Capítulo 33

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Esse capitulo aborda um conteúdo sensível, que envolve violência, abuso, entre outros.  Se for gatilho para alguém, aconselho que espere o capitulo 34!

Boa leitura!

Atena

Antes mesmo de abrir os olhos, meu corpo protesta de dor. Eu me sinto um caco. Flashs dos últimos acontecimentos invadem a minha mente e eu abro os olhos me um sobressalto.

Eu não morri? Ou o inferno se parece com um quarto de hospital? Penso. Olho para o meu próprio corpo e noto aparelhos ligados a ele.

—Eu sempre tenho a sensação de que se eu tirar esses aparelhos eu morro! Que barulho irritante! —Resmungo ouvindo o som o monitor de batimentos cardíacos. Retiros os fios do meu corpo e som desaparece. —Perfeito!

—Você não deveria ter feito isso! —Uma voz feminina, faz com que eu note que não estou sozinha no quarto. —Se eles ligaram o monitor a você é porque tem uma finalidade.

—A finalidade é me enlouquecer —Resmungo e ela sorrir achando graça, —O que faz aqui, Donatella?

—Eu estou cuidando da minha irmãzinha mais nova! —Ela diz sorrindo e eu sinto algo em meu peito se remexer. —É isso que os irmãos mais velhos fazem e eu aprendi com os melhores. —Ela se levanta da poltrona que estava e caminha até mim se sentando na beira da cama. —Como se sente?

—Como alguém que levou um tiro! —Viro meu rosto para que ela não possa notar as lagrimas em meus olhos. Nunca, em toda a droga da minha vida, alguém cuidou de mim. —Eu já acordei, pode ir embora!

—Você quer mesmo que eu vá embora, Atena? —Sua voz é seria e ela segura em meu rosto fazendo com que eu a olhe. —Eu não posso fingir que as coisas que foram ditas há algumas horas atrás não existiram, se quer que eu vá embora, precisa primeiro me explicar tudo.

—Horas? Onde estão os meus filhos? —Me sento rapidamente e sinto tudo me minha volta girar e uma dor dilacerante atravessar meu abdome. —Que merda!

—Eu devia ter deixado a Alessa ficar com você! —A Donna resmunga e me ajuda a me sentar com mais cuidado e arruma os travesseiros em minhas costas. —Seus filhos estão bem e seguros, quer que eu peça para traze-los?

—Não! É mais seguro eles ficarem onde estão! —Suspiro aliviada por saber que ao menos meus filhos estão seguros. —O que quer saber de mim?

—Quantos anos você tem? —Sua pergunta me arranca um sorriso. —Os outros estão a caminho.

—Eu tenho vinte e três anos! —Olho para as minhas mãos torcendo os dedos. Tem muito tempo que eu não me sinto assim, com medo e ansiosa, mas, logo eu vou estar com os meus irmãos e eu não sei o que fazer.

Ficamos as duas em um silêncio angustiante por longos minutos, que para mim pareceram horas. O silencio é quebrado quando a porta se abre e três pessoas passam por ela. Ettore, Alessa e Martina, que me fitam com curiosidade.

—Como você está se sentindo? —A Alessa parece realmente preocupada e eu mordo a língua para não dar uma resposta irônica.

—Que pergunta, Alessa! —A Martina resmunga rindo. —A garota levou um tiro, ela está um caco!

—E você queria que eu perguntasse o que? —A Alessa resmunga. —Atena, em uma escala de 1 a 10, onde 1 é fui atropelada por uma bicicleta e 10 é um trem desgovernado passou por cima de mim, como você se sente? —Ela diz risonha puxando a Martina para um abraço.

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora