DUAS SUSPEITAS

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~*~

A polícia chegou rapidamente ao local. Um detetive baixo e gordo analisou a cena onde o corpo estava por alguns instantes e pediu que isolassem a entrada e que ninguém tivesse acesso ao apartamento.

Em seguida mirou em mim e em Victoria, que estávamos no corredor vendo o desenrolar da situação.

Vick mantinha o rosto em meu ombro, chorava de maneira inconsolável.

— Umas de vocês duas era a namorada dele, certo? — O detetive tinha um pequeno caderno em mãos e uma caneta.

Eu assenti e em seguida Vick se prontificou a responder:

— Sou eu, Victoria — fez uma pausa breve — Atos e eu namorávamos há seis meses. Eu nem sei o que dizer...

Apertei meu abraço a Vick na tentativa de conforta-la.

— Ela não está bem, detetive. Aliás, há necessidade de cercar toda a cena? Claro que entendemos a possibilidade de ser morte suspeita... por ele ser jovem, mas não parece haver necessidade disso!

O detetive olhou ao redor e sorriu de maneira quase debochada.

— Pode me chamar de Andrades, senhora. E quanto a sua questão: achei prudente o isolamento da área sim. Como bem disse: morte suspeita. Rapaz conhecido e rico. Não posso vacilar, ainda mais com o fato da mídia colocar isso em evidência — ele retirou um cigarro do bolso de seu colete — Quanto a você, Victoria, preciso levá-la a delegacia. Apenas para algumas perguntas, porque foi você que encontrou o corpo — Andrades acendeu seu cigarro e o tragou com muita vontade.

Só então percebi os bolsões pretos abaixo dos olhos dele e sua feição carrancuda e cheia de marca de expressões. Aquele homem não dormia bem há dias.

Olhei para Vick, que estava completamente abalada e senti pena por ela. Ela secou as lágrimas do rosto e assentiu, como se dissesse que estava tudo bem e que acompanharia o detetive.

— Há problemas se eu for com ela, detetive?

— Claro que não! — Andrades expeliu uma fumaça densa após tragar seu cigarro.

Vick acompanhava o detetive.

— Te encontro lá, Vick! — Disse por fim.

Ela virou-se e me deu um leve aceno.

~*~

No caminho liguei para Hanna, que pareceu muito chocada com a notícia. Depois disse que pediria rendição no plantão para ir a delegacia e dar apoio a Vick.

Enquanto Vick estava na sala com o detetive, eu saí ao pátio da delegacia a fim de ligar para Júlio e avisá-lo do ocorrido. Mas chamou inúmeras vezes até cair na caixa postal. Então desisti e mandei mensagem, que também não foi recebida.

Antes de entrar na delegacia,ouvi Hanna me chamar. Ela corria pelo pátio.

— Como ela está, Aura? — Perguntou após me abraçar.

— Mal, amiga. Está depondo agora. Ela encontrou corpo logo cedo. Coitada! —
Suspirei sentindo muito por Vick.

— Nossa, que barra. Ela e eu não temos nos falado muito nesses último meses, mas estou bem chateada pela Vick. Que baque!

A fisionomia de Hanna estava abatida, como se estivesse prestes a chorar.

— Júlio já sabe do que ocorreu? — Hanna me acompanhou e sentamos na sala de espera em frente a recepção.

— Ele não atende. Deve estar em alguma intercorrência no Hospital — Me ajeitava no banco — Júlio e eu não andamos bem, sabe? Acho que a crise no casamento chegou! — Eu suspirei com certa exaustão, fosse por ter levantado cedo, fosse pela minha situação conjugal.

— Nossa! Nunca que eu ia imaginar, Aura! Vocês dois parecem tão felizes juntos! — Hanna parecia mesmo surpresa.

— Nada é o que parece, Hanna. Há alguns meses que Júlio vem agindo estranho... Acho que ele está tendo um caso!

E ao ouvir a última palavra, Hanna alterou-se e desviou o olhar, estava visivelmente desconcertada.

— Homens, não é? São todos iguais! Não se pode confiar neles de maneira alguma!— Ela disse isso sem me encarar.

Eu ri de maneira levemente forçada.

— São mesmo! Ah, e como são! — replicava vagamente, apenas para não deixa-la mais desconfortável do que já aparentava estar.

Nosso breve diálogo foi interrompido por vick, que saía da sala do detetive mais desolada do que havia entrado. Estava abatida e visivelmente cansada.

Hanna e eu nos erguemos e fomos até ela, para ampará-la.

— E aí, Vick? Eles perguntaram o quê? — Eu estava ansiosa.

— Ah, fizeram perguntas sobre minha relação com Atos, se havíamos discutido... E eu disse que não, que estava tudo perfeito entre a gente. — Uma breve pausa — Se Atos tinha algum inimigo e respondi que não sabia sobre essas coisas, mas que ele era querido e tinha muitos amigos...

— Mas te trataram bem, não? — Me preocupava.

— Ah, com toda certeza! O detetive foi cordial! Fiquem tranquilas!

Respirei aliviada,  pensando que haviam pegado leve. Não precisava ser muito inteligente para imaginar que se a desconfiança de assassinato ganhasse força, Vick seria uma das principais suspeitas.

Hanna não se aproximou muito e quando ela e Vick finalmente encontraram o olhar uma da outra, acenaram sem graça, forçando um breve abraço após alguns segundos.

— Eu sinto muito, Vick.

— Eu imagino que sim! — Vick não olhou mais para Hanna.

Eu estava tentando entender por que as duas não estavam bem uma com a outra. Com meu casamento em crise eu mal conseguia falar com as meninas, mas desde nossa ida a Búzios que as coisas não pareciam ir bem entre elas.

Obviamente eu iria esperar outra ocasião para entender melhor o que estava acontecendo entre as duas. Mas descobriria qual era o problema.

~*~

NOTA DA AUTORA

"Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão, fica esperta dona Aura, senão vão roubar seu maridão" kkkkkkkkkk

Mano, ceis tão mais preocupada com o quê?

1) Descobrir quem matou Atos.

2) Saber pq Vick e Hanna tão se estranhando?

3) Voltar ao dia em que Aura seguiu Júlio até o endereço misterioso?

4) Mais capítulos da história?

Kkkkkk

Eu já ia sair mandando a real: escutem aqui, suas vadias. Que que tá acontecendo entre as duas pra ficar estranha uma com a outra??? Bora, desembuchem. Não sou otaria... Não, pera kkkkkk

Não tenho paciência não

Querem mais capítulos?????????

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Querem mais capítulos?????????

APENAS UM TRAIDOR - ALERTA! Onde histórias criam vida. Descubra agora