Boa leitura!
Antonella
—Posso me sentar? —Paro ao lado do homem que carrega os meus traços do Ettore. Os mesmos olhos, a mesma postura desafiadora, a mesma rigidez como se carregasse o peso do mundo em seus ombros.
—O meu filho não iria gostar de vê-la tão perto de mim, Antonella! —Ele diz sério com os olhos fixos na festa que acontece há alguns metros na nossa frente. Todos os dias ele se senta em um dos bancos do jardim em frente a mansão Salvatore e observa sua família de longe. Os olhos são sempre carregados de uma tristeza profunda e eu não posso fingir que não o vejo.
Hoje não é uma exceção, ele esteve na cerimonia de casamento do Vince e da Alessa e quando a festa começou ele se isolou aqui.
—Se eu fizer apenas o que o seu filho gosta, a minha seria tediosa! —Sorrio e me sento ao seu lado. —Foi uma linda cerimônia não acha? É a primeira com toda a família reunida, no casamento da Martina e da Donatella ainda estávamos nos encontrando como família.
—O que faz aqui, bambina? —Ele me olha profundamente e eu acabo por sorrir ao notar o quão parecido ele é com o homem que amo. — Eu não acho que seja uma boa companhia para você agora.
—Vocês são idênticos! —Minhas palavras causam confusão nele e eu me apresso para explicar. —Você e o Ettore. Ele fazia o mesmo, se sentava aqui e apenas observava a todos como se não fizesse parte dessa família. Por que ficar aqui sozinho ao invés de comemorar com todos?
—Eu não me sinto bem-vindo no meio de todos eles. Meu filho e a Rita parecem odiar a minha presença. —Ele suspira abatido e cobre o rosto com as mãos. —Eu não sou o monstro que todos eles pensam, Antonella, eu queria apenas uma chance de me explicar, eu sei que as minhas justificativas não isentam a minha culpam, mas talvez elas fizessem com eles não me odiassem.
—Ficar sentado aqui deixando a culpa te corroer não vai mudar nada! É a sua família, Enrico, são seus filhos, suas sobrinhas e a mulher que você ama, você não deveria precisar de autorização para estar perto de nenhum deles. —Suspiro cansada de toda essa situação. —Eu quero que o meu filho ou filha cresça com o avô por perto.
—Meu filho nunca vai permitir isso, mas eu fico feliz que você ao menos tenha tentado! —Ele sorrir de forma triste e seguro suas mãos. —É uma boa mulher, o Ettore não poderia ter feito escolha melhor.
—O seu filho nunca irá contra um desejo meu! Eu quero que o Ettore deixei todas as magoas para trás e isso inclui a raiva que ele nutre pelo senhor. —Sinto suas mãos geladas e ele me olha com alguma esperança. —É um mafioso, não é? —Ele acena positivamente. — Então, aja como um! Tome sua família de volta, alto piedade não combina com homens como o senhor. Além dos mais, foi você que foi embora, é você que tem de ir atrás do que perdeu!
—Antonella? O que faz perto desse homem? —A voz do Ettore chega até nós como um trovão e eu apenas olha em sua direção sem me importar com a sua fúria.
—Eu estou conversando com o meu sogro! —Reviro os olhos entediada. —O que você faz aqui, amore mio?
—Eu vim tirar você de perto desse homem! —Ele fica ao meu lado e segura no meu braço delicadamente, me fazendo levantar. —Fica longe da minha família, Enrico.
—Isso não será possível, meu filho, sua noiva acabou de dizer que me quer presente na vida do meu neto e eu não posso negar um pedido dela! —O Enrico diz com um sorriso vitorioso nos lábios e se levanta. —E isso não é maneira de tratar a sua mulher, Ettore!
—Brutamontes! —Solto meu braço e encaro-o irritada. —Você não é meu dono, Ettore. Eu falo com quem eu quiser e isso inclui o seu pai. Ele que te ajudou a me salvar, então seja mais grato. —Digo entre dentes e ele me olha arrependido. —Você gostando ou não, ele fará parte da vida do nosso bebê e vai estar presente no nosso casamento.
—Antonella... —Ele rosna e sua maxilar fica rígido. —Depois de tudo o que ele fez com a minha mãe, não é justo obriga-la a conviver com esse canalha.
—Tudo o que? Você não sabe a versão dele da história. E é decepcionante que justo você não dê ao seu pai o benefício da dúvida, uma vez que você já teve suas intenções interpretadas de forma negativa. —Olho em seus olhos e cruzo os braços. —Quando você deixou as suas irmãs, todos pensaram que você foi um covarde egoísta, mas na verdade tudo o que você fez foi pela sua família. Já pensou nisso, Ettore?
—Eu não quero ser motivo de uma briga entre vocês dois! —O Enrico diz calmamente tocando o meu braço.
—Você não é motivo de briga, Enrico! —Respiro fundo e volto o meu olhar para o Ettore. —Você pode decidir quem você quer fora da sua vida e eu posso decidir quem eu quero que faça parte da minha, então, nunca mais diga com quem eu posso ou não estar perto.
—Se esse homem fizer parte da sua vida, ele fará parte da minha também, sendo assim é você quem decide tudo? —Um sorriso discreto surge no canto dos lábios do Ettore.
—Exatamente! —Sorrio vitoriosa e ele enlaça a minha cintura me puxando para os seus braços. —Eu o quero feliz, amore mio.
—Você é a minha felicidade, coelhinha! —Seus lábios tocam os meus levemente e ele olha para o pai. —Um passo em falso e eu mato você.
—Justo! —O Enrico tem um sorriso radiante nos lábios. —Agora eu preciso seguir o conselho de uma certa pessoa. —Ele caminha para o longe e vejo que vai em direção a Rita.
—O que ele vai fazer? —O Ettore ameaça ir atrás, mas eu o abraço. —Ele vai falar com a minha mãe!
—Eu disse para ele ser um mafioso e pegar de volta a mulher que ele ama e a família dele! —Minha voz deixa claro a minha animação. —A sua mãe merece essa chance, os dois merecem. Está nítido para qualquer um que dois ainda se amam.
—Antonella... —O Ettore parece lutar uma batalha interna. —E se ele a machucar de novo?
—Matamos ele! —Dou os ombros e um sorriso divertido surge em seus lábios. —E a minha sogra parece capaz de decidir por si mesma. —Comento ao notar que a Rita aceitou dançar com o Enrico.
—Você venceu! —O Ettore se dar por vencido e eu passo os braços envolta do seu pescoço. —Você me tem nas mãos, coelhinha.
—Eu sei... —Minhas palavras são silenciadas no instante em que o Ettore toma meus lábios em um beijo apaixonado e voraz.
Eu acredito que o Enrico e a Rita mereçam uma segunda chance. Todas nós merecemos. E apenas um cego ou um filho ciumento, não enxergaria que os dois ainda se amam e eu vou fazer o que estiver ao meu alcance para que eles sejam felizes.
Eu pensei em escrever uma trilogia, serão spin-offs derivados da Serie Irmãos Valente, focados nas histórias da Rita e o Enrico, da Graziella e o Joseph e da Paola e o Mattia. O que vocês acham? Leriam?
Comentem e votem!
Até mais.
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Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)
RomantizmQuatro irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo para protegerem uns aos outros. Os irmãos Valente fazem de tudo um pelo o outro. Os irmãos Valente não tem medo. Um por todos...