnicos, tudo que tem a ver com o que estou precisando vou encontrar aqui.
Mas, agora vou ser mais ligeira, vou procurar um técnico de confiança, vou procurar indicações, pesquisar bastante, primeiro ver com a razão, depois a emoção, preciso de um bom técnico, o melhor da região.
O dinheiro, eu dou meu jeito.
Acordo dos meus pensamentos quando a neve cai forte sobre mim, estou congelando aqui fora.
Decido entrar em um bar só para esperar a neve parar de cair, e quando entro peço apenas uma água e me sento nos fundo próximo ao piano.
Fico olhando pelo vidro do bar a neve cair cada vez mais forte, começo pensar em tudo que passei e como vim parar aqui, me lembro desse maldito técnico que me enganou, e começo a chorar ao ponto de um rapaz que não consegui ver direito seu rosto, tento ver quem era mas sumiu atrás do piano, vejo apenas seus braços.
Em meio aquela tristeza que eu me encontrava, esse mesmo homem começou tocar uma canção no piano como se estivesse tocando pra mim, a letra era exatamente como estava me sentindo. Eu queria chorar enquanto escutava, aquela música me fez querer acordar amanhã e lutar pelo meu sonho com toda força do mundo.
*Tudo vai ficar bem, tudo vai passar, essa dor em seu peito vai parar, a ferida vai cicatrizar. Então, tudo que você precisa fazer hoje é chorar, chore todas as lágrimas essa noite, sofra, sinta a dor, mas amanhã é um novo dia e você tentará seguir em frente mesmo que a dor rasgue seu peito você vai seguir em frente*
*Tudo vai ficar bem, chore tudo essa noite*
Sai daquele bar sem olhar para trás, enquanto a canção continuava sendo tocada naquele piano de forma tão linda e profunda eu saí do bar com aquela música na minha cabeça, mas nunca mais escutei ela em lugar nenhum.
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