Capítulo 4

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Boa leitura! 

Ettore

Merda! Eu sempre me orgulhei do meu alto controle, mas, quase o mandei para o espaço quando estive com Antonella em meus braços. Nada me pareceu tão certo e tão errado ao mesmo tempo.

Seu corpo pequeno e cheio de curvas se encaixou com perfeição ao meu, como se ele fosse feito para isso. Ela estava tão entregue e por mais que eu nunca admita, também estava entregue aquele beijo.

Como eu vou fazer agora que a tive em meus braços? É como uma maldita droga que meu corpo anseia por mais e mais doses, até ter uma overdose dela.

Olho rapidamente para ela que mantem sua atenção na estrada escura e sei que está fazendo isso para me ignorar, queria poder fazer o mesmo, mas meu corpo reconhece sua presença e se torna quase impossível ignora-la.

Desde que ela esbarrou em mim há alguns anos e eu fiquei com seu caderno de desenho, eu me pego pensando nela. Voltei a Verona por tantas outras vezes apenas para observa-la de longe. Antonella emiti um tipo de luz que me atrai. Mas, eu sabia impor limites as minhas emoções, o Death sempre comandou as minhas ações, nunca precisei separar o homem que sou do assassino que me tornei, porém, desde que encontrei as minhas irmãs e a minha mãe, o Ettore de dezessete anos insiste em dar as caras e tentar destruir o muro que construí em volta das minhas emoções.

Eu não posso ignorar tudo o que já fiz, todas as vidas que eu tirei, não que eu me arrependa disso, mas, eu não posso arrastar para a minha escuridão alguém com Antonella. Eu sou egoísta demais para tê-la em meus braços e deixa-la partir depois e por isso é melhor manter distância.

—Por que você se arrependeria de me beijar? —A voz dela me chama atenção e olho em sua direção. —Tem uma namorada? —A fragilidade em sua voz me pega de surpresa.

—Não! Eu não tenho e nunca tive uma namorada! —Seu espanto me faz sorrir. —Eu só não posso brincar com sentimentos da irmã de um amigo meu!

—O Vincenzo é noivo da sua irmã, acho que essa regra não vale para vocês! —Eu adoro o fato de que apesar da timidez, a Antonella não é o tipo de mulher que abaixa a cabeça. —E não vejo porque brincaria com os meus sentimentos, já que somos dois adultos e nós dois estávamos conscientes do que queríamos.

—E o que nós queríamos? —Olho em seus olhos e vejo o rubor tomar conta da sua face.

—Nos divertir! —Ela ergue uma sobrancelha me desafiando. —Você tem medo de se apaixonar por mim e descobrir que tem um coração por debaixo dessa parede músculos? —Ela provoca.

—Você não é o tipo de mulher que eu uso para me divertir! —É o tipo de mulher que eu faria minha para o resto da vida, completo em pensando e volto a minha atenção para estrada.

—Que tipo de mulher eu sou para você, Death? —Seu tom de desafio não me passa despercebido.

—Se eu te disser vai achar que eu sou louco! —Resmungo apertando o volante com força. Fazem malditos três anos que eu não tenho a companhia de uma mulher, graças a minha Coelhinha que me estragou para o resto das mulheres. E agora ela decidiu ser uma provocadora e me levar ao meu limite. —Eu sei que garotas como você amam a ideia de se envolverem com caras como eu, mas não vai acontecer. Você agora é parte da minha família e eu vou respeitar você, como uma irmã.

—Tem razão, somos da mesma família! —A ironia na sua voz, me faz trincar o maxilar. —Talvez o Joseph possa me apresentar outros maus elementos que não vão me tratar como uma boneca de porcelana ou como uma irmãzinha?

—Você não ousaria! —Digo entre dentes e um desejo animal de estripar os malditos me vem a mente.

—Tem certeza? —Seu sorriso me deixa a beira de um colapso. A dúvida que ela implanta em minha mente desperta a fera que habita em mim.

Ela não é esse tipo de garota. Ela não se entregaria a outro. Repito varias vezes em minha mente, como se fosse um mantra, na tentativa de me acalmar. Ter ciúmes de algo que não é seu é um verdadeiro inferno.

Ignoro-a pelo resto da viagem e me concentro na estrada até chegarmos à mansão Salvatore. Mal estaciono o carro e Antonella salta para fora do veículo e abre a porta do fundo pegando uma das crianças.

—Deixe que eu levo os dois, o Nero está pesado para você! —Resmungo quando saio do carro e pego a Laura nos meus braços.

—Não é porque você tem esse par de braços fortes que precisa fazer tudo sozinho. Sou professora, estou acostumada a carregar crianças, relaxa, macho alfa! —Ela caminha na minha frente me deixando parado como um idiota vendo-a rebolar enquanto caminha.

Eu devia dar umas boas palmadas naquela bunda redonda para ela deixar de ser tão atrevida. A sigo entrando na mansão e noto que todos estão reunidos na sala, já se passam das nove da noite.

—Vocês se divertiram bastante, pelo o que vejo! —A Donatella sorrir para nós e aceno com a cabeça em concordância.

—Eu não entendo porque as crianças preferem o Ettore, ele vive com essa carranca! —O Felipe parece inconformado. —Eu devia ser o tio preferido, sou divertido, engraçado, bonito!

—Modesto! —O Alessandro resmunga se aproximando de mim. —Deixa-me colocar minha garotinha e meu garotinho na cama! —Ele pega a Laura do meu colo e faz o mesmo com a Antonella.

— Não vai jogar a história do macho alfa para cima dele não? —Sussurro no ouvido da Antonella, ficando atrás dela.

—Ele é um pai que quer colocar os filhos na cama! —Ela me olha por cima do ombro. — Já você é só um machão que acha que não precisa da ajuda de ninguém!

—Eu devia ocupar essa sua boca atrevida com outra coisa! —Sussurro e noto um lampejo de desejo brilhar em seus olhos. —Você quer isso não é, coelhinha?

—Então o faça, Ettore. Se tiver coragem! —Ela me instiga e me desafia. Ela não devia brincar com fogo.

Segura na sua nuca trazendo seu rosto para perto do meu e devoro seus lábios em um beijo sem qualquer pudor. Nossas línguas brigam para saber quem vai controlar, não é um beijo apaixonado, é outra coisa que nos instiga agora.

—Não se mete, Vincenzo! —Ouço alguém dizer ao fundo e ignoro a plateia ao nosso redor, tudo em minha está voltado para linda a mulher em meus braços.

—Ettore... —Ela sussurra meu nome, quando nossos lábios se afastam.

—Você provocou o macho alfa, coelhinha, lide com as consequências! —Sussurro em seu ouvido e me afasto dela. —Preciso de um banho. Boa noite a todos! —Subo as escadas deixando para trás a minha família completamente chocada.




Ai ai! A Antonella gosta de brincar com fogo, não é mesmo?

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Até mais! 

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora